quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Destaque de 2008: Centenário de João Vasconcelos Sobrinho

Professor João Vasconcelos Sobrinho



Por Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco


João Vasconcelos Sobrinho nasceu no dia 28 de abril de 1908, em Moreno, cidade da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco.
Pioneiro na área dos estudos ambientais no Brasil, é considerado uma das maiores autoridades em ecologia da América Latina.
Criou e dirigiu, por muito tempo, o Jardim Zoobotânico de Dois Irmãos — atual Parque de Dois Irmãos — inaugurado no dia 14 de janeiro de 1939, pelo então interventor de Pernambuco Agamenon Magalhães, no bairro recifense de Dois Irmãos.
Foi um dos responsáveis pela criação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), onde introduziu as disciplinas Ecologia Conservacionista (primeira do gênero ministrada no Brasil) e Desertologia, além de ter exercido também o cargo de reitor (1963).
Professor, engenheiro agrônomo e ecólogo conservacionista, Vasconcelos Sobrinho exerceu diversos cargos, entre os quais o de titular de Botânica da UFRPE; professor catedrático da cadeira de Botânica Tecnológica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); diretor do serviço de Inspeção Florestal e Proteção à Natureza de Pernambuco; diretor do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura - posteriormente denominado Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF); diretor do Centro Pernambucano da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza e consultor da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), foi um dos primeiros cientistas a alertar sobre a formação de deserto em algumas regiões brasileiras, sendo convidado para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação em Nairóbi, no Quênia. Também muito se empenhou na campanha pelo reflorestamento do pau-brasil e fundou a Estação Ecológica de Tapacurá (UFRPE).
O problema da desertificação passou a ser mais destacado a partir da década de 1970, quando Vasconcelos Sobrinho alertava que estaria surgindo no semi-árido brasileiro um grande deserto com todas as características ecológicas que conduziriam à formação dos grandes desertos hoje existentes em outras regiões do globo.
Publicou mais de vinte trabalhos, todos sobre ecologia e conservação dos recursos naturais, entre os quais podem ser destacados: Dicionário de termos técnicos de botânica (2.ed., 1945); As regiões naturais de Pernambuco, o meio e a civilização (1949), o seu livro mais conhecido; As regiões naturais do Nordeste, o meio e a civilização (1970); Ciência, religião sem dogmas (2.ed., 1973); Catecismo da ecologia (1979); Processos de desertificação ocorrentes no Nordeste do Brasil: sua gênese e sua contenção (1982); Desertificação no Nordeste do Brasil (coletânea de trabalhos publicados pelo Departamento de Planejamento de Recursos Naturais da Sudene, em 2002).
João Vasconcelos Sobrinho faleceu no dia 4 de maio de 1989, no Recife.
Em sua homenagem, a Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), desde 1990, criou o Prêmio Vasconcelos Sobrinho, um reconhecimento ao homem que, através de seu trabalho e ideal, despertou o sentimento de amor à natureza, disseminando a prática de ações objetivas de cuidados com o meio ambiente.
Também em sua homenagem, existe, na Serra dos Cavalos, em Caruaru, Pernambuco, o Parque Ecológico Professor João Vasconcelos Sobrinho, reserva estadual de Mata Atlântica, com uma área de brejo de 359 hectares.
(Fonte: Fundaj: Recife, 6 de maio de 2008.)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Aquecimento deixa planeta em alerta

Fazendeiro observa sua fazenda, gravemente atingida pela seca

Nos últimos 150 anos, a temperatura da Terra, segundo apontam pesquisas científicas, aumentou de forma nunca vista. O fenômeno preocupa o meio acadêmico, que prevê conseqüências catastróficas para o planeta, caso continue esquentando. É importante ter-se claro que variações climáticas – mesmo eventualmente bruscas – são comuns e fazem parte dos processos naturais. O preocupante, conforme o professor Jefferson Cardia Simões, do Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas (Nupac), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é a velocidade com que essas modificações no clima têm se processado nos últimos 10 anos. Ele afirma que nada similar ocorreu em 650 mil anos. Mas o que estaria provocando esse aumento tão rápido e intensivo do calor? Para o coordenador do Curso de Meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), professor Otávio Acevedo, – e também para grande parte da comunidade científica – é sem dúvida a ação do homem. A queima de combustíveis fósseis e outras atividade produtivas humanas aumentariam a concentração de gás carbônico (CO2) e metano (CH4) na atmosfera, potencializando o efeito estufa. Essa preocupação científica ganhou força mundialmente com a divulgação, em fevereiro de 2007, de um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) afirmando que a ação humana é, provavelmente, responsável por esse aumento na temperatura. De acordo com esse estudo, a probabilidade de o homem ser responsável pelo aquecimento global é de 90%. O relatório do IPCC indica um possível aumento de até 4,5ºC na temperatura terrestre. Segundo o texto, os efeitos já podem ser sentidos, e continuarão a atuar pelos próximos séculos, mesmo que a emissão de gases estufa pelo homem seja eliminada imediatamente.
(Fonte: André Crespani - Ambiente)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Apenas 5% de áreas de conservação do país têm gestão adequada

Foto: Parque Nacional do Ubajara

Das 299 unidades de conservação (UCs) espalhadas pelo país, apenas 16 têm gestão considerada satisfatória pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração dessas áreas, que somam quase 80 milhões de hectares de território.“Somente 5% das unidades estão no patamar da gestão consolidada, desejada”, reconheceu nesta quinta-feira (18/12) o presidente do Instituto, Rômulo Mello. Das unidades com “gestão consolidada”, apenas uma está situada na Amazônia: a Floresta Nacional de Tapajós (PA).Mais de 74% das UCs federais têm “processo insuficiente de gestão” ou “gestão mínima”, segundo dados do próprio instituto. Na prática, isso se reflete em casos como o do Parque Nacional Mapinguari, no Amazonas, em que apenas uma pessoa é responsável pela gestão dos mais de 1,6 milhão de hectares de floresta.Cálculos do ICMBio revelam a necessidade de R$ 3 milhões, em média, para consolidação de cada unidade de conservação. “Isso sem contar os custos da regularização fundiária”, comentou Mello ao detalhar o plano de reestruturação do Instituto, apresentado hoje pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.A estimativa inicial é que sejam necessários mais de R$ 700 milhões para consolidar todas as unidades. A meta é consolidar 60 UCs em seis anos e chegar a “condições dignas de gestão” em mais 110 até 2012.A ação mais imediata do plano será a instalação de 11 coordenações regionais do ICMBio, para aproximar as unidades da sede e reduzir a burocracia na administração das áreas. As instalações e pessoal para essas unidades “já estão sendo encaminhados”, informou Mello.As unidades regionais do ICMBio serão instaladas em Porto Velho (RO), Manaus (AM), Itautuba (PA), Belém (PA), Parnaíba (PI), Cabedelo (PB), Porto Seguro (BA), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Chapada dos Guimarães (MT) e Lagoa Santa (MG).Minc aproveitou a apresentação das medidas e anunciou para o início de 2009 a criação da unidade de conservação número 300: a Área de Proteção Ambiental da Serra da Meruoca (CE). O ministro também prometeu tirar do papel a Reserva Extrativista de Cassurubá (BA), que há anos é motivo de imbróglio entre grandes empresários de carcinicultura (criação de camarões) e pescadores artesanais da região do Arquipélago de Abrolhos.
(Fonte: Agência Brasil)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Consema debate questões ambientais em Petrolina

Foto: Ricardo Torres

O Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) chegou ao Vale do São Francisco. Nos dias 16 e 17 de dezembro, os conselheiros reuniram-se no Hotel do Grande Rio, em Petrolina (Avenida das Nações, s/n, Centro, Petrolina). No encontro, constou em pauta o debate acerca dos problemas ambientais nos sertões do São Francisco e Araripe. Entre as questões, destaque para a descarga de efluentes no Rio São Francisco e a derrubada de árvores para uso da lenha na calcinação da gipsita, utilizada na produção do gesso. O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Aristides Monteiro, fez a abertura da reunião na terça-feira (16), às 8h. Esta é a terceira reunião ordinária do Consema fora da Região Metropolitana do Recife. Outras duas foram realizadas em Caruaru, em outubro, e Salgueiro, em novembro. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, atende a proposta do Governador Eduardo Campos de interiorizar o desenvolvimento das ações. Assuntos como O Programa de Combate a Desertificação, Programa Florestal da Região do Araripe e apreciação do projeto de lei que institui o Sistema de Unidade de Conservação da Natureza, foram discutido durante o evento, este último foi aprovado pelo colegiado. O Consema voltará se reunir em Petrolina em novembro de 2009.
No mês de novembro foram apresentados os oito projetos de combate à desertificação que receberão financiamento do Fundo Estadual de Meio Ambiente (Fema) , durante a LIV Reunião do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), realizada em Salgueiro (PE). Os projetos receberão R$ 600 mil e favorecerão os municípios de Sagueiro, Terra Nova, Itacuruba, Cabrobó, Orobó, Bodocó, Belém do São Francisco, Ouricuri, Santa Cruz, Parnamirim, Araripina, Afrânio, Petrolina, Floresta, Granito, Ipubi, Moreilândia, Santa Filomena, Santa Maria do Cambucá e Trindade. (Foto: Evane Manço)
Segundo o secretário executivo de Meio Ambiente da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma), Aloysio Costa Júnior, R$ 600 mil ainda é pouco para o combate à problemática. “Mas se compararmos com os R$ 180 mil que o Governo Federal está destinando para projetos em diversos estados brasileiros, veremos que realmente em Pernambuco temos a intenção de enfrentar o problema”, disse. Os 20 municípios pernambucanos para os quais o edital de R$ 600 mil foi direcionado têm em seus territórios áreas suscetíveis à desertificação. Foram contemplados projetos que variam de R$ 40 mil a R$ 87 mil ligados ao monitoramento e controle ambiental; preservação e conservação dos recursos naturais renováveis; recuperação de áreas degradadas ou em processo de degradação; educação ambiental e divulgação; elaboração e implantação da Agenda 21; e pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para o desenvolvimento sustentável.
Veja aqui a lista dos Projetos aprovados: Resumo dos Projetos
(Fonte: Sectma)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Comitê realiza II Seminário para debater criação de reservas ambientais

Pedra do Cachorro indicada para Posto Avançado da RB

Com o objetivo de orientar as pessoas interessadas em criar uma Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN e incentivar a proteção do bioma Caatinga em Pernambuco, foi realizado ontem (10.12) o "II Seminário para Criação de RPPN", na cidade de São Caetano (PE), no Agreste do Estado. O encontro foi uma iniciativa do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga- CERBCAA/PE, do Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, e parceria com a Prefeitura Municipal de São Caetano.
Segundo o extensionista do IPA e Coordenador do CERBCAA/PE, Élcio Barros, para criar uma RPPN, além da documentação legal da propriedade e da elaboração de um mapa que delimite a região que pode vir a ser uma reserva particular, é necessário, ainda, entre outras exigências, um estudo técnico. Uma das RPPN de Pernambuco é a Pedra do Cachorro (foto acima), criada em 2001, em São Caetano. A reserva será indicada como primeiro posto avançado do Comitê Estadual da Biosfera da Caatinga em Pernambuco ainda este ano. O título será no ano que vem, durante as comemorações do Dia Nacional da Caatinga.
As RPPN são áreas de conservação ambiental, localizadas em terras privadas e reconhecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação como categorias de conservação. Atualmente, o Brasil possui 746 RPPN que, juntas, totalizam 583 mil hectares de área protegida, distribuídos em todos os biomas brasileiros, como na Mata Atlântica, por exemplo. Ao contrário dos parques nacionais, como o do Catimbau, onde o proprietário é desapropriado da terra, nas RPPN, é ele mesmo, e não a União, quem administra a área protegida.
Para Élcio Barros, "essas reservas são criadas pela vontade do proprietário da terra, que assume o compromisso de proteger a natureza". Além da proteção dos recursos hídricos e de possibilitarem o manejo dos recursos naturais e a realização de pesquisas científicas, nessas áreas podem ser promovidas atividades turísticas, recreativas e educativas, sempre focadas na manutenção do equilíbrio ecológico.
O evento reuniu no cinema da cidade, estudantes, pesquisadores, técnicos e a sociedade em geral, e contou com palestras do Representante do Instituto Chico Mendes-ICMbio, Luiz Guilherme Façanha e da bióloga da CPRH, Joice Vasconcelos, além do Prefeito de São Caetano, Jadiel Braga e do Secretário de Agricultura do Município. O proprietário da RPPN Pedra do Cachorro, Raimundo Guaraci, localizada no município de São Caetano, falou da importância de transformar a área em Reserva Particular.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A Seca no Sertão de Pernambuco - Guerra pela água

Fotos: Egberto Nogueira

O número de pernambucanos afetados pela estiagem este ano já passa de 450 mil. Para aliviar o sofrimento desse contingente, o Estado tem gasto, por mês, cerca de R$ 200 mil apenas com a contratação de carros-pipas. Dos 63 municípios que decretaram estado de emergência, apenas nove não estão sendo abastecidos com carros-pipas.
A face mais dura da seca que, este ano, castiga o Sertão de Pernambuco é a guerra pela água. O líquido salobro que a estudante Joana Ilari da Silva, 15 anos, retira todos os dias do chafariz, a alguns metros de casa, é a única opção para matar a sede da família. A água é imprópria para o consumo, mas o gosto ruim nem incomoda mais. “É uma água pesada. A gente bebe na marra, mas já se acostumou”, diz a avó da garota, Maria de Lourdes, 57. É isso, ou arrastar o jumento da casa por seis quilômetros no meio da caatinga para conseguir uma água um pouco melhor. Na comunidade de Oiticica, em Carnaubeira da Penha, a família já perdeu a esperança do carro-pipa. O socorro não chega lá, nem em outras 20 localidades do município, a 498 quilômetros do Recife. Durante quatro dias, o Jornal do Commercio percorreu cinco das 63 cidades que decretaram estado de emergência por causa da estiagem. Em todas, a população sofre a mesma sina. A falta d’água virou um drama diário.
Em Ipubi, no Sertão do Araripe, Maria Verônica da Silva, 28, precisa fazer uma escolha difícil, mas necessária. Ele deixa de tomar banho, para guardar água para a limpeza dos dois filhos. “Eles são muito calorentos. Precisam tomar banho todo dia”, justifica, como se fosse preciso explicar o cuidado com a higiene das crianças. Na última quinta-feira, quando o JC esteve em sua casa, toda a água armazenada não enchia uma moringa de 10 litros. Ela não tem cisterna nem dinheiro para comprar água. “Quando arrumo R$ 2, ainda dá para encher o tonel. Mas meu marido não trabalha e água é muito cara no Sertão”, diz. Verônica mendiga um pouco do líquido a um vizinho e outro. “Passar sede é tão ruim quanto sentir fome. Já devia estar acostumada, porque esse sofrimento tem todo ano.”
O agricultor João Pereira da Silva, 70 anos, também está calejado pela seca. Mas ainda peleja para manter de pé as duas vacas e um bezerro que tem no seu sítio. Bicho e homem teimosos. “Criar gado sem condições é pedir para sofrer”, diz João Grilo, como é conhecido na zona rural de Ipubi. Uma das vacas está tão magra que anda com dificuldade. “Se fosse vender hoje, não tinha quem quisesse”, resigna-se. Para não perder o pouco que tem, o agricultor se vira como pode. Como o pasto acabou e não existe dinheiro para ração, ele “engana” o gado com palha de milho seca. “É só o que eles comem. E uma vez por dia. Por isso, estão se acabando.”
Ipubi foi o primeiro município do Sertão a decretar estado de emergência. O prefeito da cidade, Francisco Siqueira, diz que, sem o carro-pipa, a zona rural morreria de sede. “A Adutora do Oeste só abastece a área urbana. O resto só com o caminhão.” Os 15 carros que, diariamente, percorrem as comunidades do município custam ao governo federal cerca de R$ 80 mil, além de outros R$ 15 mil à prefeitura.
A memória do coordenador da Defesa Civil da cidade, Fred Pereira de Souza, não falha: a última vez que caiu uma gota de chuva em Serra Talhada, a 410 quilômetros do Recife, foi no dia 17 de julho deste ano. De lá para cá, a situação tem se agravado e mais de 8 mil famílias estão sofrendo o flagelo da seca. São 147 localidades da zona rural com barragens e açudes secos e rachados. “A resposta que a gente pode dar é o carro-pipa”, reconhece o coordenador. O agricultor Luiz Izidoro Alves, 52 anos, vai buscar alento em outro lugar. Ele olha para o céu. E faz a previsão. “Se as primeiras chuvas começarem na costa do rio, é bom sinal. Agora se vier de frente, a esperança é pouca”, diz, garantindo que suas contas nunca deram errado. E provando que o sertanejo continua vivendo de fé e à espera da fartura trazida pelas águas.
(Fonte: JC Edição 10.12.08 - Ciara Carvalho)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Comitê da Caatinga , Prefeitura de S.Caetano e IPA promovem II Seminário para criação de RPPNS

Foto: RPPN Pedra do Cachorro - S.Caetano(PE)

O Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga - CERBCAA/PE, com o apoio da Prefeitura de São Caetano(PE) e do IPA-Instituto Agronômico de Pernambuco, realizam, na quarta-feira (10/12), na cidade de São Caetano (PE), o "II Seminário para criação de reservas particular do patrimônio natural (RPPN)."
O que é uma RPPN?
As Reservas Particulares do Patrimônio Natural, também conhecidas como RPPN, são áreas de conservação ambiental em terras privadas, reconhecidas pelo SNUC como uma categoria de Unidade de Conservação. A RPPN é criada a partir da vontade do proprietário, que assume o compromisso de conservar a natureza, garantindo que a área seja protegida para sempre, por ser de caráter perpétuo. O Brasil abriga hoje 746 RPPN federais e estaduais, abrangendo um total aproximado de 583.000 hectares protegidos, distribuídos em todos os biomas brasileiros.
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma categoria de unidade de conservação criada pela vontade do proprietário rural, ou seja, sem desapropriação de terra. No momento que decide criar uma RPPN, o proprietário assume compromisso com a conservação da natureza. Além de preservar belezas cênicas e ambientes históricos, as RPPNs assumem, cada vez mais, objetivos de proteção de recursos hídricos, manejo de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas cientificas, manutenção de equilíbrios climáticos ecológicos entre vários outros serviços ambientais. Atividades recreativas, turísticas, de educação e pesquisa são permitidas na reserva, desde que sejam autorizadas pelo órgão ambiental responsável pelo seu reconhecimento.
Programa do Seminário:
Data: 10 de dezembro de 2008
Horário: 8:00 às 12:00 h
Local: Auditório do Cinema de São Caetano
Palestrantes:
Abertura:

-Coordenador do Comitê Estadual da Reserva Biosfera Caatinga - CERBCAA/PE (Elcio Barros) e o Prefeito do Município de São Caetano (Jadiel Cordeiro Braga);
- Proprietário da RPPN "Pedra do Cachorro" Raimundo Guaraci Cardoso/GDMA
-Apresentações:IBAMA/ICMbio (Luiz Guilherme Dias Façanha) e CPRH( Jóice Vasconcelos);
-Debates;
-Encerramento.

Obs= Visita a RPPN "Pedra do Cachorro" distante 20 km da cidade de São Caetano. Haverá ônibus para os interessados.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Desmatamento: menos 72% até 2017


É muito pouco. O governo anunciou que o plano de metas para a redução do desmatamento na Amazônia é de menos 72% e o prazo é de oito anos. E até lá? O próprio presidente Lula disse em horário nobre que á preciso criar mecanismos mais eficazes de fiscalização e prevenção do desmatamento, “não adianta criar plano e depois deixar nas mãos de um pobre fiscal do Ibama que nem gasolina tem no carro”, disse. Pois é, o plano de metas não contempla outros biomas e há problemas em todos eles. Em oito anos não dá para saber se vai sobrar alguma coisa do cerrado ou da caatinga. Mas o ministro Minc disse que em 2010 o governo vai pensar em metas para estes biomas. Tudo é muito lento. Na Polônia começa a reunião para se construir metas contra as mudanças climáticas. No entanto, Alemanha, Itália e a própria Polônia já querem rever suas metas estabelecidas voluntariamente, fruto das pressões econômicas da crise. A tragédia de Santa Catarina pode nos ensinar muitas coisas. A principal delas é que postergar obras de prevenção de acidentes e não assumir compromissos de preservação MATA.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...