A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse hoje (5) que o governo federal assinará nos próximos dias o primeiro lote de conversão da dívida externa para criação do Fundo da Mata Atlântica e da Caatinga. Isabella informou que ela e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgarão na próxima quinta-feira (12) os detalhes do acordo do movimento de conversão da dívida do Brasil com os Estados Unidos, no valor de US$ 23 milhões, que será usado para a conservação da biodiversidade desses biomas.
O anúncio foi feito durante o lançamento do Movimento Empresarial pela Proteção e Uso Sustentável da Biodiversidade, promovido pelo Instituto Ethos, em parceria com as empresas Alcoa, CPFL, Natura, Philips, Vale e Walmart. A ministra destacou a importância da mobilização do empresariado para tratar da questão da biodiversidade e afirmou que “nenhum desenvolvimento econômico ocorrerá se não houver cuidado com as questões climáticas e o uso sustentável dos recursos naturais”.
"A questão da conservação da biodiversidade é essencial para aquilo que o planeta discute como novo modelo de economia no século 21, que é segurança energética, alimentar e climática. Essa mudança de mentalidade e abordagem e esse adensamento de empresários e sociedade civil vai propiciar um debate sobre sustentabilidade em outro patamar”, disse.
Segundo o gerente executivo de políticas públicas do Instituto Ethos, Caio Magri, o grupo de empresários pretende construir uma agenda positiva sobre a conservação dos recursos naturais, promovendo painéis de discussão entre membros da sociedade civil. Até setembro devem entregar ao governo e aos candidatos à Presidência da República uma carta com as propostas. “Gostaríamos muito que o governo ouvisse as sugestões, que esse movimento vai apresentar tanto para o posicionamento de Nagoya quanto políticas públicas que promovam o uso da biodiversidade de forma sustentável no nosso país”.
O movimento aproveita o fato de 2010 ter sido eleito pela Organização das Nações Unidas (ONU) o ano da biodiversidade, que também será tema da COP 10, a 10º Conferência da Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, em Nagoya, Japão, em outubro deste ano. O evento discutirá a convenção da biodiversidade e estabelecerá metas de uso e conservação para 2020.
“Cada vez mais as empresas, que têm engajamento na agenda de responsabilidade sócio-ambiental, têm se preocupado em avançar nos temas, que são os grandes desafios e com esse movimento querem dar visibilidade à discussão sobre a biodiversidade. O Brasil é liderança no mundo em biodiversidade e os países do Sul precisam articular uma agenda conjunta para promover a biodiversidade como riqueza e estratégia para inserção dos povos importantes para a própria conservação dos recursos naturais”.
Durante o evento a ministra do Meio Ambiente informou que o governo está negociando também a criação de um imposto de renda ecológico. “Faremos isso para tentarmos criar uma nova modalidade de instrumento financeiro para ter mais recursos para a conservação da biodiversidade. É uma discussão técnica, que nós estamos fazendo inicialmente no governo, mas que toda a indicação é a de que temos viabilidade para o debate. Vamos ver se conseguimos evoluir essa conversa ainda este ano”.
(Fonte: Da Agência Brasil)
Caros colegas.
ResponderExcluirÉ com prazer que descobri este movimento em prol da preservação desse bioma, que reputo ,o mais difícil de se conseguir uma regeneração adequada, tanto natural quanto ajudada ( plantada, replantada, enriquecida).
Trabalho há mais de dez anos com projetos e implantação de PRADs, nas áreas do Cerrado/ florestas de transição, florestas subcaducifólias, APPs, RLs, no Estado de Goiás ( e sul do TO).
Aqui, em cinco a oito anos temos conseguido , primeiro a formação do dosséis de pioneiras - capoeiras-, que aos poucos estão se transfornamdo em cerrados abertos altos e matas de transição. O regime das chuvas , o banco de germoplasmas ainda existente nas áreas, a consiência de uns poucos e a Lei, sobretudo o receio do peso das Leis ambientais, tem ajudado e muito.
Sou de Irecê, Eng. Agrônomo, Pós Graduado e vivo por aqui há 37 anos, ( a família do meu Pai é do sertão do Araripe) e todo ano ando por ai( até Juazeiro do Norte).
Nas minhas andanças, não vejo uma área tão antropizada como a microregião de Irecê. Dá dó.
O que mais preocupa, são dois fatores: pesquisa e concientização dos produtores rurais.
Sei que pouco se tem sobre a regeneração da caatinga, produção de mudas nativas, banco de sementes, legalização das Reservas Legais etc. e fico satisfeito, quando encontro pessoas iguais a vocês, preocupadas, tentando fazer de um trabalho formiguinha, uma luta sem quartéis nem quadrantes, que não sejam aqueles da preservação, regeneração e respeito por este Bioma.
Estou aposentando. Quero me manter na atividade preservacionista, sem xiitismo. Sou também produtor Rural e sei das dificuldades de quem está do outro lado da trincheira.
Se puder colaborar de alguma forma, estou às ordens.
Wélinton Alencar - alencarwf@yahoo.com.br