terça-feira, 19 de julho de 2011

Caatinga: Povoado em PE busca sobrevivência por meio da extração ilegal de madeira.

Até a década de 1940, quase todo mundo em Caroalina vivia do caroá. A planta gera uma fibra boa e resistente, que, no passado, já sustentou cidades inteiras.
Atividade em cidade pernambucana depende do corte de árvores nativas.


Antes do desenvolvimento da indústria têxtil, em meados dos anos 40, a população tirava o sustento da venda de fibra do caroá, planta da família do abacaxi, utilizada na fabricação de cordas. Mas, com a chegada das fibras sintéticas, a fábrica que utilizava a matéria-prima produzida no povoado foi fechada e atualmente, a planta é usada apenas por algumas mulheres que fazem artesanato.
Sem alternativa, a população de Caroalina viu no carvão a principal opção para a subsistência de suas famílias. O problema é que a atividade depende do corte de árvores nativas da caatinga, que só pode ser feito com autorização prévia do governo. São poucas as pessoas no povoado que têm essa autorização.
(Fonte: Globo Rural - 17/07/11)

sábado, 16 de julho de 2011

Projeto busca formas de garantir a permanência das famílias em Canudos.

A cidade, na Bahia, palco da guerra no final do século 19, foi reconstruída mais de uma vez. Hoje, ainda é um dos municípios mais pobres do Brasil.

A cidade de Canudos, na Bahia, palco da guerra no final do século 19, foi reconstruída mais de uma vez. Hoje, ainda é um dos municípios mais pobres do Brasil.
Para mudar essa realidade, a Universidade do Estado da Bahia, criou o Projeto Canudos, com a participação de mais de 40 organizações.
No fim do século 19, um homem magro, de barba e cabelos longos chegou a Canudos pregando o fim da injustiça social.
“Canudos era uma cidade trevo. Tinha estrada para todos os lados. Era um lugar de movimento. Ele pensou em se estabelecer no lugar com os seguidores”, explica o documentarista Claude Santos.
O pequeno grupo virou uma multidão em volta de Antonio Conselheiro. A revolta popular se transformou em guerra.
“Na realidade, se queria consolidar a República. Grupos políticos estavam brigando, querendo derrubar Prudente de Morais. O povo de Canudos paga por isso”, avalia o documentarista.
O conflito acabou quase um ano depois com uma população dizimada e uma cidade destruída.
“Os sobreviventes da guerra voltaram e começaram a reconstruir a cidade no início do século 20”, completa Santos.
No final da década de 90, a cidade reconstruída foi alagada com a criação de um açude. Com Canudos debaixo da água, pouco sobrou do cenário da guerra.
“Ficou o Parque de Canudos, que é uma zona um pouco afastada. A universidade preservou esse sítio histórico arqueológico e fez pesquisas”, explica Luiz Paulo Neiva, coordenador do Projeto Canudos.
A Universidade do Estado da Bahia trabalha há 25 anos para manter esse patrimônio.
“Quando entram no parque, as pessoas se defrontam com o sentimento da guerra. Nós temos o Vale da Morte, uma espécie de um cemitério militar. Nós temos o auto da favela, o local principal aonde a quarta expedição chegou e colocou a sua artilharia para atingir Canudos. Nós temos a fazenda velha e os hospitais de sangue. Enfim, esses sítios todos estão demarcados”, diz Paulo Neiva.
São mais de mil hectares de história, abertos à visitação e com entrada gratuita. “É o único palco de guerra estudado e delimitado do nosso país. Tem uma visitação razoável com cinco mil pessoas por ano”, explica Santos.
A 13 quilômetros do parque e da cidade submersa, nasceu a atual Canudos, a 410 quilômetros de Salvador. No centro, o Memorial Antônio Conselheiro abriga parte do acervo da guerra.
Durante uma estiagem, o açude secou e os arqueólogos conseguiram recuperar objetos importantes, como as seringas dos hospitais da guerra.
“Sempre que foram encontradas, todas as seringas estão em caixinhas de ferro, que dá para jogar o álcool, jogar o fogo e esterilizar”, diz a arqueóloga Cleonice Vergne.
São armas e munição com mais de um século. “Em seguida, você pode transformar esses bens patrimoniais, arqueológicos ou históricos em áreas de visitação turística, desde que essa visitação reverta em subsídios econômicos para as comunidades locais carentes”, lembra Cleonice.
A guerra aconteceu há mais de cem anos. Mas a luta do povo agora é contra a pobreza e o atraso sócio econômico. A cidade tem um dos piores índices de desenvolvimento humano do país. Mudar essa realidade é o atual desafio de Canudos.
“Nós refletimos com a comunidade a ideia de promover um desenvolvimento que fosse fundado na eficiência econômica, mas também fundado na equidade social e na prudência ecológica. O Projeto Canudos nasce com a ideia da promoção de um desenvolvimento sustentável não como modismo, mas como um desenvolvimento sustentável próprio, com cara dessa região e com voz do povo dessa região”, diz Paulo Neiva.
Uma vez por mês, uma enorme roda se forma para discutir problemas e procurar soluções. São 43 representantes da sociedade civil que, unida, começa a reescrever a própria história.
“Meu negócio é roça. Se for lá me encontrar, você vai me ver de botina e todo maramanhado. Eu só ando sujo. Eu gosto é de roça”, diz o morador.
O morador Domingos Humberto Macedo passou boa parte da vida fora da terra natal. Os filhos continuam longe. “Futuramente, eu melhorando, quero que eles voltem para ficar comigo”, planeja.
“A estratégia principal é da participação da população. Com isso, juntamos o conhecimento técnico e o conhecimento popular para trabalharmos para que a gente possa estudar os problemas e as potencialidades, desenvolver pesquisas e estudos, mas em todas as áreas do desenvolvimento”, explica Paulo Neiva.
O projeto tem cerca de 30 pesquisadores e professores. Canudos vive praticamente da banana. Todo ano, os produtores enfrentam o mesmo problema.
“A ideia seria que a gente montasse um sistema integrado entre produção orgânica, mudança do sistema de irrigação, localizando a água, e o manejo orgânico para que a gente pudesse avaliar os efeitos do vento sobre essa nova condição. Nos últimos dois anos, não houve tombamento de plantas”, diz Paulo Neiva.
Em breve, os 300 pequenos agricultores poderão adotar as mudanças da unidade teste.
O açude Cocorobo, criado para abastecer mais de 20 municípios, atinge apenas uma parte de Canudos. A quantidade de peixe também diminuiu radicalmente.
“É uma média de 60 toneladas ao mês. Depois da implantação da pesca predatória, hoje mesmo a produção não chega a dez toneladas por mês”, calcula Evaldo da Silva, presidente da colônica dos pescadores.
Uma solução imediata foi implantar a criação de peixe em cativeiro. “A piscicultura vem a somar com a pesca artesanal, facilitando os estoques se recuperarem. A quantidade de pescadores na atividade vai diminuir. Eles vão estar cuidando dos tanques. Os estoques naturais vão se recuperar”, diz Lucemario Xavier Batista, professor do curso de engenharia de pesca.
A meta é instalar dez tanques para cada pescador.
O agricultor Lúcio Conceição Santos passou por capacitação técnica do projeto e ensina os vizinhos um novo método de fazer ração. A energia elétrica e a água do açude não chegam a casa dele. “A seca é um fenômeno da natureza. A gente não consegue acabar com a seca, mas aprende a conviver com ela”, diz.
São alternativas que o Projeto Canudos ajudou a executar. Adubo orgânico, cisterna e a mata nativa preservada ajuda a proliferar as abelhas na região. Pelo menos duas vezes ao dia, eles se aventuram na mata.
Trinta apicultores produzem cem toneladas por ano. “A apicultura não trabalha só com a atividade prática. Nós precisamos de desenvolvimento técnico. Então, o Projeto Canudos conta também com o profissional dessa área. Temos certeza que através do projeto nós podemos agregar mais valor no produto”, diz João Evangelista, presidente da Associação dos Apicultores.


O Projeto Canudos se preocupa com a formação das crianças. A idéia é melhorar a qualidade das aulas e apresentar uma educação que valorize a história e a cultura da região.

(Fonte: Programa AÇÃO - Rede Globo)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Novo calango é encontrado na caatinga.

Descoberta recente do Tropidurus jaguaribanus na região sertaneja cearense mostra haver no Estado uma biodiversidade pouco conhecida e explorada em pesquisas científicas.
Uma nova espécie de lagarto é cientificamente reconhecida e enriquece a biodiversidade do sertão cearense (Foto: Arquivo Pessoal)


Na região sertaneja, mais especificamente nas localidades do Vale do Jaguaribe, região leste do Ceará, foi encontrada uma nova espécie de lagarto. A descoberta foi reconhecida cientificamente em junho com a publicação do trabalho no periódico Zootaxa, da Nova Zelândia.
Dentro de um projeto maior do Núcleo Regional de Ofiologia (Nurof-UFC), os professores universitários Daniel Cassiano e Daniel Cunha iniciaram, em 2008, uma comparação entre as espécies de lagartos popularmente conhecidos como calango-de-lajeiro.
Na região jaguaribana já foram localizadas um total de três espécies diferentes, porém, durante a análise, os professores universitários perceberam diversidades em cor e tamanho, além de outras especificidades, em um desses lagartos.
A diferença está na presença, no meio do dorso do animal, de uma única faixa clara longitudinal. Além disso, dentre as espécies do grupo, esta parece apresentar o maior tamanho.
Durante o período de dois anos, envolvendo pesquisa, conclusão e envio dos resultados para revistas científicas, os pesquisadores tiveram a contribuição da coleção da flora do laboratório da Universidade de São Paulo (USP), que enviou para eles duas das três espécies usadas na comparação.
Ao final do trabalho, os autores constataram que em meio a rochas e caatinga, há uma biodiversidade rica nas terras secas cearenses pouco explorada e estudada no Estado.
O novo lagarto foi registrado cientificamente como Tropidurus jaguaribanus, mas, assim como as outras três espécies já existentes, ele continuará sendo chamado e conhecido na região sertaneja como o calango-de-lajeiro.

Pesquisa

O Nurof-UFC mantém uma constante análise da biologia dos répteis e anfíbios das três regiões do Nordeste (serra, litoral e sertão), tendo como foco principal o estudo do veneno das serpentes (ofidismo).
Além de pesquisas científicas, que muito auxiliam na redução dos índices de acidentes com animais peçonhentos no Ceará, o Núcleo promove ações de extensão, como educação ambiental para a população rural e estudantil.
Ele foi criado em 1987 para atender as funções destinadas ao Núcleo de Ofiologia da região Nordeste e somente sob a coordenação de Diva Maria Borjas, iniciada em meados da década de 1990, que o ramo de suas pesquisas estenderam-se das cobras a todos os répteis e também aos anfíbios.
Segundo Cassiano, embora os trabalhos envolvendo os répteis do Ceará ainda sejam escassos e concentradas nas regiões serranas e no litoral, ele acredita que já estão aparecendo outros núcleos de pesquisa que não o Nurof-UFC.

Fique por dentro

Pesquisas da UFC

O calango remete-se ao nome comumente dado ao lagarto do gênero Tropidurus, conhecido pelo porte pequeno, hábitos diurnos, rápidos movimentos e vivência em locais secos. No Nordeste brasileiro, três espécies já foram encontradas (Tropidurus oreadicus, Tropidurus torquatus e Tropidurus itambere) e, este ano, mais uma foi descoberta por pesquisadores da UFC. Trata-se da Tropidurus jaguaribanus, o novo calango-de-lajeiro.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Projeto resgata cultura sertaneja.

Alunos do 1º ano do Ensino Fundamental da Escola Modelo, em Iguatu (CE), conhecendo sobre aspectos sociais e culturais do sertanejo, que é desconhecido por muitos. O objetivo é fortalecer a tradição nordestina.

Apesar de viverem em cidades do interior, muitas crianças têm uma vida com características urbanas. Moram nas cidades e se divertem com jogos eletrônicos, sem conhecerem brincadeiras, modos de produção e de vida do sertão. O passado, mesmo recente, é desconhecido para milhares de adolescentes. Com o objetivo de mostrar um pouco da realidade social e cultural do sertanejo, a Escola Modelo de Iguatu desenvolveu o projeto Coisas do Sertão, que permitiu resgatar aspectos históricos e atuais das atividades diárias na zona rural.
Na véspera das festividades de São João, as atividades também estiveram voltadas para a cultura musical nordestina, danças típicas, trajes e instrumentos musicais. Os alunos do 1º ano do Ensino Fundamental da instituição tiveram a oportunidade de conhecer sobre os modos de vida do sertanejo, do trabalhador rural, da dona de casa, do vaqueiro e da lavadeira de roupas. Em um cenário típico, montado na escola, os alunos saborearam chás do sertão e o cafezinho tradicional, feito de pó de café pilado em pilão antigo de madeira, passado na hora. As bebidas foram servidas com o delicioso chapéu de couro, uma iguaria feita de massa de milho, ovo, açúcar e canela.

Cotidiano sertanejo

Houve representação do homem do campo com seu cantil de cabaça para levar água para a roça, a engomadeira no ferro a brasa, a costureira trabalhando na máquina manual, o pescador, o vaqueiro com suas vestimentas pesadas e resistentes de couro. A ideia foi da professora Joana Custódio da Costa, que há mais de 20 anos alfabetiza crianças, na unidade de ensino. "Percebi que instrumentos de trabalho, que até pouco tempo eram usados, desapareceram das casas e as crianças de hoje sequer conhecem o modo de vida do sertanejo", disse a docente. "O nosso objetivo foi resgatar essas coisas".
Até no aspecto cultural, as antigas cantigas desapareceram e o tradicional forró pé de serra cedeu espaço para as bandas eletrônicas que invadem as rádios e fazem o gosto dos jovens. Pouco se conhece do ritmo original do baião, xote e arrasta pé. Na véspera do São João, o projeto procurou também resgatar canções das décadas de 1950 e 1960.
O encerramento das atividades não poderia ter sido diferente. Um animado forró pé de serra alegrou as crianças, mas o curioso é que alguns dos alunos tiveram oportunidade de conhecer e tocar um pouco dos instrumentos que forma o regional musical: o pandeiro, a sanfona e o triângulo, com orientação de músicos locais. O arrasta-pé ao som do forró "Sala de reboco" concluiu com muita animação o projeto de atividades sociais e culturais voltado também para a temática das questões ecológicas, debatidas durante o último mês de junho. A professora Joana Custódio observou que o importante do projeto é a participação ativa das crianças que vestidas de forma caracterizada, fizeram dramatizações e deram explicações sobre o bioma Caatinga, instrumentos musicais e ferramentas de trabalho da roça.
"A nossa vegetação precisa ser preservada, valorizada, mas ainda é muito desconhecida", frisou Joana. "Infelizmente, a cada ano, avança o desmatamento". A docente espera que as futuras gerações protejam o meio ambiente e vivam de forma sustentável.

MAIS INFORMAÇÕES

Escola Modelo de Iguatu

Rua Santos Dumont, S/N - Centro

Região Centro-sul

Telefone: (88) 3581.1622

(Fonte: Honório Barbosa - Diário do Nordeste)

domingo, 10 de julho de 2011

O maior ritmista do país

Há 90 anos nascia Jackson do Pandeiro, o artista que cantou a realidade do povo e influenciou gente como Gilberto Gil, João Bosco, Chico Buarque e Lenine.

Por: William Costa

No dia 31 de agosto de 1919, nascia em Alagoa Grande, no Brejo Paraibano, José Gomes Filho, primogênito do casal formado pelo oleiro José Gomes e a cantora de coco Flora Mourão, cujo codinome, Jackson do Pandeiro, marcaria para sempre a história da música popular brasileira.
Jackson do Pandeiro é considerado não só o artista de recursos vocais sofisticados, de jeito alegre e malandro, mas o maior ritmista do país. Junto com o pernambucano Luiz Gonzaga, cantou a realidade do povo pobre do Nordeste e foi, nas décadas de 50 e 60 do século passado, um ídolo nacional.
No tempo em que sua fina e negra estampa brilhava nos palcos do país, principalmente os do Rio de Janeiro, fez o povo esquecer a tristeza advinda da vida difícil, cantando os sucessos eternizados nos discos que gravou nas cinco gravadoras pelas quais passou, em cinquenta e quatro anos de carreira.
Ouvindo-o nos shows ao vivo, nos discos, pelas ondas do rádio e, posteriormente, pela tela da televisão, o povo dançou ao som contagiante de músicas como 17 na corrente, Coco do Norte, O velho gagá, Vou ter um troço, Sebastiana, O canto da ema e Chiclete com banana.
A história da sua carreira artística reforça a herança da influência negra na música nordestina - via cocos originários de Alagoas - que lhe permitiu sempre com o auxílio de um pandeiro na mão se adaptar aos sincopados sambas cariocas e à música de carnaval em geral.
Jackson do Pandeiro fez escola, influenciando artistas e movimentos. Entre os seus inúmeros devotos figuram artistas de épocas e estéticas as mais diversas, como Gilberto Gil e Alceu Valença, João Bosco e Zé Ramalho, Chico Buarque e Lenine, Raul Seixas e Gabriel, o pensador.
Que o diga Badu, produtor e músico do Clã Brasil, de João Pessoa, um dos grupos assumidamente "jacksoniano". "Jackson era afinadíssimo, cantava brincando, e um grande ritmista. Ele e Luiz Gonzaga, à época, eram verdadeiros heróis. Jackson é a nossa referência técnica", destacou.
Homenagens - Uma série de homenagens pelos 90 anos de nascimento de Jackson do Pandeiro estão sendo realizadas no município de Alagoa Grande, terra natal do artista, nesta segunda-feira, promovidas pelo Governo do Estado, através do jornal A União, a Prefeitura Municipal de Alagoa Grande e Associação Cultural e Recreativa Anjo Azul. Shows musicais, exposições de artes plásticas e artesanato, espetáculos de teatro, visitas ao memorial e oficinas são os principais eventos da programação.
(Fonte: O Nordeste)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Parque Nacional de Sete Cidades completa 50 anos de criação.


Parque Nacional de Sete Cidades - Foto divulgação: IBAMA
De acordo com vários historiadores brasileiros, as formações encontradas no Parque Nacional de Sete Cidades abrigaram a nação indígena Tabarana, formada pelas tribos dos Quirirus e dos Jenipapos. A área dominada por este grupo se limitava ao norte pela região costeira, a oeste pelo rio Parnaíba, ao sul pelo rio Poty e a Leste pela Serra da Ibiapaba.

O Parque Nacional de Sete Cidades completa este ano 50 anos de criação. O parque é uma Unidade de Conservação federal, integrante do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio.
Foi criado em junho de 1960 em virtude, principalmente, da existência de formações geológicas de grande beleza cênica (fotos abaixo).
O parque tem cerca de 6.221 hectares e encontra-se numa zona de transição, tendo características de caatinga e cerrado, bem como fauna e flora destes dois biomas. Localiza-se nos territórios dos municípios piauienses de Pirucuruca e Brasileira, no norte do estado, distante cerca de 190 km da capital, Teresina. É aberto à visitação com possibilidade de visualização das principais formações rochosas.
As formações geológicas se distribuem em sete sítios principais que levaram à denominação de Sete Cidades, por serem descritas como sete cidades de pedra. Essas formações têm formas as mais diversas que lembram desde animais, como a pedra da tartaruga e a pedra do elefante, até figuras humanas, como a cabeça de D. Pedro.
Além dos atrativos geomorfológicos, há também outros atrativos como as cavernas e as inúmeras e diversificadas pinturas rupestres espalhadas pelo paredões de pedra, incluindo representações de figuras humanas, animais e, até, figuras polêmicas que lembram discos voadores, por exemplo. Há, ainda, cachoeiras e piscinas naturais em seu interior.
Por fim, temos a função genuinamente ecológica do parque, que é a proteção dada à fauna e flora presentes na área da unidade. A flora compreende espécies como o Pequi, a faveira, o jatobá, o Angelim, entre outros. No que diz respeito à fauna, também bastante diversificada, encontram-se, dentre outras espécies, jacu, paca, veado, tamanduá, cutia e onça suçuarana. Em relação aos aspectos ecológicos vale ressaltar a importância de instituições como a Universidade Federal do Piauí, que realiza pesquisas na área do parque.
Como se vê, Sete Cidades é um parque de grande beleza cênica e importância ecológica, cheio de riquezas e atrativos que o tornam, sem sombra de dúvidas um dos mais belos parques do estado do Piauí e do Brasil. Vale a pena conhecer essa preciosidade natural, caminhar pelos seus 12 km de trilhas e apreciar esta que é uma das muitas riquezas do estado. (Fonte: 180graus.com)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A Reserva Serra das Almas.

[Serra+das+Almas.jpg]
Reserva Serra das Almas está localizada em Cratéus (CE).

Por Roberto Macêdo (*)

Há mais de uma década, quando, juntamente com um grupo de pessoas motivadas por Samuel Johnson, um empresário norte-americano que resolvera doar uma área para preservação da Caatinga em retribuição aos ganhos que tivera em sua atividade de extração da cera da carnaúba no Ceará, aceitei o desafio de me dedicar ao trabalho de recuperação de áreas degradadas da Caatinga.
Muita gente pode até não acreditar, mas em pleno semiárido cearense existem lugares de natureza exuberante, com rica fauna e flora próprias da Caatinga. A Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), situada no município de Crateús, é um deles, sendo um exemplo de como se adotando medidas adequadas de manejo a recuperação se manifesta em toda sua potencialidade e diversificação.
Em uma área com mais de seis mil hectares, que possui três nascentes, essa reserva abriga centenas de espécies vegetais, que vão do jatobá e da aroeira a macambiras e croatás. Entre os animais identificados até o momento, circulam livremente veados, onças, jacus e periquitos, totalizando 45 espécies de mamíferos, 237 espécies de aves, 44 espécies de répteis e 34 espécies de anfíbios.
Além da preservação em si, a Serra das Almas desenvolve um trabalho junto às comunidades do seu entorno visando a educação ambiental e a geração sustentável de renda. A reserva desenvolve ainda atividades de produção de mudas, de pesquisa e difusão ambiental, contando com trilhas interpretativas e alojamentos para pesquisadores e visitantes.
Os conhecimentos acumulados e a experiência adquirida com a Reserva Serra das Almas, levou a Associação Caatinga, sua mantenedora, a contribuir para a expansão dos conceitos de preservação e de conservação do bioma caatinga e a combiná-los com estratégias de desenvolvimento sustentável.
São muitos os projetos e programas em execução, desenvolvidos com base no modelo da Serra das Almas, dentre os quais destaco: Sertão Verde – programa que alia a conservação da natureza ao desenvolvimento local (Bovespa); Apoio e incentivo à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (Funbio e Prefeitura de General Sampaio); Caatinga Preservada - implementa o Programa de Incentivo à Conservação em Terras Privadas na Caatinga (MPX, Aliança da Caatinga e TNC – The Nature Conservancy); No Clima da Caatinga – mitigação de efeitos do aquecimento global através de ações de conservação da Caatinga (Petrobras + 24 parceiros); Embarque nas Trilhas da Caatinga – capacitação e fortalecimento para o turismo na RNSA e entorno (TAM).
Como se vê, a sensibilidade de cidadãos e de empresas, com relação à importância da preservação e conservação da caatinga, na ótica do desenvolvimento sustentável, aumenta a cada dia. Tanto que cada vez mais pessoas e empresas participam do elenco de patrocinadores de projetos, mostrando que a causa da recuperação da caatinga já é bem mais do que um sonho. Sinto-me orgulhoso de fazer parte dessa transformação. (Fonte: O POVO Online/OPOVO/Opinião)


(*) Roberto Macedo é empresário

terça-feira, 5 de julho de 2011

Conheça a Arara-azul-de-lear.

Ela já esteve criticamente ameaçada de extinção e hoje sobrevive na região de Jeremoabo, no sertão da Bahia. A arara-azul-de-lear tem a bochecha amarelada e é menor do que outras espécies.

A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma ave da família Psittacidae, originalmente encontrada nas matas brasileiras, hoje é vista raramente e o seu estado de conservação é crítico. Pode ser encontrada no interior do estado da Bahia.
Essa arara torna-se madura para a reprodução aos 3 anos e sua época reprodutiva é entre novembro e março. Normalmente nascem 2 filhotes por vez e a gestação dura em torno de 30 dias. Depois do nascimento das araras azuis, elas ficam cerca de 3 meses no ninho sob cuidado dos pais, até se aventurarem no primeiro voo.
Restrita à caatinga baiana, na ecorregião do Raso da Catarina, mais precisamente nos municípios de Canudos, Euclides da Cunha, Jeremoabo, Monte Santo, Santa Brígida, Paulo Afonso, Sento Sé e Campo Formoso, a Arara-azul-de-lear é uma das aves brasileiras menos conhecidas e mais ameaçadas de extinção. As ameaças à espécie vão desde a captura e comércio ilegal dessas aves até à intensa perda de habitat, ocasionados pela derrubada da mata nativa por atividades agropecuárias de subsistência, principalmente a criação de caprinos e o cultivo de milho.
As áreas de alimentação são determinadas por concentrações de palmeiras licuri (Syagrus coronata) em meio a árvores mais altas, isso se dá pelo fato de que o bando de Araras-azul-de-lear fica pousado em uma árvore alta enquanto indivíduos (sentinelas) partem para uma vistoria no local de alimentação e só depois o bando todo vai ao local para uma última conferência, e aí sim podem descer às áreas e desfrutar dos cocos de licuri nas árvores ou caídos no solo, o principal item na alimentação dessas araras. Além do licuri, utilizam também os frutos de pinhão, umbu e mucumã. Por vezes foram avistados bandos de araras forrageando em plantações de milho, o que acarreta conflito com agricultores, resultando em abate de aves nessas regiões. Em contrapartida, as criações de cabras na região ameaçam a recomposição natural da vegetação, pois as cabras usualmente devoram as mudas nativas.
Com a chegada das chuvas no final do ano, inicia-se a época reprodutiva. Os casais se separam do resto do bando e fazem seus ninhos em cavidades, nos íngremes paredões de arenito, onde os poucos casais reprodutores criam seus filhotes, numa média de dois por período reprodutivo. Existem dois sítios de nidificação e dormitório, um em Canudos, na região conhecida como Toca Velha, uma RPPN de propriedade da Fundação Biodiversitas e em Jeremoabo, ao sul da Estação Ecológica do Raso da Catarina, unidade de conservação federal administrado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Bastante semelhante à Arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), a Arara-azul-de-lear é mais arisca, nitidamente menor, com uma plumagem mais desbotada, sendo o dorso e a cauda azul cobalto. Uma exceção em relação às outras araras-azuis é o fato de não dormirem empoleiradas, e sim em fissuras dos cânions, onde chegam aos finais de tarde, fazendo estardalhaço e sobrevoando aos bandos até acomodarem-se.
É conhecida cientificamente há 150 anos, mas seu território de ocupação foi descrito há apenas 30 anos. Estima-se que ainda existam cerca de 1000 indivíduos na natureza, isso graças aos esforços voltados para a sua conservação, pois a Arara-azul-de-lear continua criticamente ameaçada de extinção. Esse alto grau de ameaça, aliado ao baixo grau de conhecimento dos comportamentos naturais da espécie, o que dificulta a sua reprodução em cativeiro, justificou a criação no ano de 1992 do “Comitê para Recuperação e Manejo da Arara-azul-de-lear”, cujos integrantes juntamente com o IBAMA, e recentemente o ICMBio, através do CEMAVE (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade), representam instituições nacionais e internacionais de pesquisa e visam a perpetuação da espécie através da elaboração de planos de manejo em cativeiro, conservação, reprodução, reabilitação e, se possível, reintrodução da espécie. (Fonte: Wikipédia)

sábado, 2 de julho de 2011

Boqueirão da Onça : o parque que virou mosaico.

Paisagem no Boqueirão da onça: pressão contra o parque nasceu na Bahia selvagem e chegou à Brasília burocrata. Os estudos atuais em negociação com o ICMBio, Ministério das Minas e Energia e governo da Bahia não falam mais em um grande parque. Foto: Celso Calheiros (O Eco Reportagens)

Boqueirão da Onça (BA) - Era uma vez um parque. Uma ideia de parque, na verdade. O plano era dar proteção integral a cerca de 900 mil hectares no coração da Caatinga. O parque no Boqueirão da Onça sonhado fica em uma região de difícil acesso, com terra pouco valorizada, poucas estradas (nenhuma pavimentada) e com pouca gente em volta – três habitantes por mil quilômetros quadrados. Perfeito para a conservação.

A necessidade de se criar áreas de conservação na Caatinga é real. É o bioma em região de semiárido com maior diversidade de espécies no mundo – e também o mais populoso. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente divulgados esse mês, sua vegetação original perdeu mais de 45% com desmatamento. No último período, o bioma perdeu 1.921 quilômetros quadrados.
O coordenador do bioma Caatinga no ministério do Meio Ambiente, João Arttur Seyffarth, conta que apenas 1,4% da região tem unidades de conservação com proteção integral. “E a maior parte tem pouca estrutura”, reconhece.
Para os moradores do Boqueirão da Onça, a eletricidade ainda está chegando, a televisão é novidade de poucos, celular nem pensar. A flora é complexa e a fauna está em casa. A região está no sertão baiano, próxima do Lago de Sobradinho e, desde que anunciaram os estudos para criação de um parque, em 2002, perdeu cobertura verde e ficou menor. Apareceram mineradoras interessadas no subssolo, empresas de energia eólica disputam o vento e o valor da terra triplicou.
A pressão nasceu na Bahia selvagem e chegou à Brasília burocrata. Os estudos atuais em negociação com o ICMBio, ministério das Minas e Energia e governo da Bahia não fala mais em um grande parque. Os trabalhos preveem a criação de um mosaico de unidades de conservação com uma área de 117 mil ha como monumento natural, 420 mil ha como área de proteção ambiental (APA) e um pedaço de 317 mil ha para o parque nacional.

Mosaico ou retalhos?

A criação do mosaico é um arranjo que tenta a agradar a gregos e troianos. Pela definição legal, a APA é unidade de uso sustentável e permite sua exploração; o monumento natural pode ocorrer em área privada e prevê atividade recreativa e turística; já o parque nacional é terra pública, não pode ser ocupado e garante aos brasileiros uma área de conservação.
O mosaico nasceu da pressão de mineradoras e empresas geradoras de energia eólica. A prova dessa afirmação está nos desenhos dos estudos para criação do parque, de preferência comparando antes e depois da descoberta de jazidas de minério e de vento. O que era parque perdeu áreas para a mineração. As regiões onde estudos prometem vento capaz de mover aerogeradores se transformaram em APA.
O desenho do mosaico é provisório, adverte o coordenação de Criação de Unidades de Conservação do ICMBio, Nelson Yoneda, responsável pelo levantamento do memorial descritivo da região, etapa necessária para o encaminhamento que pretende tirar o parque Boqueirão da Onça do papel. Falta ainda o parecer do governo da Bahia.

Pressão por terras para gerar energia

Rico em vegetação e animais, singular na paisagem, o Boqueirão da Onça é terra de sertanejos – e isso é, antes de tudo, uma sorte. Povo simples, homens e mulheres talhados pelo trabalho no campo e também abertos ao próximo. A região é endereço de pequenos criadores, agricultores familiares, garimpeiros e boiadeiros. No meio rural, a notícia de estudos para um parque já chegou e é vista de forma tranquila, pela maioria. O desenho do mosaico, no entanto, excluiu as áreas das comunidades de fundo de pasto (uma tradicional propriedade coletiva, descrita como tal e com seus direitos garantidos na Constituição do Estado da Bahia).
Nas cidades, a conversa é outra. Entre os proprietários de terras ou herdeiros de centenas de hectares, o gosto pela especulação agrária chegou. O hectare que podia ser comprado por R$ 30 se valorizou, primeiro, com o sonho de uma indenização por causa da chegada do parque e, depois, com o interesse de empresas de energia eólica. Participantes das reuniões sobre os estudos do desenho do parque passaram a ser assediados, como relatou o professor Renato Garcia Rodrigues, da Univasf. “Todos queriam saber onde o parque começava e até onde iria”.
Com a chegada das primeiras empresas de energia eólica, as propostas de arrendamento de pequenas áreas para instalação de torres de medição de vento e a perspectiva de um parque eólico, se tornaram a bola da vez.; Os proprietários informam que a instalação de cada torre de medição gera um contrato de arrendamento da terra de R$ 1,8 mil por ano. Se vier a ser instalada uma torre com aerogerador, seu ganho passaria para R$ 5 mil/ano por cada torre. Um parque eólico suporta cerca de 150 torres. Na melhor das hipóteses, terra passaria a render R$ 750 mil/ano, apenas com o aluguel de pequenas áreas.
Como são mais de sete grandes empresas em disputa pelos melhores pontos, os donos de terras apareceram com suas escrituras (algumas muito antigas, outras incorretas) ou mesmo sem elas. O ex-prefeito de Sento Sé Joaquim Domingos da Silva, “seu” Quinzinho, conta que o preço do hectare está em R$ 100 e pode subir. Gosta da energia eólica e descrê do Parque Boqueirão da Onça. “A energia é que vai trazer estradas, desenvolvimento”, argumenta. “O povo de Sento Sé já foi deslocado com a construção de Sobradinho. Não deveriam fazer isso de novo”.
Com o valor da terra sendo multiplicado por três, a ganância chegou antes do progresso. Há denúncias de grilagem, ameaças da líder de fundo de pasto, escrituras sem correspondência com a realidade e briga entre herdeiros. O professor Edgar Souza Lopes, oficial de registro de imóveis aposentado, conta que, agora, os negócios com terras só se concretizam depois do georeferênciamento por empresa especializada.

Energia dos ventos

Enquanto o parque ou mosaico não saem da fase de estudos, as empresas de energia eólica mantêm o cronograma de atividades. Sete empresas foram citadas na região. São elas a Brennand Eólica, Casa dos Ventos, Eólica Tecnologia, BioBrax, Sany, Energisa e Segóia. Os representantes da empresas foram procurados e apenas dois retornaram, mas evitaram conceder entrevista. Quem se prontificou a dar todos os esclarecimentos foi o dirigente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Ricardo Simões, que logo expôs sua preocupação com a Caatinga. “Como nossa atividade ocupa apenas 3% da área e é compatível com a conservação, nossos interesses não são conflitantes”, argumentou.
Ricardo Simões trabalha no setor de energia e faz distinção do seu modelo gerador. “Nossa fonte é limpa, renovável, não produz efeito estufa e é amigável com a atividade agrícola ou pecuária”. Considera a especulação uma consequência natural da valorização da terra. Desconhece casos de grilagem e para tanto utiliza um raciocínio. “Nosso setor é muito técnico e só quem detém o conhecimento sabe o local onde as empresas têm interesse”.
O diretor da ABEEólica afirmou que os negócios que estão sendo promovidos com os donos da terra terminam por contribuir com a regularização fundiária da região. “Muitos não possuem escritura e precisam regularizar seus documentos. Tudo deve estar legal, os tributos passam a ser pagos”. Ricardo Simões afirma que as empresa não pressionam comunidades, com as de fundo de pasto. “Todos têm de concordar em obter uma renda, ou nós não podemos instalar torres”.

Verde e branco

O Boqueirão da Onça é a cara da Caatinga em uma de suas manifestações mais exuberantes. O bioma tem uma beleza que precisa ser descoberta. Muitas vezes sua flora é arbustiva, outras cheia de árvores. Na época das chuvas, é verde vivo. No tempo da seca, as plantas dispensam as folhas como estratégia para poupar energia. A mata fica branca, resiste ao sol e à escassez de água.
Um dos inventários feitos pelo Centro de Recuperação de Áreas Degradas (Crad) da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), em 2006, mostra a importância do Boqueirão com suas espécies endêmicas, raras e algumas ameaçadas. Em números brutos, a região possui 932 espécies de plantas, 380 exclusivas da região. O Boqueirão da Onça tem suas curiosidades. Há momentos em que no meio da Caatinga aparece um Cerrado, na Serra do Mimoso.
Outro estudo de pesquisadores do Crad compara imagens do satélite Landsat feitas em 2000 e 2009 e faz um estudo capaz de identificar áreas de degradação vegetal. Ao analisar a área em 2000, o estudo estima “em 89% a cobertura vegetal no grau de transição a conservada e 11% áreas degradadas”. A análise é grave: “Houve aumento da substituição da cobertura vegetal por atividades econômicas de caráter criminoso e clandestino”, escrevem os pesquisadores liderados pelo professor José Alves Siqueira.
A fauna é rica e inclui onça pintada. O maior dos felinos das Américas está por lá. A presença de onças representa um indício de qualidade do habitat, explica a pesquisadora Cláudia Bueno de Campos. “Como a onça é um predador no topo da cadeia alimentar, sua presença significa que os outros animais que servem de alimento para ela vivem lá e encontram seu alimento na região”, explica a bióloga.
O trabalho de Cláudia Campos para o Centro Nacional de Pesquisas e Conservação de Mamíveros Carnívoros (Cenap) já registrou imagens das onças através de armadilhas fotográficas. Ela é outra admiradora da riqueza biológica da região e defende iniciativa pela conservação rigorosa do Boqueirão da Onça.
Além de onças, o Boqueirão também abriga veados e raposas, encontrados até nas estradas. Os primeiros estudos do ICMBio registraram grande diversidade de espécies, mesmo sem levantamento faunístico. Araras vermelhas, sabiás-gongás, picapauzinhos, abelhas raras e espécie endêmica de anuros.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

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