quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ICMBio quer criar corredores ecológicos para salvar macacos ameaçados de extinção



Macaco Prego - Foto Crédito: RuySalaverry

A criação de corredores ecológicos no Nordeste é a melhor opção para impedir o desaparecimento do macaco-prego-galego (Cebus flavius) e do guariba-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul), duas espécies de primatas originários da Mata Atlântica nordestina ameaçados de extinção pela crescente redução de seu habitat.

O analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e coordenador de uma pesquisa sobre o tema, Marcos Fialho, informa que a proposta deverá ser incluída no plano de ação para preservação dessas espécies, a ser apresentado em breve pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB) e pela Diretoria de Conservação de Biodiversidade (Dibio) do Instituto Chico Mendes.
A sugestão de criação dos corredores é resultado de um estudo, realizado entre 2006 e 2009, no qual pesquisadores do CPB, com apoio do Ibama da Paraíba e de Alagoas, mapearam as populações de macacos-prego-galego e de guaribas-de-mãos-ruivas em vários estados brasileiros situados ao norte do Rio São Francisco a fim de identificar a situação desses animais, descobrir as causas que os têm levado à extinção e propor sugestões de políticas de conservação para as espécies.
A devastação e a fragmentação do habitat é o principal motivo, segundo o estudo, da redução do número de primatas no Nordeste. As informações coletadas em campo sustentam também uma série de outras sugestões para preservação dos macacos, incluindo aí um projeto que visa a promover um forte trabalho de educação ambiental entre as populações da região da zona da mata e do agreste nordestino, muitas das quais caçam macacos para se alimentar deles.
Apesar de o estudo com um diagnóstico preliminar sobre a situação dessas espécies ter sido apresentado no I Seminário de Pesquisa e Iniciação Científica do ICMBio – realizado em Brasília, entre os dias 26 e 28 de agosto, com o título “Pesquisa em conservação da biodiversidade: experiências e desafios” –, os dados do trabalho ainda estão em fase de sistematização e sua conclusão depende da realização da 14ª expedição, prevista para ocorrer ainda este ano.
A expedição, segundo Fialho, servirá para os pesquisadores confirmarem a ocorrência das duas espécies de primatas em três remanescentes de Mata Atlântica no Estado de Alagoas. “Temos o relato de que eles estão lá, mas queremos confirmá-lo visualmente”, disse. A pesquisa evidenciou a existência de vários empecilhos à sobrevivência dos macacos, dentre os quais, em primeiro e em segundo lugares, respectivamente, destacam-se o desmatamento e a caça de filhotes para serem vendidos como animais de estimação ou usados como alimento.
O mapeamento das espécies faz parte de um projeto maior, em curso no CPB, intitulado “Primatas do Norte da Mata Atlântica e Caatinga”, o qual inclui também estudos sobre a espécie guigó (Callicebus) nos Estados de Sergipe e da Bahia.

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