Hoje reconhecidamente um dos biomas mais ricos do Brasil, a caatinga do semiárido nordestino é também o menos protegido: só 2% de sua área se encontram em unidades de preservação.
Das 5.344 espécies de plantas registradas na região, cerca de 320 são endêmicas - ou seja, restritas somente àquele bioma.
O lembrete foi feito na 62ª reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), realizada em julho último em Natal, no Rio Grande do Norte.
Os biólogos Maria Regina Vasconcellos, da Universidade Federal da Paraíba; Ana Maria Harley, da Universidade Federal do Espírito Santo; e Miguel Rodrigues, da Universidade de São Paulo, apresentaram dados de pesquisas para explicar a biodiversidade - especialmente botânica - das caatingas brasileiras e mostrar por que elas devem ser preservadas.
Pelo fato de a caatinga ter condições climáticas muito particulares - como chuvas irregulares -, as espécies botânicas adaptadas ao semiárido também são muito características. Suas árvores são em grande parte caducifólias, ou seja, suas folhas caem durante o período seco para evitar a perda de água.
A família mais presente na caatinga é a de plantas leguminosas. "São 320 espécies divididas em 86 gêneros", aponta Harley.
Considerada até o final dos anos 1980 um bioma de pouca biodiversidade, a caatinga tem hoje 45% de sua área alterados pelo homem, segundo Vasconcellos. "Esse reconhecimento tardio de sua riqueza natural, aliado a um índice ainda baixo de preservação, gera perda de diversidade biológica e também fenômenos como a desertificação", alerta a bióloga.
Desmatamento - Atividades que mais impactam o bioma da caatinga são o desmatamento (para lenha), queimadas e a criação de caprinos, que colaboram para o desaparecimento de espécies herbáceas, elemento de maior diversidade biológica da região. Grande parte dessas plantas aparece apenas durante os dois ou três meses de chuva, o que revela sua fragilidade naquele bioma.
Para conter essa rápida devastação, Vasconcellos sugere um trabalho nas escolas focado na valorização da caatinga. " Também temos tentado fazer valer a proteção ambiental nas RPPN (Reservas Particulares do Patrimônio Natural), uma vez que a maior parte da área da caatinga está localizada em fazendas e sítios", comenta.
(Fonte: Diário do Grande ABC)
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