quinta-feira, 29 de julho de 2010

Impressões da visita a Argélia (1)





Crônica de Elcio Alves de Barros (*)

Por indicação do diretor presidente do IPA, Dr. Júlio Zoé de Brito, participei de uma missão do governo brasileiro, juntamente com outro colega do IPA e mais dois técnicos da CODEVASF à Argélia, no período de 18 a 25 de junho. O objetivo desta missão foi de prospecção de projetos na estruturação da cadeia produtiva de cítricos e combate à desertificação. Para isto participamos de várias reuniões com autoridades, produtores rurais e equipes técnicas de instituições públicas da Argélia assim como realizamos visitas de campo, com vistas a elaboração de proposta de cooperação técnica entre o Brasil e aquele país.
Nestas IMPRESSÕES DA ARGÉLIA vamos focalizar aspectos que observamos naquele país nem sempre restritos a área técnica, mas ao que me chamou atenção num país de história e costumes tão diferentes do nosso, como deve ser um país de maioria mulçumana.
O primeiro estranhamento foi no aeroporto Charles De Gaulle, quando da troca de avião, em Paris. Tive que tirar os sapatos na hora do embarque para Argel, apenas recusei os protetores oferecidos pelo policial e passei pelo detector de metais calçando minhas próprias meias. Na volta de Argel, fiscalização mais rigorosa: passamos por sete barreiras policiais e vimos que grupos de policiais andam fortemente armados pelo aeroporto Francês.
Bem, nesta maneira de escrever você notam que não estou seguindo ordem cronológica. Mas, vou tentar seguir.
Chegamos no sábado à tarde em Argel. Dia parecido com nosso domingo aqui. O setor de comércio abre parcialmente. O dia sagrado para os mulçumanos é a sexta-feira, fecha tudo (na Argélia, nem tanto, como eu veria na sexta-feira seguinte). Não há shopping Center, nem supermercados. Existem mercearias especializadas: umas vendem apenas produtos de limpeza, outras alimentos industrializados, outros só vendem frutas e assim por diante.
Esquecemos de trocar nosso dinheiro pela moeda local, somos os primeiros a chegar, eu e Hildeberto, colega do IPA. Poucos restaurantes abertos. Visitamos uns três e além da dificuldade de comunicação não aceitam outra moeda que não o dinar local. No último, uma pizzaria (para não sermos surpreendidos pela comida local) o proprietário fala inglês muito bem, e surpreendentemente, não aceita nossos euros, mas diz que poderemos pagar no próximo dia quando trocarmos nosso dinheiro. No final da refeição nos dirigimos ao balcão para sabermos o valor da conta e deixarmos o “vale” assinado. Nova surpresa o proprietário faz a soma e no final pega a nota e nos entrega. Viva a confiança! Viva a pizza globalizada!

(*) Engenheiro Agrônomo e Coordenador do Comitê Estadual da Caatinga/PE

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