quinta-feira, 31 de março de 2011

Umbuzeiro, a árvore sagrada da Caatinga. O umbuzeiro pode chegar a seis metros de altura e ele tem uma raiz que é um reservatório de água. Os frutos são redondinhos e suculentos e sua colheita vai de janeiro a abril.


Na caatinga brasileira existe uma árvore que todo sertanejo conhece. É o umbuzeiro, batizado de a árvore sagrada do sertão.
Numa região no norte da Bahia, famosa pela guerra de Canudos, o Globo Rural visitou comunidades que transformam em doces o umbu, fruto do umbuzeiro.
Semi-árido baiano. A paisagem é típica: a caatinga, as cabras soltas no fundo de pasto e um umbuzeiro, batizado de a árvore sagrada do sertão. Quem deu esse título ao umbuzeiro foi o escritor Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, clássico da nossa literatura que narra a guerra de Canudos.
A estrada que parece não ter fim leva a Uauá, local onde ocorreu a primeira batalha da guerra de Canudos. As cenas são do filme de Sérgio Rezende. De um lado, estão os seguidores de Antonio Conselheiro. Do outro, está o Exército. O ano é 1996.
No filme em que José Wilker interpreta Antonio Conselheiro, o confronto de Uauá mostra que os partidários do beato venceram os soldados da recém proclamada república do Brasil.
No livro Os Sertões, Euclides da Cunha escreveu: Uauá figura-se um local abandonado. É um arraial com duas ruas que desembocam numa praça irregular. Hoje, o arraial virou uma cidade de 30 mil habitantes e a praça já não é mais irregular. No lugar, muito bem cuidado, fica a igreja matriz.
Mas a tradição não abandonou Uauá. A boiada ainda cruza a cidade. E o umbuzeiro, aquela árvore imortalizada por Euclides da Cunha, continua sendo uma das principais fontes de renda do sertanejo.
O umbuzeiro é uma planta típica do Nordeste. É parente da manga e do caju. Pode chegar a seis metros de altura. Tem copa larga. Os frutos são redondinhos e bem suculentos. Mas o que chama a atenção nessa planta são as raízes modificadas, as túberas ou batatas.
O seu Marcelino é craque em achar onde estão as batatas. “Essa é a batata do imbu e tem água”, disse.
A batata do umbu, ou imbu, é um reservatório de água para a árvore. Nos longos períodos de seca, a planta perde todas as folhas, mas sobrevive graças às batatas. Por isso, é tão preciosa numa região que sofre tanto com a falta de chuva. Os índios chamavam o imbu de árvore que dá de beber.
“Quando a gente andava no mato, no tempo do meu pai, caçando e estava com sede, ele dizia assim: está com sede? Eu respondia que estava. Então, vamos ver se não acha água. Aí, só fazia bater com machado e no lugar que roncava, tirava um cavador e logo arrancava uma ou duas. Aí, ele rapava bem rapadinho. Espremia na mão mesmo. Ali fazia água que tanto a gente bebia como comia com farinha”, contou seu Marcelino.
A água da batata do umbu lembra água de coco quando o coco não está muito doce. É gostosa.

Umbu from dds videos on Vimeo.

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