Tradição passada de pai para filho, o aboio está presente na rotina dos homens que ganham a vida tangendo gado.
O aboio é um canto nordestino que os vaqueiros usam para contar suas histórias e a dos seus companheiros, e que está presente no dia a dia dos homens que ganham a vida tangendo gado na Caatinga. O aboio acompanha os vaqueiros nas atividades diárias e no meio da Caatinga é usado para reunir o gado. Deroaldo de Carvalho, o Seu Deiró, é vaqueiro desde os 13 anos, herdou a profissão do pai e aprendeu a aboiar ainda menino. Ele garante que os animais conseguem compreendê-lo. “A gente coloca os apelidos nos animais e eles atendem por aquele apelido, igual a uma pessoa”, diz. “Cada vaca tem seu apelido e quando a gente chama, tem algumas delas que chegam ao ponto de berrar”, revela.
Não se sabe a data exata de quando surgiram os primeiros aboios, o certo é que na lida com o gado ou no encontro com os companheiros de profissão, o canto próprio dos vaqueiros sempre está presente. Quando os vaqueiros aboiadores se encontram, há sempre o desafio: um improvisa alguns versos, outro responde e assim a reunião vai ficando animada.
Entre tantos aboiadores, há somente uma mulher: Adelina Maria da Conceição, a Dona Adelina, dona de casa e esposa de vaqueiro. Ela aprendeu sozinha a arte de entoar o canto do sertão. “Eu ouvia no rádio, eu via vaqueiro aboiar, aí fui entoando na cabeça, foi me dando aquela invocação, e aí nesse dia eu comecei”, conta.
As letras dos aboios na maioria das vezes fala do universo do homem que trabalha no meio da Caatinga. José Fagner, ou Zezinho Aboiador, é um apaixonado pelas toadas e se inspirou em outros aboiadores para fazer desta profissão o seu modo de vida. “Desde menino que eu comecei a escutar Vavá Machado e Marculino, comecei a me identificar com isso, comecei a observar que era o que eu queria, que era o meu sonho”, lembra. “Escutar estes homens me deu muita inspiração e comecei a fazer um repente, me inspirando neles – no Galego Aboiador também – e hoje é um prazer muito grande para mim poder fazer estes repentes”, revela.
A cultura do aboio não é ensinada na escola. Ela é passada de pai para filho, de avô para neto. Luiz Eduardo, de quatro anos, e seu primo Eric Fernando, de seis, são netos de Seu Luiz Antônio dos Santos, vaqueiro há 50 anos, e que não esconde o orgulho de ver os meninos seguindo seus passos. “A gente fica contente. É uma semente que a gente está plantando e que quero colher bem colhida. Com fé no poder de Deus, eles vão seguir. Vão estudar, vão ficar melhor que eu. Vão estudar e seguir a vida do campo, se Deus quiser”, espera.
(Fonte: Bahia Rural e Lagoa Nova destaque)
O aboio é um canto nordestino que os vaqueiros usam para contar suas histórias e a dos seus companheiros, e que está presente no dia a dia dos homens que ganham a vida tangendo gado na Caatinga. O aboio acompanha os vaqueiros nas atividades diárias e no meio da Caatinga é usado para reunir o gado. Deroaldo de Carvalho, o Seu Deiró, é vaqueiro desde os 13 anos, herdou a profissão do pai e aprendeu a aboiar ainda menino. Ele garante que os animais conseguem compreendê-lo. “A gente coloca os apelidos nos animais e eles atendem por aquele apelido, igual a uma pessoa”, diz. “Cada vaca tem seu apelido e quando a gente chama, tem algumas delas que chegam ao ponto de berrar”, revela.
Não se sabe a data exata de quando surgiram os primeiros aboios, o certo é que na lida com o gado ou no encontro com os companheiros de profissão, o canto próprio dos vaqueiros sempre está presente. Quando os vaqueiros aboiadores se encontram, há sempre o desafio: um improvisa alguns versos, outro responde e assim a reunião vai ficando animada.
Entre tantos aboiadores, há somente uma mulher: Adelina Maria da Conceição, a Dona Adelina, dona de casa e esposa de vaqueiro. Ela aprendeu sozinha a arte de entoar o canto do sertão. “Eu ouvia no rádio, eu via vaqueiro aboiar, aí fui entoando na cabeça, foi me dando aquela invocação, e aí nesse dia eu comecei”, conta.
As letras dos aboios na maioria das vezes fala do universo do homem que trabalha no meio da Caatinga. José Fagner, ou Zezinho Aboiador, é um apaixonado pelas toadas e se inspirou em outros aboiadores para fazer desta profissão o seu modo de vida. “Desde menino que eu comecei a escutar Vavá Machado e Marculino, comecei a me identificar com isso, comecei a observar que era o que eu queria, que era o meu sonho”, lembra. “Escutar estes homens me deu muita inspiração e comecei a fazer um repente, me inspirando neles – no Galego Aboiador também – e hoje é um prazer muito grande para mim poder fazer estes repentes”, revela.
A cultura do aboio não é ensinada na escola. Ela é passada de pai para filho, de avô para neto. Luiz Eduardo, de quatro anos, e seu primo Eric Fernando, de seis, são netos de Seu Luiz Antônio dos Santos, vaqueiro há 50 anos, e que não esconde o orgulho de ver os meninos seguindo seus passos. “A gente fica contente. É uma semente que a gente está plantando e que quero colher bem colhida. Com fé no poder de Deus, eles vão seguir. Vão estudar, vão ficar melhor que eu. Vão estudar e seguir a vida do campo, se Deus quiser”, espera.
(Fonte: Bahia Rural e Lagoa Nova destaque)
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