Dia Nacional da Caatinga: Codevasf investe em estratégias de conservação do bioma brasileiro
O apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (Codevasf) às ações voltadas para a conservação da Caatinga é destaque neste 28 de abril, quando
se comemora o Dia Nacional da Caatinga.
A empresa, por meio do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do rio
São Francisco, tem apoiado estratégias técnico-científicas que promovem a
conservação e o uso sustentável desse bioma, exclusivamente brasileiro, que
ocupa 11% do território nacional.
Ações dessa natureza estão sendo desenvolvidas nos Centros de
Referência em Recuperação de Áreas Degradadas, como o Centro da Universidade
Federal de Alagoas (CRAD/UFAL), campus de Arapiraca, e o da Universidade Federal
do Vale do São Francisco (CRAD/Univasf), implantados com apoio financeiro da
Codevasf/Ministério da Integração Nacional (MI).
“O principal objetivo desses centros é desenvolver modelos para
recuperação de áreas degradadas, promover a capacitação para a formação de
recursos humanos e disseminar práticas de recuperação e desenvolvimento
sustentável como: produção de mudas, plantio, tratos silviculturais,
capacitação, dentre outros”, afirma o engenheiro florestal da Codevasf, Camilo
Cavalcante de Souza. “O apoio da Codevasf foi fundamental para estruturação dos
centros oferecendo instalações adequadas para a produção de conhecimento e
desenvolvimento dos modelos de recuperação”, finaliza.
No CRAD/UFAL,
pesquisadores do campus Arapiraca estudam a propagação do mandacaru,
xique-xique e da coroa-de-frade. O objetivo principal dessa pesquisa é a
manutenção da variedade genética dessas cactáceas que são símbolos da Caatinga. “Nosso trabalho visa à reprodução
desses cactos em laboratório e, posteriormente, a sua propagação vegetativa e
plantio para garantir a variabilidade genética das espécies no ambiente natural.
Nos últimos anos, devido a grande seca, a ação de extrativismo dessas cactáceas
tem sido muito grande, principalmente para uso na alimentação animal,
ornamentação e no caso da coroa-de-frade, que é utilizada na culinária exótica.
Como são plantas que crescem muito lentamente, diversas áreas tiveram essas
populações de cactáceas praticamente dizimadas. Nesse sentido, estamos tentando
reproduzi-las para formar um banco de matrizes e depois retorná-las para o
plantio no ambiente natural”, explica José Vieira Silva, professor da
Universidade Federal de Alagoas (CRAD/UFAL), campus de Arapiraca. Ouça:
http://bit.ly/1QyQDOn
Herbário Vale do São Francisco
Outro trabalho de conservação e preservação da caatinga está sendo desenvolvido pelo
CRAD/Univasf. No local, encontra-se instalado o Herbário Vale do São Francisco
(HVAS), onde há amostras vegetais da Caatinga que, além de contribuir com o
conhecimento científico sobre a flora da região, auxiliam na elaboração de
projetos de recuperação de áreas degradadas.
“É importante destacar o apoio da Codevasf para a implementação
dos CRADs na bacia do São Francisco, porque, naquele momento, em 2007, tínhamos
muita informação fragmentada sobre a biodiversidade da caatinga. Com o incentivo da Codevasf,
conseguimos construir esse herbário, que é uma coleção de plantas científicas
muito importante para os estudos do bioma. Isso só foi possível porque a
Codevasf compreendeu a importância da criação dos CRADs”, afirmou o professor e
botânico José Alves de Siqueira Filho. Saiba mais: http://bit.ly/1XVbZeB
Um dos trabalhos desenvolvidos
pelo centro, em 2012, foi a obra “A flora das caatingas do rio São Francisco: história
natural e conservação”. A publicação, além de contribuir com o conhecimento
científico em relação à preservação do bioma, resgata uma história natural da
convivência do homem com o semiárido brasileiro. “O livro foi um esforço de
quase 100 pesquisadores de 40 instituições de pesquisa do país, entre elas o
Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (CRAD) da Univasf. Ele conta com 552
páginas e 13 capítulos. O trabalho juntou toda informação sobre o bioma da caatinga que estava fragmentada, num
documento único, resultando no mais completo registro científico já realizado
sobre o ecossistema Caatinga”, ressalta
Siqueira Filho. “A gente teve a honra de ser agraciado pelo prêmio Jabuti 2013
na categoria Ciências Naturais”, finaliza. Ouça: http://bit.ly/1SycYxN
A publicação tem contribuído com a geração de conhecimentos
técnico-científicos relacionados à conservação da água, solo e recursos
florestais que são a base para o desenvolvimento de programas de recuperação de
áreas degradadas. Mais informações sobre a obra estão disponíveis no site do
CRAD/Univasf: http://www.univasf.edu.br
Sobre o bioma
A Caatinga ocupa
uma área de cerca de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do
território nacional. Engloba os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas
Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de
aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas.
Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente
dos recursos do bioma para sobreviver. A atuação da Codevasf alcança o
território das bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim,
regiões onde é forte a presença desse bioma.
Veja fotografias no perfil da Codevasf no
Flickr:
https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157667437092435/with/25973388813/
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Ouça a matéria especial da Rádio Codevasf:
Fonte: Codevasf
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