quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Típico canto nordestino ajuda vaqueiros a reunir gado na caatinga.


Tradição passada de pai para filho, o aboio está presente na rotina dos homens que ganham a vida tangendo gado.

O aboio é um canto nordestino que os vaqueiros usam para contar suas histórias e a dos seus companheiros, e que está presente no dia a dia dos homens que ganham a vida tangendo gado na Caatinga. O aboio acompanha os vaqueiros nas atividades diárias e no meio da Caatinga é usado para reunir o gado. Deroaldo de Carvalho, o Seu Deiró, é vaqueiro desde os 13 anos, herdou a profissão do pai e aprendeu a aboiar ainda menino. Ele garante que os animais conseguem compreendê-lo. “A gente coloca os apelidos nos animais e eles atendem por aquele apelido, igual a uma pessoa”, diz. “Cada vaca tem seu apelido e quando a gente chama, tem algumas delas que chegam ao ponto de berrar”, revela.


Não se sabe a data exata de quando surgiram os primeiros aboios, o certo é que na lida com o gado ou no encontro com os companheiros de profissão, o canto próprio dos vaqueiros sempre está presente. Quando os vaqueiros aboiadores se encontram, há sempre o desafio: um improvisa alguns versos, outro responde e assim a reunião vai ficando animada.

Entre tantos aboiadores, há somente uma mulher: Adelina Maria da Conceição, a Dona Adelina, dona de casa e esposa de vaqueiro. Ela aprendeu sozinha a arte de entoar o canto do sertão. “Eu ouvia no rádio, eu via vaqueiro aboiar, aí fui entoando na cabeça, foi me dando aquela invocação, e aí nesse dia eu comecei”, conta.

As letras dos aboios na maioria das vezes fala do universo do homem que trabalha no meio da Caatinga. José Fagner, ou Zezinho Aboiador, é um apaixonado pelas toadas e se inspirou em outros aboiadores para fazer desta profissão o seu modo de vida. “Desde menino que eu comecei a escutar Vavá Machado e Marculino, comecei a me identificar com isso, comecei a observar que era o que eu queria, que era o meu sonho”, lembra. “Escutar estes homens me deu muita inspiração e comecei a fazer um repente, me inspirando neles – no Galego Aboiador também – e hoje é um prazer muito grande para mim poder fazer estes repentes”, revela.

A cultura do aboio não é ensinada na escola. Ela é passada de pai para filho, de avô para neto. Luiz Eduardo, de quatro anos, e seu primo Eric Fernando, de seis, são netos de Seu Luiz Antônio dos Santos, vaqueiro há 50 anos, e que não esconde o orgulho de ver os meninos seguindo seus passos. “A gente fica contente. É uma semente que a gente está plantando e que quero colher bem colhida. Com fé no poder de Deus, eles vão seguir. Vão estudar, vão ficar melhor que eu. Vão estudar e seguir a vida do campo, se Deus quiser”, espera.
(Fonte: Bahia Rural  e  Lagoa Nova destaque)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Desmatamento da Caatinga.

A vegetação predominante em Pernambuco é a caatinga, com 87% da cobertura vegetal do Estado. Entretanto, esta vegetação que só existe no Brasil, está sendo completamente devastada. Durante qualquer viagem de Recife ao interior pode-se cruzar com vários caminhões carregados com lenha retiradas da caatinga click. Lenha que abastecem fornalhas de padarias, em várias cidades do interior e capital, além de carvoarias e construção civil, principalmente em Recife. A situação se agrava no Sertão do Araripe, onde a produção de gesso está desmatando cada vez mais a caatinga.
Este registro abaixo foi no município de Sertânia-PE, entre os distritos de Cruzeiro do Nordeste e Moderna, BR-110 caminho para Ibimirim-PE, 300 Km do Recife.

(Foto de Heitor Salvador)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Trabalho preserva caatinga nas obras de transposição do São Francisco.


Biólogos lutam para preservar espécies vegetais na área de caatinga.  Grupo resgata amostras de plantas e sementes.

O vai e vem dos caminhões e as máquinas não param, quilômetros de vegetação já foram desmatados desde que as obras da transposição começaram. Entre tantos operários, uma turma especial segue na linha de frente pela vida.
O grupo não mede esforços para realizar uma pesquisa coordenada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, que se estende por 402 quilômetros no eixo norte e 220 quilômetros no eixo leste.
A elaboração do inventário florístico e o resgate de espécies permitem o reconhecimento da flora na região degradada. Nada passa despercebido, sementes são coletadas, árvores medidas e amostras de flores são colhidas. Tudo é registrado com a ajuda de um GPS, aparelho que registra a localização exata de cada planta.
O trabalho começou em 2008 e conta com a participação de biólogos e estudantes dos cursos de ciências biológicas, zootecnia, agronomia e engenharia agrícola e ambiental. Trabalhadores rurais também fazem parte do projeto que tem como objetivo, conhecer e preservar o bioma caatinga.
Assista ao vídeo com a reportagem completa e saiba como funciona os estudos dentro da universidade.
(Fonte: G1.globo.com)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Comitê Estadual da Caatinga realizará sua 22ª Reunião Ordinária no IPA em Recife (PE).


No próximo dia 17.11 (quinta-feira), a partir das 08:30h na sala de reuniões do Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA, os membros do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga estarão reunidos na 22ª Reunião Ordinária. Na pauta constam apresentações sobre Serviços Ambientais, Cultura da Terra e a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga - A Caatinga na Rio+20.

Como se sabe, o Banco do Nordeste do Brasil, e o Instituto Nordeste XXI, irão realizar a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga - A Caatinga na Rio+20, nos dias 13, 14, 15 e 16 de março de 2012, na sede do Banco, em Fortaleza (CE).

O encontro que seria realizado nos dias 9, 10 e 11 de novembro foi adiado em função da solicitação dos Comitês Estaduais que reivindicaram maior espaço de tempo para difundir, mobilizar e preparar a pauta de cada uma das unidades da Federação envolvidas com o evento.
Tal mudança não acarretará prejuízos quanto a inserção do bioma Caatinga na pauta oficial da Rio+20 pelo fato da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) ser o órgão oficial de representação dos biomas brasileiros junto à organização do evento a se realizar de 20 a 22 de junho de 2012 no Rio de janeiro.

A conferência tem como objetivos: Discutir a gestão do bioma Caatinga; Elaborar o documento intitulado "Declaração da Caatinga", que formalizará os compromissos a serem assumidos pelos governos e demais setores da sociedade para a promoção do desenvolvimento sustentável do bioma e por fim inserir, por meio da Declaração da Caatinga, as questões relacionadas ao bioma nas discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20.
Para a mobilização da sociedade local, estão sendo instalados os Comitês Estaduais, responsáveis por mobilizar e organizar a participação dos estados Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe na Conferência Regional.
Caberá aos comitês a condução do processo de articulação e debate no âmbito estadual, bem como a consolidação do conjunto de ações, propostas e compromissos a serem apresentados na Conferência Regional. Os comitês estaduais são compostos por representantes do Governo do Estado, da Superintendência Estadual do Banco do Nordeste e da Assembléia Legislativa.

Com efeito, o propósito maior da I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga - A Caatinga na Rio+20 além do compromisso político renovado para o desenvolvimento sustentável desse bioma, é garantir a Caatinga na pauta oficial das discussões da Rio +20.

Abaixo o convite do Coordenador Geral do CERBCAA/PE, Elcio Barros:

"Convidamos todos Caatingueiros a participarem da nossa reunião ordinária a ser realizada amanhã, dia 17, na sede do IPA em Recife, a partir das 08:30 hs.
Entre outros assuntos discutiremos a realização da Pré Conferência Estadual A CAATINGA NA RIO +20, e teremos uma palestra sobre Pagamento de Serviços Ambientais.
Lembrando que nossas reuniões são sempre abertas ao público em geral".

Elcio Barros - Coord Geral do CERBCAA/PE


(Fonte: Caatinga Rio+20)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Grutas e caatinga preservada são um convite ao turismo ecológico em Bodocó



Bodocó é um município brasileiro do estado de Pernambuco.
O município é formado por três distrito: a sede, o segundo distrito formado pela Vila Sipaúba e Vila Jardim. Sendo a Vila Sipaúba a sede de Claranã. E o terceiro distrito, formado pela Vila Feitoria, Povoado de Cacimba Nova e Vila Né Camilo.
Bodocó era o segundo distrito do município de Granito (Pernambuco), fundado no início do século XX por Antonio Peixoto de Barros. Em 1924, foi elevado à categoria de primeiro distrito, assim, Granito deixa de ser sede e passa a ser distrito de Bodocó. Em 1934, com a extinção do distrito de Leopoldina, o território foi dividido entre Bodocó (então Granito), Salgueiro e Serrinha (hoje Serrita). Pelo decreto lei estadual nº92, de 31 de março de 1938, o município de Granito passava a denominar-se Bodocó. Administrativamente, o município é composto pelos distritos: Sede, Claranã e Feitoria.
(Fonte: Rede Globo Nordeste e Wikipédia)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Associação promove proteção da Caatinga.

Com uma área de 6.146 hectares e a 50Km de Crateús, a Reserva Serra das Almas possui uma amostra significativa da flora e fauna da Caatinga, recebendo visitantes de todo o País
Com uma área de 6.146 hectares e a 50Km de Crateús, a Reserva Serra das Almas possui uma amostra significativa da flora e fauna da Caatinga, recebendo visitantes de todo o País. O trabalho maior desenvolvido pela Associação é na Reserva Natural Serra das Almas, no Município de Crateús.



Crateús: Aniversário comemorado com muito trabalho e alegria. Essa frase traduz a análise que a Associação Caatinga faz ao completar 13 anos de fundação e avaliar o trabalho desenvolvido por meio de seu maior projeto: a Reserva Natural Serra das Almas, localizada neste Município. Com uma área de 6.146 hectares e a 50Km de Crateús, a Reserva possui uma amostra significativa da flora e fauna da Caatinga, recebendo diariamente visitantes das diversas regiões do País.
"Realizamos muitos projetos durante todo esse período, temos muitos trabalhos dentro da nossa missão de preservação e conscientização e estamos muito felizes porque sentimos a aceitação e o envolvimento das pessoas e das comunidades do entorno da Reserva, neste projeto que é a ´menina dos olhos´ da Associação Caatinga", declara o gerente da Reserva, Ewerton Torres Melo.

Reconhecimento

Para ele, a alegria é fruto da realização de muitos projetos, mas também do reconhecimento e envolvimento das comunidades. "No início da instalação da Reserva, o projeto era visto pelas pessoas como um obstáculo, pois não conheciam. Com o tempo foram percebendo a essência do trabalho e hoje nos veem como parceiros no desenvolvimento e sustentabilidade do bioma e da própria região".
Criada em 21 de outubro de 1998 com a missão de conservação da biodiversidade da Caatinga, a instituição vem desenvolvendo diversos projetos para a proteção da diversidade desse bioma, que é único no mundo. Possui escritórios em Fortaleza e Crateús, com atuação também em outros Municípios desta região e de outras regiões do Estado. Segundo a Associação, em seus projetos já beneficiou diretamente mais de 30 mil pessoas entre agricultores familiares, educadores, estudantes, jovens, pesquisadores e proprietários de reservas. O foco é a preservação do meio ambiente, mas o trabalho não se limita somente a essa dimensão. Para além do conceito de preservar, busca capacitar a população que vive próxima ao local assistido, partindo do princípio de que ela também é responsável pela conservação do ambiente em que está inserida. Para isso, a comunidade é mobilizada e envolvida nas ações e projetos.

Rede

A atuação em rede é uma das principais estratégias da Associação Caatinga para ampliar o impacto de suas ações de conservação do bioma Caatinga promovendo o estabelecimento de parcerias e alianças. Por meio dessas redes, a instituição tem conseguido influenciar a proposição e discussão de políticas públicas ambientais para o bioma. A Associação Caatinga é membro fundador do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Crateús, participa do Pacto Ambiental da Região dos Inhamuns, e é membro fundador do Programa Selo Município Verde do Ceará (programa de certificação dos Municípios ambientalmente responsáveis). Liderou a articulação da sociedade para a criação do ICMS Sócio-Ambiental do Ceará, e foi idealizadora e é gestora do Programa Aliança da Caatinga de apoio à criação e manutenção de reservas na Caatinga, que já apoiou a criação de dez novas reservas e 30 estão em processo de criação. Além disso, é membro representante da sociedade civil junto ao Conpam, é membro da Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, participa do Fórum Nacional de Áreas Protegidas e do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga e do Fórum Nacional de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente. Atualmente, preside a Confederação Nacional de Reservas Particulares do Patrimônio Natural.

Prêmios

Ao longo desses 13 anos, a Associação vem acumulando prêmios em nível regional, estadual, nacional. Seu trabalho também já é reconhecido fora do País. Em 2002, recebeu o Prêmio Banco Mundial de Cidadania pela difusão de iniciativas inovadoras no combate à pobreza e na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos brasileiros. No ano de 2005, a Reserva Natural Serra das Almas recebeu o título de Primeiro Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Caatinga pela Unesco, devido ao modelo inovador de conservação do bioma feito em conjunto com as comunidades do seu entorno.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

 Dentro dessa perspectiva de desempenhar uma função de incentivadora e facilitadora para o desenvolvimento sustentável do entorno, a Associação desenvolve vários projetos junto às comunidades que residem próxima da Reserva Natural Serra das Almas. Dois estão em destaque: "No Clima da Caatinga" e "Embarque nas Trilhas da Caatinga".
Por meio destes e de outros projetos, na Serra das Almas são desenvolvidas atividades de conservação, pesquisa científica, recreação e visitação escolar, além de educação ambiental e desenvolvimento sustentável junto às comunidades do entorno, combinando preservação ambiental com geração de renda e melhoria da qualidade de vida local.
Idealizado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, o Projeto "No Clima da Caatinga" tem por objetivo impactar positivamente na mitigação dos efeitos do aquecimento global por meio da conservação da Caatinga, no sertão deste Município. Iniciou no segundo semestre deste ano e terá duração de dois anos. Segundo a Associação, o projeto ocorre em 16 comunidades do entorno da Reserva. Beneficiará diretamente cerca de 5 mil pessoas e envolverá ao todo mais de 32 mil pessoas.
Já o Projeto "Embarque nas Trilhas da Caatinga" tem o objetivo de potencializar o turismo sustentável. O projeto realiza a formação de 30 condutores de trilhas para atuarem como guias de ecoturismo, potencializando o desenvolvimento de receptivos nas comunidades, para que os moradores locais possam oferecer produtos e serviços sustentáveis aos visitantes.

(Fonte:Silvania Claudino - Repórter - Diário do Nordeste)

sábado, 5 de novembro de 2011

Área de caatinga é preservada por iniciativa de Rachel de Queiroz.



Parte da fazenda da escritora no Ceará foi transformada em reserva natural.
No lugar é possível desfrutar das riquezas do sertão.

Globo Rural

O município de Quixadá, no Ceará, ficou famoso por ser o local escolhido pela escritora Rachel de Queiroz para a produção de seus livros. Parte da fazenda onde ela passava os dias e trabalhava foi transformada em RPPN, Reserva Particular do Patrimônio Natural. A reportagem do projeto Globo Natureza comemora os 11 anos das edições diárias do Globo Rural.

A paisagem exuberante não é o único atrativo da cidade de Quixadá, no Ceará. O lugar também exibe o orgulho de ter sido adotada pela escritora Rachel de Queiroz, que nasceu em Fortaleza e passou boa parte da vida no pedaço de sertão que tanto inspirou suas obras.

A primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras foi a criadora da literatura regional moderna. No primeiro livro, O Quinze, Raquel de Queiroz mostrou a luta dos sertanejos para sobreviver a uma das maiores secas da história. A escritora também revelou um sertão de mulheres fortes, como na obra Memorial de Maria Moura, que virou minissérie na TV Globo.

A velha estação de trem é parada obrigatória na viagem ao sertão de Rachel de Queiroz. O lugar, por onde passava o trem que levava passageiros de Fortaleza para o sul do Ceará, tem o nome de Daniel de Queiroz, pai da escritora. Seguindo a linha do trem, é possível encontrar as memórias de Rachel de Queiroz na fazenda que ela tanto amava.

"Está exatamente como a Rachel deixou. Só não é mais a geladeira porque eu troquei. Mas ela até tinha uma geladeira no mesmo lugar", explica Maria Luiza Queiroz, irmã de Rachel de Queiroz.

Maria Luiza, a irmã mais nova de Rachel, mora no Rio de Janeiro, mas, como a escritora, sempre cultivou o hábito de passar férias na fazenda com filhos e netos. Uma das áreas da fazenda que Rachel mais gostava é uma espécie de bosque formado só por árvores da caatinga. "Ela tinha muita vaidade de dizer que tem todas as árvores da caatinga tem na fazenda”, diz Maria Luiza.

Um terço dos 928 hectares da propriedade foi transformado em Reserva Particular do Patrimônio Natural. A iniciativa de criar a RPPN foi da própria escritora.

A produção da fazenda Não me Deixes é suficiente apenas para ajudar o sustento das sete famílias que vivem no lugar e para as atividades básicas da fazenda. Este ano, foram colhidos milho e feijão na roça que fica próximo à reserva. O desafio de fazer os funcionários obedecerem aos limites já foi conquistado.

O agricultor Evandro Pereira da Silva virou um guardião da caatinga. "É grande e tem muitos cantos que a pessoa pode entrar sem ninguém ver. Então, a gente tem que andar e prestar atenção”, explica.

Carlos Nogueira é engenheiro agrônomo e faz doutorado em ecologia. Entre as árvores típicas da região, ele encontrou uma grande quantidade da espécie que pesquisa: a dalbergia cearensis ou pau violeta, como é conhecida popularmente. A árvore produz madeira nobre e começou a ser explorada no período colonial.

"Os móveis de Luis XIV e Luis XV foram feitos com madeira saída da caatinga nordestina, do semiárido do Nordeste. Hoje, está representada no museu do Louvre. Existem 14 móveis do Louvre feitos com madeira saída do Ceará no reinado de Luis XIV e Luiz XV com a madeira dalbérgia cearensis", diz o agrônomo.

Durante dois anos, Carlos Nogueira monitorou tanto árvores adultas como em crescimento. O agrônomo diz que a criação de reservas é fundamental para o conhecimento da caatinga. “Você não vai encontrar essas espécies que são endêmicas daqui em outro local. Então, você vai está deixando de mostrar para a humanidade o potencial que existe nessas espécies que podem ser utilizadas para o bem da humanidade", explica.

A escritora Rachel de Queiroz queria preservar para servir seja na cozinha da fazenda, onde os aromas e sabores são mantidos como antigamente, seja fora dela, onde ainda é possível desfrutar das riquezas do sertão, que ilustrou os livros e a vida da escritora.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...