domingo, 26 de julho de 2009

Caatinga: Mudas de espécies em extinção são reproduzidas

Estudo feito pela Embrapa, em Petrolina, desenvolveu tecnologia para
germinação de quatro plantas ameaçadas de desaparecer.


O Brasil tem, segundo o Ibama, 472 tipos de plantas em risco de extinção, dos quais quatro estão na caatinga. São a aroeira-do-sertão, a baraúna, a imburana-de-cheiro e a quixabeira que, se depender da Embrapa Semiárido, deixarão de figurar na lista. É que pesquisadores da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, localizada em Petrolina, Sertão de Pernambuco, desenvolveram uma tecnologia para a produção de mudas dessas espécies.
A partir de estudos da fisiologia das sementes das quatro árvores, a equipe identificou qual a melhor forma de estimular a germinação, se apenas umedecendo-as ou também fazendo um pequeno corte na casca. É o que se chama de quebrar a dormência. Na natureza, isso se dá pela ação da chuva ou do tempo, mas no laboratório é preciso recorrer a métodos artificiais.
Enquanto a aroeira e a umburana precisam apenas ser embebidas num papel com água para germinar, a baraúna e a quixabeira necessitam de um corte na casca do lado oposto ao do embrião. “Também verificamos a temperatura mais adequada e o melhor substrato, que pode ser areia, solo ou ainda uma mistura dos dois com a adição de esterco”, explica Bárbara França Dantas, que coordena o trabalho.
Os pesquisadores monitoram até a quantidade de luz que a muda recebe. Ao avaliar o crescimento da planta, eles verificam em que combinação de fatores ela se desenvolve melhor.
A agrônoma, com pós-graduação em fisiologia de sementes, explica que decidiu pesquisar a aroeira-do-sertão, a baraúna, a imburana-de-cheiro e a quixabeira para contribuir com a conservação dessas espécies. “Embora estejam ameaçadas, há pouca gente trabalhando com elas”, justifica. Segundo Bárbara, as quatro são exploradas para fins medicinais. “Da aroeira se usa a casca e a madeira, das outras três, as sementes. A baraúna também tem uso madeireiro”, esclarece.
Das quatro, a que mais Bárbara teve dificuldades de encontrar foi a quixabeira. “As outras a gente ainda acha fácil na caatinga, mas ela aparece apenas numa região chamada Salitre, aqui em Petrolina”, conta. A pesquisadora calcula que já produziu pelo menos 100 mudas das espécies. “Foram usadas nos experimentos. Mas o mais importante é que agora pudemos dizer como são produzidas essas mudas.” A equipe de Bárbara realizou dois cursos, este ano, sobre produção de mudas das quatro espécies.


(Fonte: JC - Por Verônica Falcão)

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