sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Manejo florestal ajuda a conservação da Caatinga.


O manejo florestal constitui uma das principais alternativas para ajudar a conservação da Caatinga,
bioma característico da região



Projeto deve capacitar 300 famílias de agricultores de quatro assentamentos do Piauí, incentivando a preservação da caatinga


por Globo Rural On-Line

O manejo florestal constitui uma das principais alternativas para ajudar a conservação da Caatinga, bioma característico da região
Quatro assentamentos da Instituição Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Piauí, serão beneficiados por uma ação pioneira no país: a assistência técnica diferenciada para o manejo florestal como fonte de renda e preservação da caatinga, bioma da região.
A ação é fruto de um contrato assinado nesta segunda-feira (22/8) pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), com a Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional (Fadurpe). A entidade venceu um processo licitatório e vai elaborar planos de manejo florestal nos assentamentos e prestar assistência técnica em atividades florestais.
Na primeira fase, a Fadurpe vai atender 70 famílias em três assentamentos no município de Lagoa do Sítio e Serra do Batista, no município de Valença. A expectativa do projeto é beneficiar 300 famílias de agricultores do Território Rural do Vale do Sambito.
"Este contrato é fruto de uma articulação feita com o SFB na perspectiva da sustentabilidade nos assentamentos. É uma ação inovadora no Piauí, e é também a primeira nesta modalidade no país", ressalta o superintendente do Incra/PI, Evandro Cardoso. "Nossa meta é expandir esta ação para outros assentamentos, tendo como fundamento a produção de maneira sustentável, de forma que a ação seja incorporada à rotina das famílias assentadas", completa.
Em 60 dias, a Fadurpe entrega a caracterização geral da situação ambiental e socioeconômica de cada assentamento selecionado. O contrato tem duração de dois anos. No primeiro ano, a Fadurpe vai elaborar o Plano de Manejo para no ano seguinte, implantá-lo por meio da assistência técnica das famílias. A ideia é capacitar as famílias para o manejo.
O engenheiro florestal do Incra/PI, Jankiel Moreira, diz que os assentamentos atendidos têm em comum o interesse em exercer a atividade florestal e o potencial para manejo. "Esperamos que as famílias possam ter uma melhora significativa na renda utilizando os recursos florestais de maneira racional", afirma.
De acordo com dados divulgados este ano pelo MMA, a Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, já perdeu cerca de 45 % de sua cobertura original. O manejo florestal constitui uma das principais alternativas para ajudar a conservação do bioma.



Produção com qualidade.


Quer seja produzindo óleo e biojóias a partir do coco-babaçu, quer seja produzindo ovos de galinhas caipiras, diversas comunidades do semiárido se organizam para produzir, de forma sustentável, afastando os fantasmas da seca e da migração e provando que é possível viver bem nessa imensa região que por anos foi vista apenas como uma terra inóspita, onde a escassez de água é a regra. Essas iniciativas têm contado principalmente com o apoio do terceiro setor e de alguns projetos de incentivo, mas ainda carecem de políticas públicas para se fortalecer e ampliar as possibilidades de um semiárido produtivo
Do babaçu, não se perde nada", diz Maria Sargilde Souza Carvalho, ou simplesmente, Dona Mocinha, presidente da Associação de Mulheres Rurais do Sítio Macaúba (AMRSM), em Barbalha, no sul do Ceará. Criada em 1991, a entidade reúne mais de cem mulheres - em sua maioria, chefes de família - que complementam a renda com a produção de óleo e fabricação de biojóias feitas com as sementes e a casca do coco babaçu, respectivamente. O apoio à comercialização veio com o projeto Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga, mais conhecido como Bodega da Caatinga, iniciativa criada pela organização não-governamental (ONG) Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia (Agendha).
Trabalhar com o babaçu, segundo Dona Mocinha, não é nada fácil. É que a atividade extrativista está praticamente se acabando para os lados de Barbalha. "O milheiro do babaçu custa apenas R$ 15,00. E os homens não querem mais colher no pé da serra porque rende pouco", conta ela. Além disso, o óleo - principal produto da extração - só é vendido se for bem higienizado. Para ela, é preciso ajuda governamental para manter a atividade. "O projeto São José não resolveu os nossos problemas", completa.

Bodega sustentável

Seis anos após a criação da Bodega da Caatinga, passou de oito para 40 o número de organizações ecoprodutivas que coletam e beneficiam produtos florestais não madeireiros, de maneira sustentável, para produzir alimentos, bebidas, fitocosméticos, biojóias, acessórios, tapeçarias, mobiliários, peças para sala, copa e cozinha e outros artesanatos. Ao todo, são mais de três mil famílias em atividades de capacitação para atividades produtivas sustentáveis e para o acesso a diversos mercados, com base nos princípios e bases do comércio justo, ético e solidário.
A Bodega da Caatinga tem parceria institucional do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), no Projeto Conservação e Uso Sustentável da Caatinga (GEF- Caatinga).
Ela reúne comunidades, povos tradicionais e agricultores familiares dos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Há as que transformam umbu, maracujá-da-caatinga, caju, cajarana e outras frutas em geleias, doces e sucos. Outras trabalham com o coco do licuri e do babaçu; algumas com palha de licuri, carnaúba, babaçu e de milho ou com fibras de caroá, sisal e bananeira. Há também as que exploram castanhas-de-caju em variadas formas e misturas e mel de abelhas.
Já são mais de 700 produtos diferentes que se somam a mais de cem variedades de produtos de palhas e fibras. São criações predominantemente de mulheres bodegueiras. Em quase todos os casos, elas contam com a ajuda de homens de diversas idades, que também têm nessas atividades uma fonte de renda como estímulo a permanecer em suas terras e comunidades, sem precisar migrar para outras localidades.


Ovos caipiras

A criação de galinhas de postura, após a construção de um aviário, há cinco anos, para produção de ovos em sistema de gestão coletiva, vem mudando a realidade de 25 famílias da comunidade de Abderramant, em Caraúbas, município localizado no oeste potiguar, distante 260 km de Natal. A entidade alcançou a marca de 28 mil ovos/mês e responde pela maior parte da produção do item no Estado.
O projeto foi contemplado pela seleção pública do programa da Petrobras Fome Zero em 2005 e deu origem à Cooperativa de Avicultura de Caraúbas (Cooperav), que se tornou referência, não apenas na região do médio oeste, como também em todo o Rio Grande do Norte.
"Um dos objetivos da nossa cooperativa é vender a produção para a Conab (R$ 0,25, a unidade), que está beneficiando várias entidades públicas, associações de bairros e famílias carentes que recebem os produtos para seu consumo. Também é importante para as cooperativas se firmarem, colocarem os pés no chão para crescerem e, através desse convênio com a própria Conab, melhorarem a condição financeira das famílias participantes", aponta Alan Kardec, um dos coordenadores do projeto.
Parceria é a palavra-chave para garantir o sucesso do empreendimento. A Cooperav conta com o apoio da Conab, Ufersa, Dnocs, Sebrae e Prefeitura de Caraúbas, além da Petrobras. Para manter a qualidade do produto, muitos cuidados são obedecidos, conforme Kardec. "Os tratadores do manejo são orientados pelos técnicos, que passam todas as orientações sobre alimentação, higiene, acompanhamento de vacina e tudo o que é necessário para que as aves se desenvolvam sem problema e produzam com qualidade".
Segundo ele, "os ovos encontrados em supermercados são produzidos em granjas com animais presos em gaiola, ou seja, eles vivem só para produzir. Aqui as galinhas são criadas num sistema chamado de manejo aberto. Temos o pasteio, onde elas comem o capim, que dá uma coloração na gema: que fica um amarelado mais forte e um sabor mais aguçado, mais gostoso, ou seja, um verdadeiro ovo caipira. Em resumo, é um diferencial entre outras granjas, onde as aves são criadas no sistema intensivo. O nosso é extensivo, o que nos dá um ovo mais forte, mais gostoso". Já foram produzidos mais de 200 mil ovos. Quando se atingir o ápice da produção, serão cerca de 60 mil ovos/mês".
Irani Pereira de Brito, uma das cooperadas, diz que, "após a criação da cooperativa, a vida das famílias participantes mudou sobremaneira. A atividade nos deu cidadania e muito mais confiança".
(Fonte: Diário do Nordeste)

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