O bioma Caatinga, um dos mais vulneráveis e originais do mundo continua sendo devastado, segundo o Ministério do Meio Ambiente. No Ceará, em particular, houve uma diminuição no ritmo do desmatamento, em 2009, se comparado ao período 2002-2008, mas ainda assim não dá para ter tranquilidade de que essa tendência de redução permaneça.
Em números absolutos foram devastados, em 2009, um total de 440,19 km², contra os 646,71 km², em média, verificados entre 2002 e 2008. Isso corresponde à soma das áreas de Fortaleza e Maracanaú juntos.Ao todo, 1.921 km² de Caatinga foram destruídos em um ano.
Há quem questione que o número total seja decorrente exclusivamente da ação predatória. Aí poderiam estar incluídas áreas permitidas de manejo florestal. Talvez. Mas, isso não torna menos grave o fenômeno já que estamos lidando com um bioma único no planeta. Por se localizar no semiárido, submetido a um clima causticante e à carência hídrica marcante, seu ecossistema é mais frágil e altamente vulnerável aos condicionantes de ordem climática e de intervenção humana, com uma incidência cada vez maior de desertificação.
O Ceará é o segundo (o primeiro é a Bahia) predador deste tipo de bioma entre dez estados com ocorrência de Caatinga. Dos 20 municípios brasileiros campeões em devastação desse bioma quatro são cearenses. A lista estadual, na verdade, soma dez municípios (em ordem decrescente): Boa Viagem, Pedra Branca, Icó, Quixeramobim, Santa Quitéria, Hidrolândia, Granja, Russas, Madalena e Independência.
Já se sabe quais são as maiores causas do desmatamento: produção de lenha e carvão. Com o desmatamento, dá-se a erosão do solo e a consequente desertificação, que já ocupa partes ponderáveis do semiárido nordestino.
Enfrentar essa questão é possível com vontade política, educação, tecnologia e crédito. É preciso encontrar alternativas econômicas viáveis para substituir as ações predatórias com vistas à subsistência das populações que dependem dessas práticas para sobreviver. Estudos realizados apontam as soluções. Resta aplicá-las e salvar um bioma cuja riqueza está encantando cada vez mais os pesquisadores.
(Fonte: O Povo Online)
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