quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Emissão de CO2 na Caatinga será medido por Torre

Torre - Foto: Dennis Barbosa/Globo
Equipamento será instalado em Araripina, no Sertão,
até o fim do ano. É o segundo do Estado.
Quando se fala em mercado de carbono, a caatinga perde espaço para a Amazônia e a mata atlântica em venda de créditos. É que, ao contrário das florestas tropicais, não se sabe ao certo quanto o bioma sequestra de CO2 da atmosfera. Esse cenário deve mudar em breve, com a instalação, no Sertão de Pernambuco, de uma torre para medição do fluxo de gás carbônico e vapor d’água, entre outros parâmetros.
O equipamento está em fase de importação dos Estados Unidos, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. São R$ 230 mil para a aquisição da torre e a modernização de uma semelhante, existente em Petrolina. O prazo para a instalação é de três meses. “Até o fim do ano estaremos fazendo o monitoramento”, adianta a meteorologista Francis Lacerda, coordenadora do projeto, intitulado Estudo das Mudanças Climáticas e seus Impactos em Pernambuco (Muclipe).
A instalação da torre nova permitirá ainda comparar dados de captação do CO2 do ar entre áreas de caatinga preservada (Petrolina) e degradada (Araripina). A torre de Petrolina, em operação desde agosto de 2003, é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e é operada em cooperação com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
“Alguns equipamentos, como os sensores de CO2, não estão funcionando”, revela a agrometeorologista da unidade da Embrapa em Petrolina, Magna Selma. A torre tem 11 metros, dois a mais que a altura média das árvores e arbustos da caatinga no local. A de Araripina também ficará acima da copa das árvores.
A altura exata da torre, bem como o local onde será instalada, serão decididos em reuniões na próxima semana. No dia 25, o grupo de pesquisadores que integram o Muclipe estará em Petrolina. Na manhã seguinte, o encontro será em Araripina.
Além das trocas gasosas entre a caatinga e a atmosfera, os sensores registrarão o índice de chuvas, a quantidade de energia que a vegetação transmite ao solo, a transpiração, a evapotranspiração e o albedo (fração da radiação solar que é refletida pela Terra). “Com isso, poderemos gerar modelos de previsão do tempo mais precisos para a região semiárida”, diz Magna.
Francis Lacerda, coordenadora do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamete-Itep), explica que o crédito de carbono é um tipo de moeda entre países ricos e pobres. Ou seja, as nações desenvolvidas complementam suas cotas de redução de gases do efeito estufa, comprando de países emergentes créditos equivalentes ao carbono retirado da atmosfera pelas suas florestas. Isso porque nos países mais ricos há menos florestas que retiram CO2 da atmosfera e mais indústrias que lançam.
(Fonte: JC 19.08.2009 - Blog Ciência & Meio Ambiente (com link para http://jc3.uol.com.br/blogs/blogcma/)

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