quarta-feira, 1 de abril de 2009

Para preservar a caatinga, Ibama/PE destrói fornos e CPRH fiscaliza carvoarias no São Francisco

Fornos em profusão: carvão ilegal é produzido em pelo menos 24
cidades de três estados e alimenta um fluxo mensal de 3 mil
caminhões. (Foto: arquivo EcoDebate)


Trinta e dois fornos que transformavam em lenha a vegetação da caatinga estão desativados por determinação da Polícia Militar e do Ibama. A destruição ocorreu há semana passada, durante operação coordenada pelo Ministério Público de Pernambuco, nas ilhas do Rio São Francisco, no Sertão de Pernambuco.
A ação, realizada segunda, terça e quarta, em Belém de São Francisco, a 455 quilômetros do Recife, resultou, ainda, em R$ 250 mil de multas e nove autos de infração aplicados. Os fiscais e policiais apreenderam 35 toneladas de carvão, dez motosserras, um caminhão, uma balsa e 300 estacas de sabiá – espécie nativa da caatinga – extraídas de área de preservação permanente.
Os autos de infração são relativos à falta de licença ambiental para a produção de carvão, transporte ilegal de produtos florestais e uso de motosserra sem registro. O coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, André Silvani, explica que o promotor Sergio Gadelha Souto tem realizado inspeções nas ilhas desde o ano passado. “Por isso coordenamos ação conjunta de combate ao desmatamento e fabricação de lenha ilegais”, explica.
As ilhas são consideradas áreas de preservação permanente, protegidas por legislação federal. “O desmatamento ocorrido nesses locais tem sido identificado por imagens de satélite pelo Ibama”, conta.
Segundo o chefe da fiscalização do Ibama em Pernambuco, Leslie Tavares, o trabalho identificou a migração da produção ilegal de carvão da região de Custódia para as Ilhas do São Francisco, após a operação realizada naquela região em setembro de 2008.
A produção de fornos sem licença ambiental foi organizada pela empresa Padre Cícero, que está sob investigação, e cuja produção era vendida para as siderúrgicas de Minas Gerais e Espírito Santo. O desmatamento indiscriminado da caatinga vem sendo a principal causa de desertificação de 15 milhões de hectares no Nordeste, diz Silvani.
A Polícia Militar disponibilizou 16 homens para o trabalho. “São áreas desapropriadas pelo governo federal para a inundação da barragem de Itaparica, mas os posseiros permanecem no local”, explica o capitão Cristiano Demétrius Pacífico, que acompanhou o trabalho.
Fonte: Jornal do Commercio, 28.03.2009 – Ciência e Meio Ambiente

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