quinta-feira, 2 de maio de 2019

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE)
João Suassuna (Fundaj)
Márcia Vanusa (UFPE)
Francis Lacerda (IPA) e João Suassuna (Fundaj)
Rita (IPA e Ednilza Maranhão (UFRPE)
Rita (IPA), Reginaldo e Ednilza (UFRPE)
 
A data de 28 de abril marca no calendário o Dia Nacional da Caatinga, bioma que ocupa cerca de 11% do território brasileiro. Celebrando a data, que este ano caiu no domingo a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) sediou um encontro  com participantes de diversas instituições, UFRPE, UFPE, Codevasf, Semas, Ibama, IPA, Pedra do Cachorro, Associação Plantas do Nordeste (APNE), entre outras. O evento foi realizado na última segunda-feira (29/04), no Anfiteatro do Centro de Ensino de Graduação (Cegoe), no horário de 8h às 12h.
O evento foi promovido pelo Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga - CERBCAA/PE e pela UFRPE, com o apoio do Programa de Educação Tutorial em Ecologia (PET Ecologia).
A abertura da ação foi realizada pelo professor Reginaldo Carvalho, diretor do Departamento de Biologia da UFRPE e pela Coordenação do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga, coordenado pela pesquisadora do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco) Rita de Cássia e da vice coordenadora Ednilza Maranhão, professora da UFRPE. Após a abertura ocorreram três palestras ao longo da manhã. A primeira delas abordou a realidade do Rio São Francisco, sendo ministrada por João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, um dos mais renomados pesquisadores sobre o assunto.  Suassuna destacou os múltiplos usos e a situação atual da bacia hidrográfica do São Francisco após o acidente de Brumadinho. Ao término de sua palestra João Suassuna disse que "é imperioso  tratar tudo isso de forma sistêmica, pensando globalmente e agindo localmente, garantindo à sociedade uma solução definitiva para o abastecimento seguro das populações". Prosseguiu sua fala dizendo que "deveria ser iniciado um programa consistente de revitalização da bacia do Rio São Francisco, e só assim poderemos entregar às gerações futuras, as águas do Velho Chico em condições adequadas de uso, fazendo jus à importância que elas têm para a vida das pessoas e para o desenvolvimento da região".  
A segunda palestra, "Potenciais das Plantas da Caatinga - conservação pelo uso sustentável" foi proferida pela professora da UFPE, Márcia Vanusa, doutora em biologia celular e uma das grandes entusiastas de produtos extraídos e processados da Caatinga, onde ressaltou os saberes tradicionais sobre as plantas medicinais da caatinga (shampoos, sabonetes, doces, picles, molhos e diversos remédios processados à base da palma). Hoje ela  conduz pesquisa que investiga o potencial fitoterápico e nutricional de mais de 100 plantas nativas da Caatinga, que poderiam  passar a ser indicadas na lista de  plantas terapêuticas  prescritas pelo SUS ou ser utilizadas na merenda escolar dos colégios do semiárido. Segundo Vanusa, atribuir valor comercial à Caatinga talvez seja a melhor estratégia para inibir o desmatamento degradante da região. E, por fim, encerrando as comemorações do dia Nacional da Caatinga,  palestra sobre as mudanças climáticas, ministrada pela climatologista e engenheira civil do IPA,  Francis Lacerda, que apresentou novas potencialidades hídricas e alimentares no Sertão a partir da plantação da vegetação nativa, associada ao uso da energia solar.
Durante o evento, foi realizada uma instalação pedagógica no hall de entrada do Anfiteatro do Cegoe, com a apresentação de práticas de pesquisas exitosas no semiárido pernambucano e homenagem a Vasconcelos Sobrinho, ex-professor e ex-reitor da UFRPE, ambientalista, grande inspiração para pesquisadores e estudantes da causa ambiental.
A equipe do Laboratório Interdisciplinar de Répteis e Anfíbios (LIAR), vinculado ao Departamento de Biologia da UFRPE, ficou responsável por uma programação voltada às crianças, com brincadeiras e contação de história sobre os saberes da caatinga.
Ednilza(UFRPE) e Marcelo Teixeira (Codevasf)
Rita, João Suassuna, Marcelo e Márcio (CERBCAA/PE)
 
Membros do Comitê Estadual da Caatinga/PE
 
Guaraci, Francis Lacerda, e filha de Guaraci
Ednilza e a filha de Guaraci
Representantes da Codevasf
Amigos da Caatinga

 
 

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Comitê Estadual comemora o Dia Nacional da Caatinga na UFRPE dia 29/04/19


O evento comemorativo ao Dia Nacional da Caatinga, será realizado no próximo dia 29/04/19 das 08 às 12 horas, no Anfiteatro do Centro de Ensino de Graduação (CEGOE) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), localizado à Rua  Dom Manoel de Medeiros, 36 - Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife (PE). Conforme programação acima.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga/PE promove 1ª Reunião Ordinária do ano.

 
 
 Departamento de Biologia da UFRPE foi o anfitrião da 32ª Reunião Ordinária

 Frans Pareyn (APNE)
 Frans Pareyn (APNE)
 Frans Pareyn (APNE)
 Membros do CERBCAA/PE
 Membros do CERBCAA/PE
1ª Reunião do CERBCAA/PE
 Membros do CERBCAA/PE
 Membros do CERBCAA/PE
Membros do CERBCAA/PE 
 
Os Membros do Comitê da Reserva da Biosfera da Caatinga (CERBCAA/PE) se reuniram na manhã de hoje (05.04), no auditório do Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para a Primeira Reunião Ordinária no ano de 2019. A Coordenadora do Comitê Estadual, Rita de Cássia deu as boas vindas aos presentes, agradecendo a participação dos membros e convidados, e fez um breve histórico da atuação do Comitê durante o ano de 2018. Em seguida o Secretário Executivo Marcelo Teixeira (CODEVASF) procedeu a leitura da Ata da 31ª Reunião Ordinária do CERBCAA/PE, ocorrida no dia 24/05/2018 na Sede do IPA - Instituto Agronômico de Pernambuco  em Recife (PE). Dando prosseguimento a Pauta, o  engenheiro florestal Frans Pareyn, da Associação Plantas do Nordeste (APNE) apresentou uma palestra sobre "Os vetores do desmatamento no Bioma Caatinga nos últimos 30 anos" concluindo entre outras abordagens que o manejo florestal sustentável promove a manutenção da cobertura florestal e da paisagem nas regiões onde é praticado de forma significativo e que os estados da região Nordeste precisam incentivar a criação de novos planos de manejos.  
 
Entre outras questões abordadas pelos participantes, destacou-se a necessidade de discussão com a SEMAS e a Comissão de Meio Ambiente da ALEPE, o ICMS Socioambiental do estado de Pernambuco. que poderá beneficiar e proteger as Unidades de Conservação do estado.
 
O Pesquisador João Suassuna fez um breve comentário sobre a lama oriunda da barragem de Sobradinho que ameaça perigosamente o Rio São Francisco e sugeriu uma palestra com o pesquisador Neison da Fundaj que coordena uma pesquisa sobre a lama tóxica de Sobradinho e seus possíveis impactos no Velho Chico.
 
Por último os membros do Comitê sugeriram e aprovaram a data de 29/04 (segunda-feira) para comemoração do Dia Nacional da Caatinga (o dia alusivo ao evento é 28), a ser realizado na UFRPE sob a coordenação da prof.ª Ednilza Maranhão. A programação do horário e local será elaborada para posterior divulgação. O evento contará com palestra do pesquisador João Suassuna sobre a Transposição do Rio São Francisco.
 
Ao final a Coordenadora Rita agradeceu à prof.ª Ednilza que foi a anfitrião do evento e a todos os participantes pela presença nesta manhã.
 
Lista de Instituições presentes: Secult/PE, Jardim Botânico/PCR, Semas/PE, Codevasf, UFRPE, Fundaj, IPA, UFPE, RPPN Pedra do Cachorro e APNE.
 
 

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga se reune na Fundaj para discutir a revisão dos limites da Reserva da Biosfera da Caatinga

                                          Parque Nacional Cavernas do Peruaçu - Crédito: Adriano Gambarini / MMA


Recife - Conselheiros, técnicos do MMA e de várias instituições do Nordeste e Norte de Minas, além de professores de Universidades e especialistas  no Bioma Caatinga se reuniram nos dias 8 e 9 de novembro de 2018   sob a coordenação da Dra. Alexandrina Sobreira, presidente do CNRBCAA - Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga,  na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para discussão sobre a revisão dos limites da Biosfera da Caatinga, entre outros assuntos previstos em pauta.  Na oportunidade foi lembrado que o governo federal retomou as atividades da Comissão Brasileira do Programa Homem e Biosfera – Cobramab no ano de 2016 tendo aquela  Comissão se reunido em Brasília, pela primeira vez em oito anos, para avaliar o histórico de ações realizadas e discutir desafios futuros, a partir de relatos sobre as sete Reservas da Biosfera nacionais.
 
RETROSPECTIVA
Reservas da Biosfera (RBs) são áreas de ecossistemas terrestres e marinhos reconhecidas internacionalmente como importantes para a conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento sustentável. Existem 669 Reservas da Biosfera, em 120 países. No Brasil, elas são: Mata Atlântica (a primeira a ser criada, em 1991), Amazônia Central, Caatinga, Cerrado, Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, Pantanal e Serra do Espinhaço.

 Essa Comissão tem a finalidade de planejar, coordenar e supervisionar as atividades ligadas à participação brasileira no MaB – Programa Homem e Biosfera (Man and the Biosphere), criado como resultado da Conferência sobre a Biosfera, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, em setembro de 1968. É a instância que define as Reservas da Biosfera em todo o mundo.
 
As RBs são o principal instrumento do Programa MaB e compõem uma rede mundial de áreas voltadas à pesquisa cooperativa, conservação do patrimônio natural e cultural e promoção do desenvolvimento sustentável. Para tanto, devem ter dimensões suficientes, zoneamento apropriado, políticas e planos de ação definidos e um sistema de gestão que seja participativo, envolvendo os vários segmentos do governo e da sociedade.

ESFORÇOS
No Brasil, a Cobramab foi instituída pelo Decreto 74.685, de 14 de outubro de 1974, alterado pelo Decreto de 21 de setembro de 1999, e sua presidência cabe a um representante do Ministério do Meio Ambiente.
 
TÍTULOS AMEAÇADOS
No retorno aos trabalhos, coube à Comissão aprovar os Planos de Ação e a estrutura de gestão das Reservas da Biosfera do Cerrado e do Pantanal, cujos títulos estavam ameaçados, de acordo com a avaliação da Unesco para o Relatório de Revisão Periódica, instrumento enviado pelas RBs a cada dez anos.
Naquele ano a Comissão aprovou, também, moções de apoio à criação do mosaico do Boqueirão da Onça-BA e à ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
 
Ofício Circular nº 09/2016 da Secretaria de Biodiversidades e Florestas - MMA
 
Neste Ofício a Secretaria de Biodiversidade Florestal do MMA encaminhou para as Secretarias de Meio Ambiente do Nordeste e Norte de Minas as recomendações do Comitê Internacional de Aconselhamento das RBs. No tocante à Caatinga existe a necessidade de Reestruturação do Comitê de Gestão e o reforço do Conselho Nacional e Sistema de Gestão utilizado e os estados que não possuem Comitês Estaduais funcionando como Alagoas, Sergipe, Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte devem ser estruturados bem como avaliar a necessidade de criação em Minas Gerais e Maranhão. Os Comitês existentes na Bahia, Ceará e Pernambuco devem manter sua sinergia.
 


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Sensoriamento Remoto e Transformações nos Biomas são debatidos no Workshop Caatingas e Mudanças Climáticas
07.11.2018
No primeiro dia do Workshop Caatingas e Mudanças Climáticas, ocorrido na Fundaj/Derby, pesquisadores da Fundaj que integram o projeto CLIMAP (Mudanças Climáticas no Bioma Caatinga: Sensoriamento Remoto, Meio Ambiente e Políticas Públicas) e representantes de instituições, como Cláudio Almeida do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), estiveram reunidos com o público para compartilhar e debater resultados de pesquisas sobre o uso do sensoriamento remoto para monitoramento do solo, infraestrutura social e econômica. Além das transformações nos biomas, em especial na caatinga.

Neison Freire, pesquisador e supervisor do projeto CLIMAP, apresentou o Mapeamento e Análise Espectro-Temporal das UC Caatinga, uma pesquisa concluída em 2017 e conduzida pela Fundaj e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Os resultados demonstraram a degradação de 2.546,86 km2 em 14 unidades de conservação de proteção integral da Administração Federal no Bioma Caatinga. Além de conflitos socioambientais entre as populações tradicionais e do entorno, foi também constatada a pouca integração com as escolas públicas dos municípios do entorno para conscientização, falta de recursos humanos e financeiros, infraestrutura local, manutenção das instalações e de agentes de fiscalização para os gestores das unidades, entre outros problemas.

Como proposta de intervenção, Neison apontou uma série de medidas, como a realização de mais estudos com novas metodologias de Sensoriamento Remoto sobre as mudanças climáticas no bioma Caatinga, contratação de especialistas (antropólogos, sociólogos) para auxiliar nos conflitos étnicos e culturais, aumento de fiscalização ambiental e maior apoio aos pesquisadores, professores e estudantes. O livro “Atlas Das Caatingas”, que também resultou do Mapeamento, está programado para ser lançado hoje, durante o evento, às 16h30.

Durante o primeiro painel “Uso do Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento para Modelagem Dinâmica de Processos Sociais e Ambientais”, Cláudio Almeida, representante do INPE, apresentou as tecnologias usadas nos programas de monitoramento realizados pela instituição. São sistemas de sensoriamento remoto, usados para coletar dados científicos dos biomas brasileiros, como desmatamento, queimadas e incêndios florestais, que podem ser usados para criação de políticas públicas de preservação e conservação.

Ainda segundo Claúdio, todos os dados e imagens coletados serão disponibilizados através da plataforma online do Instituto Terra Brasilis. “Estamos procurando entender as demandas de consumo desses dados para os aperfeiçoar. A gente espera que eles auxiliem diversos pesquisadores, estudantes e professores”, afirmou.

No segundo e terceiro dia do evento, respectivamente, 8 e 9 de novembro, acontecerá uma reunião restrita aos membros do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga (CNRBCaat), que está sediado na Fundação Joaquim Nabuco, desde 2016, visando o acompanhamento dos estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Plantas nativas podem reduzir risco de desabastecimento alimentar

29/05/2018 09h53 - DouradosAgora




 
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Nesta semana, enquanto continua a crise do combustível devido a greve dos caminhoneiros e do crescente risco de desabastecimento também na alimentação, o Instituto Agronômico do Estado (IPA), através de uma rede de pesquisadores do Brasil (Ecolume), chamará atenção do Poder Público, universidades e da sociedade para a necessidade da soberania alimentar através das Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc)
Nesta sexta-feira (1ª), a Ecolume, liderada pelo Laboratório de Mudança do Clima do IPA, que vem desenvolvendo projetos no semiárido para a soberania alimentar através da agroecologia e pela agricultura de baixo carbono, financiados pelo CNPq, demonstrará que esta segurança está disponível através da natureza, necessitando só de uma reeducação da população. A alta gastronomia nacional já percebeu este potencial das Panc. E são conhecidas do público vegano, vegetariano e adeptos da vegetação orgânica. Mas elas ainda não são populares nas casas dos brasileiros, mesmo o país sendo o mais biodiverso em plantas com tais potenciais e encontradas facilmente na natureza. E o Bioma Caatinga é rico em Panc, como garante Valdely Kinupp, doutor biólogo e autor do livro best-seller que cunhou, faz dez anos, pela primeira vez a expressão Panc. E, à convite da Ecolume, ele estará na sexta no IPA em Recife. Fará pela manhã palestra para 400 pessoas e à tarde sua oficina prática para 50 pessoas, onde coletarão e prepararão pratos com tais plantas. As inscrições ainda estão abertas. Informações pelo face do Ecolume.
"Volto ao Nordeste, depois de dez anos quando vim para lançar o livro Panc do Brasil. Muita coisa evoluiu. As Panc já são uma realidade hoje no país. Os grandes chefes assimilarem este conceito. Elas diversificam o cardápio e sabores para os consumidores. Mas ainda falta o agricultor perceber tal potencial e o poder público estimular a produção deste tipo de cultura alimentar e gastronômica, capaz de promover independência alimentar com benefícios socioeconômicos e ambiental, como a geração de renda e emprego, além da valorização das plantas nativas", comenta Kinupp. O autor do conceito das Panc aproveita para convidar a todos para participar da sua palestra e oficina, promovidos pela Ecolume/IPA.
"Embora talvez não dominasse a agricultura, os nativos do semiárido já se utilizavam das Panc. Alimentavam-se, por exemplo, de cactáceas e de outras espécies com fins alimentícios e medicinais. Temos também diversas bromélias e pepinos silvestres subutilizados na Caatinga. Têm até plantas aquáticas das regiões de brejos do semiárido como Chapéu de Couro que com as folhas é possível fabricar cervejas", fala Kinupp, exaltando a potencialidade da biodiversidade da Caatinga.
O pesquisador inclusive faz questão de realça o trabalho que está sendo feito pela Ecolume para dar visibilidade a estas potencialidades, como o estímulo para o recaatingamento do Umbu - planta nativa da Caatinga. Segundo Kinupp, o umbu é a Panc que é a 'cara' do Bioma, que, apesar de ser culturalmente consumida enquanto o prato da umbuzada, é ainda subutilizado todo o seu potencial, podendo integrar a alimentação diária. Ele garante que além do fruto para a umbuzada e para ser consumido in natura, em geleia e poupa, o restante da planta também é comestível. A folha, segundo ele garante, pode ser usada como hortaliça e para fazer drinks. No entanto, face a subutilização e todo desmatamento da fauna do semiárido, o umbu inclusive está em processo de quase extinção.
O Ecolume, por sua vez, através do projeto de Socioeconomia Verde, financiado pelo CNPq e em atividade desde o começo do ano, elegeu o umbu como uma Panc que deve ser replantada para fins de segurança alimentar em um cenário de adversidades globais das mudanças do clima. Ainda este ano, em parceria com os bancos de Germoplasma do IPA e com a escola Serta, 2 mil mudas de umbu serão replantadas. Dentre os conceitos defendidos pela rede, é possível comer Caatinga. Porém, para o conceito desta rede de pesquisadores, o comer Caatinga é somente uma parcela fundamental do mesmo sistema onde contribui para favorecer a soberania alimentar, mas também hídrica e energética.
A Ecolume vem defendendo que através do recaatingamento - replantio de plantas da Caatinga, estas já adaptadas geneticamente à escassez de água da região e ao clima seco -, é possível contribuir na segurança alimentar e na diversidade nutricional e gastronômica. E ainda estimular a implantação de arranjos produtivos locais com tal objetivo pelo sistema agrovoltaico com o uso da farta matriz energética solar para a irrigação. A rede defende que é possível comer Caatinga, legitimando o conceito das Panc, mas conceitua também que pelo uso de placas fotovoltaicas voltada para o recaatingamento, "planta-se água" e "irriga-se com o sol". Assim, o Ecolume defende a soberania alimentar, hídrica e energética.
Com este objetivo, um sistema agrovoltaico já está em andamento na escola Serta em Ibimirim, no sertão do Moxotó. A Ecolume também avançará a ação em outras cidades, como Araripina. Também começou a investir no trabalho de campo no semiárido através da viabilidade do necessário recaatincamento de outras Panc para a valorização do meliponário - cultura de abelhas nativas da Caatinga que são responsáveis pela polinização de plantas do semiárido. Dentre elas, a polinização da Quixaba ou Quixabeira, que pode ser utilizada para a fabricação de geleias, sucos, licores e cachaças. E ainda da Jurubeba, com potencial de ser conserva, bebida e até consumida in natura cozida com arroz. Além delas, há plantas medicinais como o Pau-fava e até a Faveleira que tem o grande potencial de ser transformada em biodiesel.
O IPA tem inclusive o mais antigo herbário do Nordeste. Nele contêm o maior acervo de plantas da Caatinga. A curadora deste herbário, Rita de Cássia destaca o trabalho do Ecolume para a valorização da fauna do semiárido com objetivo principalmente da busca da soberania alimentar, hídrica e energética em tempo de mudança climática. Ela, que coordena o Comitê Estadual da Caatinga, participará da palestra de Kinupp. O evento será conduzido pela coordenadora da Ecolume, Francis Lacerda, climatologista e doutora em Recursos Hídricos. O diretor de Pesquisa do IPA, Antônio Raimundo, também confirmou a sua presença. Além do IPA e do Serta, a rede do Ecolume também é composta pelo UFPE, Instituto Nacional do Semiárido, Embrapa, Instituto Federal do Sertão e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).

segunda-feira, 28 de maio de 2018

IPA é palco da 31ª reunião do Comitê da Caatinga/ PE



                                                               24 de maio de 2018

 
 




Cerca de 50 pesquisadores participaram da 31ª reunião do Comitê Estadual da Reserva da Caatinga / Pernambuco, coordenado pela pesquisadora do IPA Rita de Cássia. O evento foi realizado no Auditório Ruy Carlos do Rego Barros Ramos, na sede do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).
A reunião contou com palestra sobre Agricultura Sustentável no Bioma Caatinga, com pesquisador e doutor do IPA, Geraldo Eugênio de França, que falou sobre o ciclo de secas 2011 a 2017; a importância dos dados de previsões climáticas; abordou o atual cenário do nordeste brasileiro; tratou a cerca das atividades agropecuárias no bioma caatinga; e por fim destacou as opções estratégicas para o pequeno produtor do semiárido.
No segundo momento, o público teve a palestra sobre Fontes de Energia Alternativa no Semiárido de Pernambuco, com a pesquisadora e doutora do IPA, Francis Lacerda. Na apresentação, a pesquisadora comentou a respeito do projeto que faz parte, que cuida da garantia da segurança hídrica, alimentar e energética das pessoas que vivem no bioma caatinga, apesar das dificuldades climáticas. Nesse projeto e promovido o desenvolvimento socioeconômico local e a maioria da qualidade de vida das populações da região semiárida do Estado. No final da reunião foi aberto espaço para debates a cerca das palestras.   
Estavam presentes pesquisadores do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), da Universidade Federal Rural de PE (UFRPE), da Universidade Católica, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (ProRural), Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(Ibama), Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
 

Fonte: Núcleo de Comunicação do IPA


A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...