quinta-feira, 31 de março de 2011

Umbuzeiro, a árvore sagrada da Caatinga. O umbuzeiro pode chegar a seis metros de altura e ele tem uma raiz que é um reservatório de água. Os frutos são redondinhos e suculentos e sua colheita vai de janeiro a abril.


Na caatinga brasileira existe uma árvore que todo sertanejo conhece. É o umbuzeiro, batizado de a árvore sagrada do sertão.
Numa região no norte da Bahia, famosa pela guerra de Canudos, o Globo Rural visitou comunidades que transformam em doces o umbu, fruto do umbuzeiro.
Semi-árido baiano. A paisagem é típica: a caatinga, as cabras soltas no fundo de pasto e um umbuzeiro, batizado de a árvore sagrada do sertão. Quem deu esse título ao umbuzeiro foi o escritor Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, clássico da nossa literatura que narra a guerra de Canudos.
A estrada que parece não ter fim leva a Uauá, local onde ocorreu a primeira batalha da guerra de Canudos. As cenas são do filme de Sérgio Rezende. De um lado, estão os seguidores de Antonio Conselheiro. Do outro, está o Exército. O ano é 1996.
No filme em que José Wilker interpreta Antonio Conselheiro, o confronto de Uauá mostra que os partidários do beato venceram os soldados da recém proclamada república do Brasil.
No livro Os Sertões, Euclides da Cunha escreveu: Uauá figura-se um local abandonado. É um arraial com duas ruas que desembocam numa praça irregular. Hoje, o arraial virou uma cidade de 30 mil habitantes e a praça já não é mais irregular. No lugar, muito bem cuidado, fica a igreja matriz.
Mas a tradição não abandonou Uauá. A boiada ainda cruza a cidade. E o umbuzeiro, aquela árvore imortalizada por Euclides da Cunha, continua sendo uma das principais fontes de renda do sertanejo.
O umbuzeiro é uma planta típica do Nordeste. É parente da manga e do caju. Pode chegar a seis metros de altura. Tem copa larga. Os frutos são redondinhos e bem suculentos. Mas o que chama a atenção nessa planta são as raízes modificadas, as túberas ou batatas.
O seu Marcelino é craque em achar onde estão as batatas. “Essa é a batata do imbu e tem água”, disse.
A batata do umbu, ou imbu, é um reservatório de água para a árvore. Nos longos períodos de seca, a planta perde todas as folhas, mas sobrevive graças às batatas. Por isso, é tão preciosa numa região que sofre tanto com a falta de chuva. Os índios chamavam o imbu de árvore que dá de beber.
“Quando a gente andava no mato, no tempo do meu pai, caçando e estava com sede, ele dizia assim: está com sede? Eu respondia que estava. Então, vamos ver se não acha água. Aí, só fazia bater com machado e no lugar que roncava, tirava um cavador e logo arrancava uma ou duas. Aí, ele rapava bem rapadinho. Espremia na mão mesmo. Ali fazia água que tanto a gente bebia como comia com farinha”, contou seu Marcelino.
A água da batata do umbu lembra água de coco quando o coco não está muito doce. É gostosa.

Umbu from dds videos on Vimeo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

APNE realiza Workshop “Manejo Sustentado da Caatinga – pesquisa e políticas públicas".

A Associação Plantas do Nordeste – APNE e o Jardim Real Botânico do Kew, em colaboração com o Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, realizaram no período de 15 a 16 de março de 2011, no hotel São Cristóvão em Serra Talhada-PE, o Workshop “Manejo Sustentado da Caatinga – pesquisa e políticas públicas”.
O evento apresentou as ações e resultados obtidos no âmbito do projeto de pesquisa implementado na região visando o uso e manejo sustentável da caatinga com pequenos produtores. Durante o evento, foi programada uma visita de campo à área experimental na Estação Experimental do IPA em Serra Talhada. Leia acima o Relatório deste WORKSHOP.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Conheça a beleza selvagem da Serra da Capivara no Piauí.


Este é um dos pontos turísticos mais incríveis do Piauí, o Parque Nacional da Serra da Capivara, conhecido por sua riquíssima. O destino da reportagem do SBT foi o coração da caatinga, onde fica localizado o Parque Nacional da Serra da Capivara, que possui uma área de 1.300 km de extensão que abrange as cidades do Brejo do Piauí, Coronel José Dias, São Raimundo Nonato e João Costa.
A maior reserva arqueológica das Américas impressiona pela fauna onde podem ser encontrados sapos, cobras, tatus-bola, raposas e aranhas caranguejeiras.Mas é a onça pintada a verdadeira rainha do parque. Apesar das difíceis condições ecológicas em que vivem na caatinga, já foram identificadas 13 onças pintadas. Encontrá-la é praticamente impossível já que ela se abriga em uma cadeia de rochas e penhasco. A reportagem também visitou o Parque Nacional da Serra das Confusões que fica há 100 km da Serra da Capivara. O Parque se estende nos municípios de Caracol,Guaribas, Santa Luz, Cristino Castro e Bom Jesus. Os paredões rochosos do local chegam à 100m de altura o que possibilita aos aventureiros a prática do rapel.
(Fonte: You Tube - SBT Repórter).

terça-feira, 22 de março de 2011

Agricultores nordestinos têm papel importante na manutenção e degradação da caatinga.


A caatinga ainda mantém 53% de cobertura vegetal, mas 80% de seus ecossistemas já sofreram algum tipo de alteração. Estes dados são reflexos do jeito de se fazer agricultura na região.
A maior parte dos pequenos produtores do sertão trabalha como seu Luiz da Silva, dono de um sítio de cinco hectares em Sobral, norte do Ceará. A cada dois anos, no período da seca, ele desmata um pedaço da propriedade, serviço chamado de brocar. Depois de aberta, a área é queimada: “Se a gente não queimar, temos muito mais trabalho para limpar”, afirma Luiz da Silva, agricultor
Quando vem a chuva seu Luiz planta a roça. Ele não usa adubo, a produção depende da fertilidade natural da terra. Por isso, depois de dois anos, ele abandona a área e abre outro pedaço da propriedade. “A gente planta e no primeiro e no segundo ano dá bem, mas a partir dos três anos a terra enfraquece e não dá mais planta que deu nos primeiros dois anos”, conta o agricultor.
Nas áreas aonde a caatinga vai rebrotando, seu Luiz mantém uma pequena criação de cabras e ovelhas. A madeira retirada do brocado é usada nas construções e pra abastecer o fogão à lenha. “O fogão a lenha é mais rápido e mais barato”, comenta Antônia da Silva, agricultora.
Esse sistema de cultivo vem degradando a caatinga ano após ano. O agrônomo João Ambrósio de Araújo Filho, pesquisador aposentado da Embrapa, trabalha com caatinga há mais de 40 anos. Para ele, o fogo é o maior vilão do processo de degradação.
“A área queimada fica totalmente desprovida de qualquer proteção e quando as chuvas se iniciam há uma aceleração da erosão. O fogo também elimina os bancos de sementes das espécies da área e os microorganismos, ou seja, o solo fica totalmente esterilizado”, explica João Ambrósio de Araújo Filho, agrônomo.
Ambrósio dedicou a vida pra encontrar uma forma de produzir no semi-árido sem agredir tanto o meio ambiente, e adaptou às condições da região um sistema chamado agrosilvopastoril, que foi implementado na fazenda da Embrapa Caprinos e Ovinos, de Sobral.
O sistema tem como base o modelo tradicional da propriedade sertaneja, que combina agricultura, pecuária e usa a madeira como energia. “Partir para o uso de tecnologias ambientalmente amigáveis, como eliminar o desmatamento, a queimada. Outro ponto fundamental foi a fixação da agricultura no terreno”, ressalta João Ambrósio de Araújo Filho, agrônomo.
O módulo experimental da Embrapa tem oito hectares e funciona da seguinte maneira: 20% da área são destinados à agricultura, 60% ficam para a pecuária e 20% são destinados à Reserva Legal. “A idéia do sistema agroflorestal é manter as árvores dentro da área, a fim de possibilitar a circulação de nutrientes no sistema, porque as árvores têm raízes profundas e as culturas têm raízes superficiais. Com as chuvas, os nutrientes se aprofundam no solo e escapam da zona de raiz destas culturas, então é necessário as árvores com raízes profundas para trazer estes nutrientes de volta para folhagem, que ao cair se degrada e libera de volta à superfície do solo”, explica o agrônomo.
O plantio das lavouras é feito em faixas intercaladas por linhas de árvores nativas e plantas leguminosas, que retiram nitrogênio do ar e transferem para o solo. Neste sistema não entra um grama de fertilizante químico industrializado. Toda a adubação vem do esterco dos animais e das plantas.
“São usados espécies como a Leucena, uma leguminosa e também a Gliricídea. Como leguminosas nativas elas também são preservadas nestas faixas e utilizadas como adubo verde. São cortadas e ficam sobre o solo pra disponibilizar nitrogênio pra cultura que será plantada. Com este sistema, nossa produtividade média é de 1.800 quilos de grão de milho por hectare, comparado com a média do estado do Ceará, que é em torno de 500, 550 quilos, nós temos um saldo de produtividade bem considerado”, avalia Francisco Éden, zootecnista – Embrapa.
A pesquisa mostrou que 200 árvores por hectare, ou 20% de sombreamento, não comprometem o desenvolvimento e a produção da lavoura. No módulo da pecuária, a idéia é melhorar a qualidade do pasto nativo, que é a caatinga. Para a criação de cabras se faz o chamado rebaixamento das árvores: uma poda drástica, a mais ou menos 30 centímetros do chão.
Quando vem a rebrota, se escolhe o broto mais vigoroso para deixá-lo crescer, os outros são retirados. Nos anos seguintes, a árvore continua rebrotando, e são esses novos ramos que vão alimentar os animais.
“O rebaixamento visa colocar ao alcance do animal as rebrotações e as folhagens. Na área de caatinga rebaixada é possível colocar duas cabras e meia por hectare e na caatinga normal são 2,5 hectares por cabeça. É o inverso”, explica Ambrósio.
Outra técnica é o raleamento da caatinga, indicada para a criação de ovelhas e vacas, que preferem o pasto rasteiro. “A idéia é retirar árvores para que a luminosidade do sol possa atingir o solo, e promover a germinação do banco de sementes das herbáceas”, diz o agrônomo.
No raleamento devem ser mantidas pelo menos 400 árvores por hectare, além de fornecer matéria orgânica para solo com a queda das folhas, elas garantem sombra para os animais. A área que foi raleada pode ser melhorada com uma técnica chamada de enriquecimento , que é o plantio de gramíneas no meio das plantas nativas. “Ao trabalhar com bovino adulto, nós podemos manter na área, três hectares pra cada vaca de 350 quilos. Se você enriquecer, pode trabalhar com um hectare pra cada vaca do mesmo peso”, afirma.
O sistema agrosilvopastoril está se espalhando pelo semi-árido. Só no estado do Ceará já são mais de quatro mil hectares conduzidos com esta técnica. Para mais informações sobre o sistema agrosilvopastoril, escreva para a Embrapa:

(Fonte: Globo Rural - 20.03.11)

sexta-feira, 18 de março de 2011

O CERBCAA/PE REALIZOU EM TABIRA (PE) A PRIMEIRA OFICINA DO PROJETO DE VALORIZAÇÃO DO BIOMA CAATINGA.


A Prefeitura de Tabira por intermédio da Secretaria de Juventude e Meio Ambiente em parceria com o COMITÊ ESTADUAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA CAATINGA DE PERNAMBUCO-CERBCAA-PE, realizou nos dias 16 e 17 de março de 2011, no Pólo de Educação a Distância de Tabira,três oficinas muito importante sobre o Bioma Caatinga. Foram convidados 20 participantes representando diversas entidades, com especialidade para o setor da educação e dos grupos organizados. As palestras nas oficinas ficaram a cargo do Mestre em Política de Gestão Ambiental, Elcio Alves de Barros e Silva/IPA, Coordenador do CERBCAA/PE, que discorreu sobre A questão Ambiental, A Política e o Sistema Nacional do Meio Ambiente, o Sistema de Licenciamento Ambiental, A legislação Ambiental, As constituições do Brasil e dos Estados, Avaliação dos Impactos Ambientais, Objetivos do EIA, Áreas de Aplicação e Audiências Públicas. A Doutora em Botânica Rita de Cássia Araújo Pereira (IPA) discorreu sobre o tema “A Flora da Caatinga” trazendo muitas informações importantes sobre a realidade das nossas plantas nativas e exóticas. A terceira palestrante foi a Doutora em Psicobiologia da UAST\URFPE, Ednilza Cavalcanti, que “fechou com chave de ouro” estas oficinas mostrando as diversas espécies de peixes, anfíbios, aves e mamíferos que são desta rica região do Brasil. No final das oficinas foram escolhidos os representantes de Tabira que irão participar dos encontros que ocorrerão em 17 municípios do Pajeú para a criação do I Subcomitê da Caatinga de Pernambuco. São eles: Sandro Ferreira - Secretário de Juventude e Meio Ambiente, Daniela Melo - Professora, Jeorge Marques Ferreira - Apicutor, Diogo Alexandre - Agricultura Familiar. Suplentes: Aleide Vasconcelos - Técnica do IPA e Marcelo Rodrigues - Servidor Público e Presidente da Associação do Sítio Pocinhos dos Nunes. Os vinte participantes serão multiplicadores dessa oficina. O Vice Prefeito Joel Mariano visitou o evento representando o Governo em nome do Prefeito Dinca levando o apoio às oficinas. NO NOVO TEMPO É ASSIM:“CONHECER PARA DEFENDER” É A PALAVRA CHAVE SOBRE O NOSSO BIOMA CAATINGA.
(Fonte: Assessoria de Imprensa - Prefeitura Municipal de Tabira)

Conheça o Projeto de Valorização do Bioma Caatinga do CERBCAA/PE

Agricultoras de PE produzem a própria lenha.


Um projeto ajuda o meio ambiente e a vida de muitas agricultoras do sertão de Pernambuco. Elas deixaram de tirar da caatinga a lenha para cozinhar porque passaram a produzir as próprias mudas.
Maria das Dores cuida com muito carinho do viveiro de plantas em Monte Alegre, município de Afogados da Ingazeira, sertão pernambucano. Ela cultiva de tudo, manga, graviola, umbu, mas boa parte da atenção é para as mudas de nim e sabiá. É com o toco dessas plantas, que crescem rápido e pertinho de casa, que ela acende o fogão para cozinhar. “Eu carregava muita lenha. Depois comprei carvão e agora melhorou muito porque eu mesma planto as mudas para tirar madeira e cozinhar no meu fogão ecológico”, disse orgulhosa a agricultora.
Com a lenha sendo colhida no quintal de casa, a agricultora que antes cortava madeira na caatinga, agora ajuda a preservar o bioma.
Hoje são mais de 20 mil mudas de nim e sabiá plantadas ao redor das casas, nos quintais e em roças na comunidade de Pereiros, no município de Flores. A ideia se disseminou com a atuação de várias organizações e das próprias mulheres, que fazem questão de repassar o conhecimento. “Quando alguém me pergunta, é uma coisa nova, têm pessoas que nem conhecem, mas eu estou passando e todos aderindo à ideia”, contou a agricultora Cosma Silva.
O projeto "Mãos Femininas Preservando a Vida da Caatinga" existe desde 2008 e já plantou 20 mil mudas de árvores na região.
(Fonte: Globo.com)

domingo, 13 de março de 2011

Conheça um pouco mais sobre a caatinga, um importante bioma exclusivamente brasileiro.

Na medida em que entendemos um pouco do que é a caatinga, nós conseguimos desvendar até mesmo certos mistérios da evolução do nosso planeta.




Esta semana o Programa Globo Rural contou história do local que conserva tesouros naturais incríveis.
A Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica e os Pampas não são só brasileiros, mas há um importante bioma que é só nosso, que não existe nos países vizinhos. É a caatinga, o principal bioma do sertão nordestino.
O Globo Rural percorreu milhares de quilômetros para contar a história desse lugar que conserva tesouros naturais incríveis. Na medida em que entendemos um pouco do que é a caatinga, nós conseguimos desvendar até mesmo certos mistérios da evolução do nosso planeta.
Mata branca ou na linguagem dos índios tupis, caatinga. Esse é o único bioma exclusivamente brasileiro. Lugar onde as chuvas são poucas e concentradas em quatro, cinco meses do ano. Durante todo o período seco, as plantas da caatinga ficam praticamente sem folhas. Uma floresta de galhos retorcidos, espinhos, aparentemente pobre em biodiversidade.

Saiba mais
Todo ano, quase três mil hectares de vegetação nativa viram lenha Na Paraíba, agricultores encaram o desafio de produzir e preservar. Agroecologia traz renda e qualidade de vida para assentados. Logo depois das primeiras chuvas, com pouca água, as plantas que pareciam mortas, renascem e a gente consegue enxergar a riqueza e a diversidade de espécies que compõem a caatinga.
Para conhecer melhor esse bioma, o Globo Rural visitou o semiárido nordestino em duas épocas bem distintas: o período seco, entre outubro e novembro de 2010; e a estação das chuvas, no começo de 2011. Quatro estados foram percorridos: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Na primeira parada, começamos a entender como essa região se formou. Para isso, o programa chegou a Crato, no sul do Ceará.
A Chapada do Araripe é uma formação que ocupa parte dos estados do Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba. Há milhões de anos esse lugar guarda um tesouro geológico: uma incomparável quantidade de fósseis, que são restos de animais e vegetais incrustados nas rochas. Para conservá-los, em 2006 foi criado o primeiro Geopark das Américas, dirigido pelo biólogo Álamo Saraiva. “Geopark é um programa da Unesco, que tem como objetivo principal a preservação de áreas de interesse geológico”.
Essa história começa há mais de 100 milhões de anos, quando África e América formavam um único continente. A separação aconteceu por causa da movimentação de porções da crosta terrestre, as chamadas placas tectônicas.
Na divisão dos territórios, houve um rebaixamento dessa área e grandes lagos se formaram. Mais tarde, houve o suroerguimento, o levantamento desses lagos. O sedimento que estava no fundo aflorou, dando origem à chamada bacia sedimentar do Araripe.
“Como o período era também chamado de aquecimento global esse lado estava secando”, diz o doutor Idalécio Freitas. Ele é geólogo do parque e explica que esse paredão conserva os registros dos períodos de chuva e de seca, dos últimos 110 milhões de anos. “Esse níveis mais escuros que vemos no calcário são relativos ao período mais úmido, com um pouco de matéria orgânica. Os riscos mais claros, períodos mais secos, de pouca chuva”.
As áreas demarcadas pelo parque são os geossítios. Um que fica em Santana do Cariri, no meio de uma área de extração comercial de pedras, as lajotinhas usadas como piso e revestimento que conservam muito mais do que dados climáticos. “Aqui tem exemplo de alguns seres que se encontravam dentro do lago, habitavam o lago ou viviam no entorno dele. A gente encontrava muitos peixes e muitos restos vegetais, mostrando que naquela época, a gente já tinha uma vegetação que ocupava um nicho da caatinga. A maior parte da vegetação era composta pelo grupo dos pinheiros, araucariáceas, vegetação que encontramos no Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul”, disse Álamo Saraiva.
A poucos quilômetros, outro geossítio espetacular. Um lugar onde dentro de toda pedra tem um peixe fossilizado. “Nós estamos na lama do que sobrou do fundo de um lago sobre influência marinha, ou seja, era um ambiente de água salgada. Toda pedra dessa, chamada de concreção, tem um peixe, porque foi ele que fez a formação dessa concreção. Se a gente abrir,dá para ver o olho preservado, a coluna, a espinha do peixe. Uma das características dos fósseis da Bacia do Araripe é manter o sentido tridimensional da peça e o tecido mole preservado, então vemos coluna vertebral e costelas, mas dá para ver estruturas minúsculas de pele, raias na cauda, as nadadeiras, tudo fica preservado”.
Para comprovar o que diz, Doutor Álamo abre mais uma pedra e vemos mais um peixe fossilizado. “Tem um ditado que diz que cada enxadada é uma minhoca. Aqui seria, cada enxadada é um fóssil”.
As melhores peças coletadas, estão reunidas no Museu da Universidade Regional do Cariri, localizado em Santana.
Em uma sala, uma coleção de troncos fossilizados. Parece madeira, mas é tudo rocha. No acervo de plantas ainda têm pinha pré-histórica, folhas, galhos e os primeiros registros de plantas capazes de produzir frutos.
Na coleção de insetos, abelhas, vespas e uma libélula, que de tão bem preservada, virou símbolo do museu. “A gente teve aqui uma explosão de insetos principalmente do grupo das abelhas, marimbondos, e também dos dependentes que têm uma ligação direta das plantas com flores. Eles são polinizadores”.
Muitos fósseis são bem parecidos com seus descendentes atuais. Caso dos escorpiões, aranhas, pererecas, tartarugas... E as conchinhas que só aparecem onde já teve água salgada.
Uma cena surpreendente: um peixão que morreu entalado tentando engolir outro e acabou fossilizado. “De uma maneira geral, entre micro e macro fósseis, já conseguimos descrever perto de 500 espécies. Muita coisa ainda tem para ser descoberta e muito mistério ainda vai ser desvendado”, finalizou Álamo.
(Fonte: Globo Rural)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Conheça as peculiaridades da caatinga, bioma único do mundo, que só existe no Brasil

Projetos implantados no semi-árido mostram que é possível integrar o homem e a natureza

Na região moram mais ou menos 25 milhões de pessoas. Guardar água da chuva é um dos segredos para a sobrevivência. Para resistir ao período seco, a lição número um é estocar. O desenvolvimento de tecnologias garante o direito de ter acesso à água.

Atuação das mulheres é imprescindível para melhorar a relação sertanejo X caatinga

Os produtos artesanais estão relacionados à história das comunidades.

 Programa Ação termina com depoimento especial

(Fonte: Programa Ação - Rede Globo)

terça-feira, 8 de março de 2011

Viagem ao Velho Chico. O Caminho das Águas.



O “Velho Chico” nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, mas corta outros quatro Estados do país. Os repórteres Rodrigo Vianna, Luiz Malavolta e Josias Erdei viajaram pelo rio recolhendo histórias e belas imagens.

Hidrovia do rio São Francisco é mal aproveitada


A segunda reportagem da série “Velho Chico, o caminho das águas” mostra que o extenso rio poderia ser uma via, como foi no passado. Quem viveu esta época sente saudades. Hoje, somente as pequenas canoas transitam pelo rio São Francisco, que está assoreado em alguns pontos.

Transposição do rio São Francisco ainda é assunto polêmico


O projeto ousado do Governo Federal sempre deixou muitas dúvidas. Os ribeirinhos são os mais preocupados com a transposição, porque já sofrem nos períodos de baixa do rio.


Velho Chico: conheça os contrastes na região do rio São Francisco


Conheça os contrastes na região do rio. De um lado a pobreza dos ribeirinhos e do outro, imagens belíssimas.

Ribeirinhos do rio São Francisco revelam Brasil de contrastes

O rio São Francisco percorre cinco estados brasileiros até desembocar no mar. Na última reportagem da série Velho Chico, O Caminho das Águas, confira como vivem os ribeirinhos ao longo do trajeto.
(Fonte: Rede Record -  Imagens R7) 

segunda-feira, 7 de março de 2011

Conheça a história de Dominguinhos contada por ele mesmo. Confira a homenagem aos 70 anos da maior referência do forró brasileiro.


José Domingos de Morais nasceu no dia 12 de fevereiro de 1941 em Garanhuns, no estado de Pernambuco. Logo cedo, ele foi ao Rio de Janeiro para tentar sua carreira na música. Foi apadrinhado por Luiz Gonzaga, com quem gravou diversos discos.
Suas parcerias se espalharam pelo país, e ele se juntou a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e muitos outros. Dominguinhos é conhecido muito além do baião e do forró, passando por diversos ritmos.
O acordeonista continua na ativa, lançando CDs e DVDs, sendo os últimos em 2009. No começo do ano, o músico foi internado no Hospital Albert Einstein com princípio de infarto. Depois de ser submetido a um cateterismo e a uma angioplastia, ele recebeu alta para comemorar o aniversário com a família. Parabéns, Dominguinhos!
(Fonte: Virgula)

domingo, 6 de março de 2011

Caatinga: Ibama mapeia áreas de risco de incêndio em Pernambuco.


Quatro municípios de Pernambuco se encontram em situação crítica em relação a riscos de queimadas. Petrolina, Afrânio, Parnamirim e Serrita, no Sertão, apresentaram, segundo levantamento do Ibama, o maior número de focos de calor em 2010.

Em função do estudo, dois deles foram escolhidos para a formação de brigadas contra incêndio. Em julho, o instituto pretende formar 15 brigadistas em dois deles – Petrolina e Serrita – para atuar anualmente, durante seis meses. O curso, de 40 horas, terá duração de cinco dias.

A contratação será a partir de setembro, quando começa a preparação do solo para o plantio com o uso do fogo, que é a técnica mais comum no Sertão. “Os brigadistas receberão material de proteção individual e instrumentos para combater o fogo, além do salário e direitos trabalhistas como prestadores de serviço. E cada equipe terá um veículo”, adianta a coordenadora do Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo) em Pernambuco, Ana Virgínia Melo.

O levantamento se baseia em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os principais critérios de escolha para a formação de brigadistas foram a área e a presença de unidades de conservação. “Petrolina é o maior município, enquanto Serrita abriga duas unidades de conservação federais: a Área de Proteção Ambiental (APA) do Araripe e a Floresta Nacional de Negreiros”, justifica o coordenador do Núcleo de Educação Ambiental do Ibama no Estado, Luiz Otávio Corrêa.
O analista ambiental informa que os brigadistas serão preparados para conscientizar os sertanejos para necessidade da prevenção dos incêndios florestais.
(Fonte: JC - Fotos: Ibama)

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...