quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ceará quer dar exemplo e criar lei de convivência com o semiárido.

A luta pela água ainda constitui um desafio no semiárido nordestino
A luta pela água ainda constitui um desafio no semiárido nordestino
(Foto: Rodrigo Carvalho)

Durante mais de 100 anos, o semiárido foi visto como a terra do atraso e da seca. Hoje, vive um novo momento.

Conviver com a adversidade parece ser a sina da população que habita o semiárido nordestino, que realiza uma queda de braço com um dos principais infortúnios da região: a seca, cujos primeiros registros datam da colonização do Brasil, em 1534. O estigma do semiárido como a terra do atraso permanece por mais de um século. Só a partir dos anos 1990 essa realidade começa a ser transformada.
A criação de uma política de convivência com o semiárido, como propõe Eudoro Santana, secretário executivo de Altos Estudos da Assembleia Legislativa do Ceará, representa uma luz no fim do túnel, no sentido de reverter o quadro de desigualdade entre o semiárido cearense e as demais regiões do Estado.
O primeiro passo seria a criação do "Pacto pela convivência com o semiárido cearense", a partir do documento "Bases para a formulação de uma política estadual de convivência com o semiárido cearense, fruto de dois anos de pesquisa. Caso seja efetivada, "o Ceará vai dar um exemplo como fez com a água", festeja Eudoro Santana, ressaltando que mesmo sendo responsabilidade do governo federal, até hoje, não deu uma resposta. "Essa nova cultura que está sendo construída deve ser consolidada com uma política", reforça.
Assim, enquanto não vem a política nacional para o semiárido, o Ceará se antecipa, diz com entusiasmo. O estudo funciona como um desdobramento do Pacto das Águas, que constitui um dos 34 programas que compõem o Plano estratégico de convivência com o semiárido.

Mudanças climáticas

Hoje, no contexto das mudanças climáticas, a discussão em torno das regiões semiáridas - que compreendem 40% do território global, concentram 30% da população e mais da metade da pobreza do mundo - torna-se urgente, já que serão das áreas mais afetadas com o aquecimento global, pondo em risco desde a migração até o desaparecimento de espécies vegetais e animais, além da segurança alimentar dos seus habitantes.
Há projeções de que a temperatura na região fique ainda mais elevada, sendo a África um dos continentes mais afetados. No Brasil, em especial o Nordeste, concentra os maiores índices de pobreza. Eudoro Santana explica que três fatores inspiraram a elaboração do pacto, vindo em primeiro lugar, o Pacto das Águas. O segundo, o plano de combate à desertificação, baseado no programa nacional.
"A desertificação possui ligações com o semiárido", pontua Eudoro Santana, citando como terceiro fator, a Segunda Conferência Internacional sobre Clima (Icid+18), realizada em 2010, em Fortaleza. Outra proposição do estudo: "desconcentrar a economia da Região Metropolitana de Fortaleza, para onde têm convergido os investimentos públicos e estão localizados os projetos estruturantes do Estado, e desenvolver a economia no semiárido cearense".
As medidas têm a finalidade de fortalecer a "ecologia do semiárido". As propostas são fruto de amplo processo de discussão e participação de instituições que representam a sociedade.
No primeiro momento, era preciso fazer a contextualização do cenário, elegendo quatro eixos principais. São eles: economia, situação ambiental, construção e elaboração de uma nova cultura, políticas públicas e educação, resultando no documento composto to por 132 páginas, propondo a formulação de uma política para o semiárido.
Ao final, propõe a constituição de uma comissão especial para analisar esse documento, que tem a pretensão de ser transformado em projeto de lei, esclarece Eudoro Santana. "A ideia é que este documento crie um arcabouço jurídico" para a formulação de um decreto ou resolução, não importa.
O Ceará possui 86,8% do seu território localizado na região semiárida, abrigando 150 municípios e 56% de sua população. Demonstração de contradição é expressa pela distribuição do Produto Interno Bruto (PIB), como o documento mostra em 2007, quando 34 municípios localizados fora do semiárido concentravam 70% do PIB cearense, enquanto os 150 restantes ficaram com 30%.

Contextualização

A devastação da paisagem do Nordeste começa no período colonial quando ocorre a retirada da mata nativa para o plantio da cana-de-açúcar. Estava assim consolidada a prática agrícola da monocultura, cujos efeitos são sentidos nos dias atuais, como ressalta o sociólogo pernambucano, Gilberto Freyre, no ensaio Nordeste - Aspecto da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil.
Descoberto pelo litoral, representando por terras férteis e de abundância, o semiárido ou sertão surge como uma contradição da Terra Brasilis. A partir do século XVII, considerado como sertanejo, há o deslocamento do foco do litoral, aquela imensidão de terras férteis, por onde se deu a descoberta do Brasil, mais tarde, passa a ser reconhecida oficialmente como região Nordeste, o sertão ganha destaque sendo palco da civilização do couro e do gado.
É nesse cenário que o sertão consolida-se como uma das regiões mais ricas em belezas naturais, concentrando o bioma Caatinga. Isso significa que, historicamente, o homem nordestino conviveu com as adversidades da região, sendo uma das principais, a escassez de água. Até há pouco tempo, o homem sobrevivia utilizando algum conhecimento do semiárido, destaca Eudoro Santana, citando o programa de açudagem como forma de combater as secas.

Tábua de pirulito

O Ceará conta com mais de 26 mil açudes, sendo comparado a uma "tábua de pirulito". Destaca o ponto de vista cultural que envolve a discussão em torno da seca, sempre relacionada à ideia de pobreza e vista com negativismo. É importante lembrar que os primeiros relatos de secas aparecem no fim do século XIX.
Para Eudoro Santana, é importante lembrar a participação das igrejas, dos institutos de pesquisa, sindicatos e dos movimentos sociais na formulação de um novo olhar sobre o semiárido, no sentido de descobrir as suas potencialidades.
Cita como produtos desse novo semiárido, mel orgânico, leite e carnes de caprinos. Apesar de não existir rios perenes, a piscicultura é uma alternativa para compensação de proteínas na alimentação dos seus habitantes. "Esses rios devem ser povoados de peixes", sugere. A tecnologia é capaz de reverter a situação do semiárido que começa a incorporar novas culturas, citando a oliveira para a produção de azeite, além de peixe de cativeiro.

Política

"Se aprovada, a política de convivência com o semiárido nordestino, mais uma vez, o Ceará vai dar um exemplo"

Eudoro Correia

Sec. exec. de Altos Estudos da AL-CE

(Fonte: Diário do Nordeste - IRACEMA SALES- REPÓRTER)

sábado, 24 de dezembro de 2011

Conheça o Parque da Cidade de Pedras, no Piauí.


O Parque Nacional das Sete Cidades fica a 190 quilômetros de Teresina. O local tem 6,2 mil hectares e é famoso pelos monumentos geológicos.

Terra de encantos e cultura preservada. Partimos da Capital, Teresina, e viajamos 170 quilômetros até Piracuruca, onde está um dos mais famosos parques nacionais do País: Sete Cidades. uma metrópole de pedra. Uma área de transição entre o Cerrado e a Caatinga, com 6.000 hectares protegidos pelo Ibama. E por gente como o turistólogo Oziel de Araújo Monteiro, voluntário na defesa desse patrimônio e "inventor" de uma nova profissão: curiólogo, "cara curioso, que aprende tudo e vivencia na alma o lugar", como ele mesmo define.
E o curiólogo que praticamente nasceu dentro do parque é nosso guia para conhecer de perto estas Sete Cidades e suas fantásticas atrações. Segundo o "curiólogo" Oziel, no Parque "o xique-xique é um cacto chique duas vezes".
Chique mesmo é contemplar as formações de arenito, distribuídas em sete blocos, onde a mãe Natureza mostrou todo o dom artístico. São rochas de 400 milhões de anos, aproximadamente, quando o sertão nordestino era mar. Com o recuo das águas, os mineirais ficaram expostos a temperaturas elevadas e começaram a tomar formas diversas. Hoje o sertão ainda tem água. As nascentes que brotam no Parque abastecem o circuito das águas e suas piscinas naturais.

A imaginação ganha formas

E nas montanhas de pedra, a arquiteta imaginação cria um novo mundo... imaginário. Lentamente, surge uma tartaruga. E outro bicho, o elefante. Do outro lado, descansa o cachorro, um São Bernardo. Até animais gigantes e famosos têm espaço, como o lendário King Kong. O boi sem chifre e o galo sem cabeça também estão lá. O galo literalmente perdeu a cabeça: segundo o turistólogo Oziel "diz a história que os primitivos degolaram a cabeça dele porque ele cantava muito cedo".
Em Sete Cidades a imaginação não tem limites nem distâncias. Nessa pedra, por exemplo, o nome veio de longe, da França: é o Arco do Triunfo, ou simplesmente Arco, para os mais antigos. Segundo os místicos esse seria um portal para um novo mundo. E quem atravessasse poderia fazer até 3 pedidos. Com 3 exceções: nem casamento, nem riqueza, nem beleza. Eu já sou casado, não me preocupo muito com dinheiro e sei que não sou nenhum galã. Vou fazer meus pedidos aqui, mas em segredo.
Nas Sete Cidades, um mapa do Brasil, na pedra. E até quem proclamou a Independência do brasil foi homenageado: D. Pedro I parece estar comendo alface.

Misticismo na gruta

Na quarta cidade está um lugar muito frequentado por romeiros, a gruta do Catirina. Era um eremita, um curandeiro, que tinha ervas medicinais e com elas tentava curar o filho deficiente físico e mental. "A vinda do Catirina para essa gruta foi por pressão da sociedade, por causa do problema do filho. Imagine na década de 20 ou 30 o que era isso no sertão do Piauí", conta Oziel.
Depois da saída de Catirina, as pessoas passaram a frequentar a gruta, fazer rezas, acender velas e deixar oferendas aqui. A poucos metros da caverna está o túmulo onde o eremita e o filho foram enterrados.
O Parque de Sete Cidades é famoso pelas marcas do passado. No Sítio Arqueológico do Camaleão, figuras retratam como era a vida há 6.000 anos. Com a palavra o turistólogo Oziel: "O que se sabe é que houve ocupação humana na pré-história, mas alguns historiadores dizem que foram os fenícios, há 3.000 anos; outros dizem que foram os vickings; outros, que foram os extraterrestres e alguns autores brasileiros atribuem aos primitivos mesmo, tribos do kiriris ou tabajaras, que viveram nessa região na faixa de 2.000 a 3.000 anos atrás.
"Tem um clima de misticismo, de arqueologia, é um lugar fascinante", opina o turista Roberto Broder.

Bendita maldição!

Diz a lenda que Sete Cidades é resultado de uma maldição lançada a um príncipe e a uma princesa, petrificados em forma de lagartos, um de frente para o outro, a pouicos metros. Os 7 reinos viraram rochas. Diz a lenda também, segundo Oziel, que quando os lagartos "príncipe" e "princesa" se reencontrarem e se beijarem, tudo voltará ao normal. "Mas tem que ser naturalmente, ninguém pode apressar o processo senão vira pedra também", esclarece o turistólogo.
Enquanto o feitiço não se desfaz, vale contemplar a magia da cidade de pedras.
(Fonte: EPTVglobo)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Pernambuco cria primeira reserva estadual na caatinga.

 


Helvio Polito


Mata da Pimenteira, em Serra Talhada, a 450 km do Recife, é a primeira reserva estadual de caatinga de Pernambuco A secretaria estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade – Semas concluiu o processo de criação da primeira Unidade de Conservação (UC) estadual no bioma Caatinga. Após conclusão dos estudos técnicos, da audiência pública realizada em Serra Talhada e da aprovação do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), a formalização da reserva depende apenas do decreto que será assinado nos próximos dias pelo governador Eduardo Campos. O Parque Estadual Mata da Pimenteira será implantado no município de Serra Talhada, a 450 Km do Recife.
“É um momento histórico e um passo fundamental para a preservação deste bioma único no mundo, que tem importância cada dia maior para reduzir os impactos do aquecimento global e evitar a desertificação do nossa região semi-árida”, destacou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Sérgio Xavier, também presidente do Consema.
Durante este ano, técnicos da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e da Semas, realizaram o processo de análise e reconhecimento das áreas que vão compor essa UC. Com 887 hectares, o Parque Estadual Mata da Pimenteira será composto por fragmentos da Serra Talhada, Serra Branca e da Mata da Pimenteira, que vai dar nome ao Parque. A criação da UC vai contribuir para a preservação e a restauração da diversidade ecológica da Caatinga naquela região.
As características biológicas da área e a necessidade de ampliar as atividades de pesquisas já existentes no local levaram os técnicos da Semas e da CPRH a categorizar a UC como Parque Estadual permitindo assim a realização de atividades ecoturísticas ressaltando as vocações naturais, culturais, artísticas, históricas da região.
O secretário executivo da Semas, Hélvio Polito, explicou que área onde será implantada a UC foi identificada, segundo estudos da UFRPE, como área de alta importância biológica para conservação. “A Universidade de Pernambuco e a UFRPE já possuem centros de pesquisa naquela região. O Parque Mata da Pimenteira será o quintal das universidades, possibilitando que elas realizem pesquisas criando assim uma cadeia de informações para preservação da Caatinga, um Bioma ainda pouco estudado na sua biodiversidade”, enfatizou.
Em junho deste ano a Semas instituiu o Comitê Executivo para Implantação de Unidades de Conservação em Pernambuco. Desde que foi criado o Comitê já identificou outras áreas prioritárias na Caatinga para criação de novas UC’s.
O secretário Sérgio Xavier informou que outras 12 áreas de caatinga estão sendo estudadas e, em breve, serão transformadas também em unidades de conservação. “Nossa meta é implantar 81 unidades de conservação da Mata Atlântica e Caatinga até 2014, agregando, no entorno, projetos de geração de emprego e renda para as comunidades locais com atividades sintonizadas com a proteção, como sementeiras, apicultura, ecoturismo, ecoesportes, educação ambiental etc”, enfatizou.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Seminário promovido pelo CERBCAA/PE em Afogados da Ingazeira discute a caatinga.



Durante os dias 08 e 09 de dezembro, aconteceu na Pousada de Brotas, no município de Afogados da Ingazeira (PE), o Seminário de Integração do I Subcomitê do CERBCAA/PE (Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga em Pernambuco) em Afogados da Ingazeira. O Objetivo do Projeto “VALORIZAÇÃO DO BIOMA CAATINGA” é promover ações visando à valorização da Caatinga através de ações de educação ambiental.

O projeto atende a 17 municípios da Caatinga situados na região de desenvolvimento do Vale do Pajeú, visando. Como metas, Sensibilizar a população local sobre a importância e fragilidade do bioma Caatinga; Capacitar professores da rede de ensino pública e particular sobre as potencialidades e sensibilidade do bioma nos municípios atendidos pelo projeto; Incentivar trabalhos na área de educação ambiental, destacando o Dia Nacional da Caatinga e Dia Internacional do Meio Ambiente e criar o primeiro Subcomitê do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga – CERBCAA-PE através de um processo de educativo e participativo da população.

O CERBCAA/PE acredita que através de ações como as deste projeto, da atuação de organizações não governamentais e do poder público, poderemos mudar a situação atual da CAATINGA, bioma genuinamente brasileiro. A degradação da caatinga, principalmente pela ocupação humana e desmatamento para levar lenha aos fornos de empresas do estado de forma ilegal e sem fiscalização alguma, é o maior desafio.

O Projeto promovido pelo Comitê Estadual da Caatinga, tem o patrocínio do FEMA – Fundo Estadual de Meio Ambiente, Governo do Estado de Pernambuco (Sectma), Execução da Âncora e Apoio do IPA – Instituto Agronômico de Pernambuco.

Dentro da programação, aconteceu adesivaço no centro de Afogados da Ingazeira, palestras com Hélvio Polito (Secretário Executivo da SEMAS) sobre a Criação de Unidades de "Conservação Estadual no Bioma Caatinga", e sobre a importância das Unidades de Conservação da Natureza, com Ana Virgínia Melo (Ibama), posse dos membros do subcomitê da Caatinga, entrega de certificados, e planejamento de atividades.

Fotos do Seminário:

O Coordenador do CERBCAA/PE, Elcio e sua esposa Emília
e Hélvio Polito, Sec. Executivo da SEMAS

 





























terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pernambuco começa a medir fluxo de CO2 na atmosfera dos sertões

Pernambuco começa a medir fluxo de CO2 na atmosfera dos sertões



Atentos aos possíveis efeitos das mudanças climáticas na Caatinga, pesquisadores de 13 instituições públicas federais e estaduais concluem a instalação da segunda torre de medição de gás carbônico no semiárido.


Por Francis Lacerda e Robério Coutinho



No início do mês de março de 2011, passou a funcionar a segunda torre de monitoramento de CO2 do Estado. O equipamento foi instalado em Araripina, no Campo Experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). A ação integra as metas do Estudo das Mudanças Climáticas e seus impactos em Pernambuco (Muclipe),projeto aprovado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e coordenado pelo Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A primeira torre foi instalada em Petrolina, em dezembro de 2010, na Embrapa Semiárido. De acordo com a coordenadora do Muclipe e Lamepe, Francis Lacerda, com a instalação e operacionalidade dos equipamentos, o Estado passa a realizar estudos pioneiros sobre a vulnerabilidade da Caatinga diante dos efeitos das alterações climáticas na Região.

Também será possível analisar os efeitos da degradação do bioma na alteração do clima. “A utilização dos dados coletados pelas torres permitirá a realização de experimentos científicos capazes de investigar o que acontece com o clima do Estado com a degradação da Caatinga”, conta Francis. Verificar a possibilidade da ocorrência de chuva ácida no semiárido e o tempo e a forma com que as variações no clima podem influenciar na degradação da caatinga também podem ser pesquisados.

Os dados monitorados pelas torres de gás carbônico serão utilizados em modelos atmosféricos capazes de gerar cenários futuros de como estará o clima e a caatinga em 2015, 2020, 2030 e 2050. Os respectivos cenários apresentarão uma escala que varia segundo as condições climáticas mais otimista e pessimista. Francis informa que os experimentos já começam a ser montados a partir do próximo ano.


“O Bioma passou milhares de anos para buscar o equilíbrio no clima semiárido, portanto, é preciso antecipar os cenários associados com os efeitos das mudanças climáticas para subsidiar na atualidade, as melhores formas de mitigação e adaptação dos impactos na Caatinga”, conta Francis. Ela ressalta que até hoje, sabe-se pouco sobre a relação do papel do bioma no clima semiárido.


No município de Petrolina, o equipamento está colhendo dados numa área de caatinga que se encontra preservada. Já em Araripina, serão monitoradas as condições meteorológicas em um ambiente degradado. “Vamos fazer a correlação entre os dois cenários para avaliar como se comporta a interrelação do Bioma e o clima”, diz


“A comparação entre os dados coletados pela torre em Petrolina e a de Araripina permitirá identificar o tempo em que a Caatinga leva para se degradar em condições climáticas extremas”, diz Francis. Ela destaca que os resultados dos impactos das mudanças climáticas e seus respectivos cenários futuros nos municípios de Araripina e Petrolina servirão de modelo para estudos em outros municiípios que apresentam o clima árido e semi-árido do Nordeste brasileiro.

Esta ação do Muclipe pode ainda permitir a realização de estudos sobre os impactos da alteração do clima na saúde da população. Em conjunto com a FioCruz podem ser feitas correlações entre doenças respiratórias e o nível de poluentes na atmosfera de Araripina. “Com a torre, é possível avaliar a real distribuição de poluentes na localidade”, diz Francis. O projeto também permite a elaboração de estudos para identificar o potencial econômico da Caatinga, por meio da sua potencialidade em absorver gás carbônico da atmosfera. “Caso se comprove a eficiência em seqüestrar CO2 do ambiente, o negócio internacional com créditos de carbono pode ser uma nova opção financeira dos sertanejos”, garante.
(Fonte: IPA)



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

CERBCAA/PE promove o Seminário de Integração do I Subcomitê em Afogados da Ingazeira (PE).

"Na caatinga, o homem bicho bate em retirada,carregando apenas trapos, cambaleia. Cai" (Graciliano Ramos)
Acima postamos a programação da nossa próxima reunião ordinária que acontecerá conjuntamente com o  Seminário de Integração do I Subcomitê do CERBCAA/PE em Afogados da Ingazeira, nos dias 08 e 09 do próximo mês de dezembro.
 
O Objetivo do Projeto “VALORIZAÇÃO DO BIOMA CAATINGA” foi promover ações visando à valorização da Caatinga através de ações de educação ambiental.

O projeto atendeu a  17 municípios da nossa CAATINGA situados na região de desenvolvimento do Vale do Pajeú, visando:

• Sensibilizar a população local sobre a importância e fragilidade do bioma Caatinga;

• Capacitar professores da rede de ensino pública e particular sobre as potencialidades e sensibilidade do bioma nos municípios atendidos pelo projeto;
• Incentivar trabalhos na área de educação ambiental, destacando o Dia Nacional da Caatinga e Dia Internacional do Meio Ambiente;
• Divulgar os recursos naturais da Caatinga;
• Criar o primeiro Subcomitê do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga - CERBCAA-PE através de um processo de educativo e participativo da população

O CERBCAA/PE acredita que através de ações como as deste projeto, da atuação de organizações não governamentais e do poder público, poderemos mudar a situação atual da CAATINGA, bioma genuinamente brasileiro. O Projeto promovido pelo Comitê Estadual da Caatinga, teve o patrocínio do FEMA - Fundo Estadual de Meio Ambiente, Governo do Estado de Pernambuco (Sectma), Execução da Âncora e Apoio do IPA - Instituto Agronômico de Pernambuco.

Agradecemos a todos que contribuíram de maneira decisiva para a implantação do I Subcomitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga no Pajeú : membros do CERBCAA/PE, autoridades, técnicos, sociedade civil organizada e colaboradores.

Leia também as referências sobre o Projeto em:
Seminário Valorização do Bioma Caatinga - Tuparetama
Projeto "Valorização do Bioma Caatinga" - Brejinho
Projeto Valorização do Bioma Caatinga - Blog da Ema
Comitê Estadual discute a Valorização do Bioma Caatinga - IPA
Encontro sobre preservação da Caatinga em Triunfo

A Importância de Valorizar a Caatinga

As belezas e os problemas da caatinga.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...