terça-feira, 27 de outubro de 2009

Reflexão sobre mudanças no Código Florestal no âmbito da Caatinga




Por Francisco Barreto Campelo 


É importante que os envolvidos na luta pela conservação da Caatinga, não fiquem distantes desse debate. Podemos ser surpreendidos por conceitos e imposições que favoreçam o desaparecimento de nossas Caatingas.
Penso que temos uma oportunidade para valorizar no Código Florestal o Manejo Florestal Sustentável. Esse instrumento, que possibilita a gestão das florestas, complementando o processo de conservação e mantendo os serviços ambientais, é mais falado do que utilizado. Precisamos impulsionar a pratica do manejo florestal para reverter o processo de degradação no bioma Caatinga e lutar para que as atividades produtivas sigam padrões de sustentabilidade. Os estudos do PROBIO demonstra que temos áreas suficientes no bioma que podem atender a todas as condicionantes ambientais e as demandas por produtos florestais. O que precisamos é ordenar os usos com critérios de sustentabilidade.
O manejo florestal sustentável é necessário não somente para a obtenção de lenha ou outros produtos madeireiros, ele é fundamental também para a pecuária extensiva e para os produtos não madeireiros. A Caatinga tem um potencial florestal que gera renda com inclusão social, precisamos valorar esses ativos ambientais.
Estudos da rede de Manejo da Caatinga já demonstram que a Caatinga submetida ao manejo por meio da talhadia simples, se regenera e mantém a biodiversidade e os serviços ambientais, comparáveis a áreas totalmente protegidas. Assim, devemos aproveitar esse momento para não permitir que afastem os produtores rurais dos negócios ambientais/floresta is. Precisamos superar os preconceitos e dar credito aos estudos realizados na Caatinga.
O comportamento que vemos para o manejo florestal ainda é pequeno e preconceituoso diante da intensidade de uso que se faz dos recursos florestais. Não damos conta de que no Nordeste o manejo florestal é praticado nas áreas de uso alternativo do solo, onde é permitida ao produtor rural a eliminação da floresta para implantação de pasto ou agricultura e nesse momento de intensa alteração da paisagem não questionamos: a biodiversidade, a viabilidade econômica, a sustentabilidade ambiental e econômica, a compactação do solo, entre outras. A Caatinga tem um potencial forrageiro que possibilita termos nossa pecuária, sem a necessidade de desmatar para formar pastos.
Assim, sem percebermos e sempre querendo o bem para o meio ambiente, empurramos os produtores para o desmatamento. Devemos aproveitar esse momento para impormos de fato critérios para o uso sustentável da Caatinga:
Porque suprimir a Caatinga para formar pasto se a mesma tem um potencial forrageiro. Onde está a viabilidade econômica e ambiental desse pasto que se diz superior a Caatinga?
Estudos demonstram que com até 30% de sombreamento não existe alteração na produção forrageira dos pastos, porque permitir o suprimento total da vegetação para essa finalidade?
A capacidade de carga animal na Caatinga já é conhecida, mas mesmo assim, temos sempre novos projetos sendo apoiado, o que faz com que em várias áreas a capacidade esteja superada. Onde esta a sustentabilidade, quem pode frear esse desmatamento silencioso?
Como podemos assegurar o desenvolvimento regional se a economia da região utiliza a lenha sem nenhum planejamento ambiental? A Matriz energética precisa ser atendida em base sustentável, é inadmissível que nos dias atuais ainda tenhamos a segunda fonte energética dessa matriz sendo atendida por atividades de supressão da vegetação e sem uma atenção maior por parte do planejamento energético. Precisam criar mecanismos para um programa que valorize a lenha, nosso bicombustível solido.
O Manejo Florestal é uma atividade produtiva em base sustentável que colabora com o processo de conservação. Com o manejo florestal uma propriedade rural pode ser produtiva, com a utilização de 5 ou 7% de sua área e mantendo praticamente 95% com cobertura florestal.
Precisamos fortalecer o Manejo Florestal Sustentável, esse importante instrumento de gestão ambiental que assegura a produção florestal sem comprometer os serviços ambientais, promovendo a conservação da biodiversidade com inclusão social.
Assim, gostaríamos de sugerir um debate a ser realizado conjuntamente com a Universidade Rural de Pernambuco, o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga e a Associação Nordestina dos Eng. Florestais – ANEF, para apresentarmos sugestões que qualifiquem o Código Florestal, incorporando os avanços da Ciência Florestal em seu contexto.

Leia também: Valor Econômico - Pacote de Lula tenta pôr fim à disputa do Código Florestal
                                                  Minc detalha proposta do MMA sobre Código Florestal e Reserva Legal

                                                  Governo facilita regularização ambiental do agricultor







segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Resultados da Mostra de Cinema Bela Caatinga – Etapas 1 e 2



Por Cléa Lúcia (cineasta)

As apresentações em 9 municípios, aconteceram com muita diversidade. A proposta inicial de 6 apresentações por cada município, após pré-produção foi modificada para 5. Os resultados esperados, para os municípios menores é de um público de 100 pessoas em média por apresentação, somando 500 nas 5 apresentações. O esperado para as cidades maiores neste bloco: Salgueiro e Serra Talhada seria de 200 pessoas por turno o que somaria 1000 pessoas, público total. Seria interessante citar, que os pequenos públicos, muitas vezes, proporcionou um melhor desempenho dos objetivos: possibilidade de conversar sobre os temas explanados.

Resultados nos 9 municípios, onde já aconteceram a mostra:

Buique (cidade – 410 pessoas;Distrito Guanambi – 930 pessoas) = 1340
Inajá = 840
Ibimirim = 600
Custódia = 550
Belmonte = 530
Serra Talhada = 500
Mirandiba = 450
Salgueiro = 350
Pedra = 310

TOTAL = 5470

O Distrito de Guanambí (Município de Buíque) surpreendeu pelo público das 3 apresentações. A atividade do Diretor da escola Anselmo e seu professorado interessado, fez com que praticamente toda a escola tivesse participação no projeto. Um fato estranho, que apesar de aberto ao público, raras foram as pessoas da comunidade que estiveram presentes..O apoio do Sesc foi fundamental – viabilizou os espaços e exibição.
Os filmes mais assistidos nesta mostra foram: “Arvore Sagrada”, “Tem Boi no Trilho”, “Patativa”, “Espelho D’água”, “ Chicão Xucuru”, “Viva São João”, A Musa do Cangaço”,“Aruanda”, “Arraial”. As escolhas foram feitas de acordo com a presença de aldeias indígenas, quilombos, sebastianismo, cangaço. O Umbu como faz parte da vida de todos,
O Rio São Francisco e a poesia, estes temas foram muito solicitados.
A globalização já domina os adolescentes e jovens, até da zona rural. As informações midiáticas da TV, rádio, carro de som, conseguem prender os jovens a um padrão , que as demais propostas de conhecimento e arte, não servem.
O novo grupo de municípios tem seu cronograma marcado para inicio de novembro.

Confiram a Programação completa da Mostra de Cinema no final da página deste Blog.

domingo, 25 de outubro de 2009

Tilápias e tucunarés ameaçam fauna nativa


Entre as 47 espécies de animais invasores em Pernambuco, esses peixes são considerados os mais nocivos pela alta capacidade de adaptação às mudanças ambientais e por serem predadores vorazes

Pernambuco tem 47 espécies de animais considerados invasores, aqueles originários de outras regiões do País ou do mundo e que se constituem numa ameaça à fauna nativa. Duas delas, no entanto, têm chamado a atenção de pesquisadores e ambientalistas: a tilápia, que veio da África, e o tucunaré, proveniente da Amazônia. Para o biólogo Tarciso Leão, um dos coordenadores do levantamento, são as que oferecem maior risco, pela alta capacidade de adaptação às mudanças ambientais e por serem predadoras vorazes.
A taxa de extinção de espécies de peixes nativos provocada pelo tucunaré é de 50%. Segundo Tarciso, do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), o tucunaré é um dos mais introduzidos em regiões onde não é nativo, dentro do Brasil. Uma das primeiras introduções registradas ocorreu no município de Maranguape, Ceará, em 1939.
No Nordeste, o tucunaré foi a quarta espécie de peixe mais produzida e distribuída pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) em 2002. É a segunda, depois da tilápia-do-nilo, mais capturada, representando 11% da pesca nos açudes públicos.
O peixe tende a ocupar o topo da cadeia alimentar dos lagos não só de Pernambuco, mas de todo o semiárido. Outra característica que preocupa os pesquisadores é o canibalismo. “À medida que as presas se tornam escassas, o tucunaré passa a se alimentar de indivíduos da mesma espécie”, esclarece.
O cuidado parental, que é o vínculo entre pais e crias, é também motivo de alerta. “Isso contribui para aumentar sua taxa de sobrevivência no ambiente”, justifica Tarciso, um dos coordenadores do dossiê que, em março deste ano, apontou a existência dos 47 bichos e 23 plantas invasores.
Já a tilápia-do-nilo, mostram os estudos, em pouco tempo pode aumentar o tamanho da população e se tornar dominante. “Ela altera a estrutura da comunidade, reduzindo a abundância de microcrustáceos planctônicos e aumentando a presença de microalgas. Além disso, reduz a transparência da água”, afirma o estudioso.
Num reservatório na caatinga do Rio Grande do Norte, a tilápia-do-nilo não só reduziu a população de espécies nativas como de outra introduzida, a pescada-branca. “Era o principal peixe no reservatório antes da introdução da tilápia-do-nilo”, conta.
A solução apontada por Tarciso é a suspensão imediata do uso dessas duas espécies em programas de peixamento, o que reduziria as chances de invadirem novas áreas.
(Fonte: Jornal do Commercio - Verônica Falcão. Fotos: Créditos imagens.band.com.br e biologias.com)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Projeto leva água ao sertão



Em Pernambuco, um engenheiro construiu barragens no leito dos riachos que formam cisternas naturais depois do período de chuvas. A ideia devolve o verde para uma região castigada pela seca.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Chuva revela mundo de cores na caatinga



Caatinga chuvosa - fotos: Renata Pires

A caatinga, normalmente associada à cor cinza, pode se tornar vermelha, rosa, amarela, lilás, branca e até verde. O fenômeno ocorre durante a floração, quando os botões florais se abrem em pétalas, numa explosão de beleza. Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) analisaram 115 espécies lenhosas desse bioma e elaboraram um guia de floração, que na maioria das vezes coincide com as chuvas. É no período chuvoso, lembram os botânicos, que as plantas do semiárido saem da chamada estivação, quando perdem as folhas. Tipo de hibernação às avessas, a estivação é uma estratégia de sobrevivência das espécies da caatinga para enfrentar a seca. Com as primeiras chuvas, as folhas ressurgem. O verde também e, em seguida, as flores. As plantas estudadas são do Herbário UFP, no Centro de Ciências Biológicas da UFPE. A equipe analisou as chamadas exsicatas, que são ramos floridos desidratados, para verificar o período de floração. Tanto os meses em que as flores surgem quanto a cor delas estão registrados nas anotações feitas pelos cientistas, contidas na fichinha de cada exsicata. “Das sete categorias de cores das flores classificadas, encontramos seis na caatinga”, explica Marlene Barbosa. Ela é curadora da Herbário UFP e uma das autoras do guia, resultante de uma monografia de conclusão do curso de biologia da UFPE e recentemente publicado em forma de livro, intitulado Calendário didático de floração de espécies lenhosas da caatinga de Pernambuco, com base em coleções do Herbário UFP-Geraldo Muniz. A única que não está presente é a laranja. Criado em 1968, o herbário da UFPE tem 54.341 amostras de plantas. Desde dezembro de 2003, está cadastrado pelo Ministério do Meio Ambiente como uma das instituições públicas do País fiéis depositárias de amostras do patrimônio genético nacional. Foi o primeiro herbário de Pernambuco a ter esse reconhecimento. O levantamento, feito por Marlene, a professora Dilosa Barbosa e a bióloga Lilian Cristine Marinho de Lima, revelou, ainda, que 59% das flores são das cores mais vistosas. Ou seja, rosa, vermelha, amarela e lilás. O trabalho também descreve o tamanho das flores, se pequeno, médio, grande ou muito grande. A caatinga, segundo os estudos mais recentes, abriga 1.511 espécies vegetais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a vegetação característica do semiárido se espalha por 827.242,46 quilômetros quadrados. Para o Ministério do Meio Ambiente, a área ocupada pelo único bioma exclusivamente brasileiro é de 762.753,67 quilômetros quadrados. Das 1.511 espécies vegetais da caatinga, pelo menos 318 são exclusivas do ecossistema. E cerca de 30% das plantas vasculares (com vasos para conduzir seiva e água) não ocorrem em nenhuma outra parte do planeta. Na caatinga, há desde florestas altas e secas, com árvores de até 20 metros de altura, até afloramentos de rochas com arbustos baixos e esparsos, como cactos e bromélias. Existe, ainda, o “mediterrâneo sertanejo” dos brejos de altitude, várzeas e serras.
(Fonte: JC - Ciência e Meio Ambiente - 10.10.2009)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vale do Catimbau: Novo tipo de réptil na caatinga

O Vale do Catimbau e a cobra- de-duas cabeças

O animal, localizado por pesquisadores da UFRPE, da USP e da UFMT, tem mais anéis corpóreos do que as cobras-de-duas cabeças conhecidas pela ciência. Eles recolheram 4 exemplares no parque

Por: Verônica Falcão

Um ano depois de descobrir um lagarto no Parque Nacional do Catimbau, em Buíque, Agreste de Pernambuco, pesquisadores encontraram no lugar mais uma espécie de réptil desconhecida para a ciência. Trata-se de uma anfisbena, também chamada de cobra-de-duas-cabeças, com mais anéis corpóreos do que esses animais costumam ter. A característica inspirou o nome científico dado ao bicho: Amphisbaena supernumeraria. O primeiro termo é relativo ao gênero, já conhecido pelos biólogos. O segundo, cunhado pela equipe de três universidades brasileiras envolvidas na descoberta, corresponde à espécie. “O super quer dizer maior ou grande e numerária, número”, justifica a professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Ednilza Maranhão. A pesquisadora, da unidade acadêmica da UFRPE em Serra Talhada, conta que coletou quatro exemplares do animal, em março do ano passado, na Fazenda Porto Seguro, propriedade identificada na região como Meu Rei. Ednilza estava acompanhada pelo mais reconhecido herpetólogo (especialista em répteis) do Brasil, o professor da Universidade de São Paulo (USP) Miguel Trefaut Rodrigues. Os dois, mais a professora da Universidade Federal do Mato Grosso Tamí Mott, especialista em anfisbenas, descreveram a nova espécie, em julho deste ano, na prestigiosa revista científica Zootaxa. “O número elevado de anéis corpóreos e a fusão das escamas frontais são algumas das principais características desse réptil”, revela Ednilza. A pesquisadora conta que o animal vive enterrado no solo, onde passa grande parte do tempo. “Como é um réptil recém-descoberto, muita coisa sobre a sua história de vida ainda precisa ser desvendada”, avalia. Para a professora, a descoberta destaca a importância do Parque Nacional do Catimbau como área prioritária para conservação, principalmente da herpetofauna, que é o conjunto de espécies de anfíbios e répteis, do Semiárido.
O parque, criado pelo governo federal em 2002, tem 62.300 hectares e envolve quatro municípios: Buíque, Tupanatinga (também no Agreste), Ibimirim e Sertânia (ambas no Sertão). “É grande a possibilidade de mais espécies serem descobertas com a continuação das pesquisas”, prevê a pesquisadora. No mundo são conhecidas 196 espécies de anfisbenas, répteis escamosos que costumam viver enterrados. Elas estão distribuídas em seis famílias zoológicas, das quais a dos anfisbenídeos é a mais numerosa. Inclui 16 gêneros e 178 espécies. A família dos anfisbenídeos, explicam os autores do artigo, ocorre na África e nas Américas Central e do Sul. No Brasil, são conhecidas 64 espécies de anfisbenídeos, das quais 43 integram o gênero Amphisbaena. Em setembro do ano passado, Ednilza e Miguel Trefaut descreveram um outro réptil. O lagarto, com cinco centímetros, também vive nas areias no Vale do Catimbau e é chamado de escrivão pelos moradores do lugar. A dupla batizou o réptil de Scriptosaura catimbau. O bicho, que provavelmente se alimenta de pequenos invertebrados, não tem patas, um resultado da adaptação ao ambiente arenoso da parte mais alta do parque nacional.
(Fonte: Jornal do Commercio - Ciência e Meio Ambiente - 04.10.09)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Comitê realiza sua XVI Reunião e discute a Desertificação na Caatinga. Guaraci Cardoso é eleito Vice-coordenador.



O Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga (CERBCAA-PE) realizou hoje (08.10), na sede do Instituto Agronômico de Pernambuco -IPA, sua XVI reunião ordinária. Participaram da reunião representantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) , Universidade Federal Rural de Pernambuco (UAST/UFRPE), Universidade de Pernambuco (UPE) , Codevasf, IPA, Secretaria de Agricultura de Salgueiro, Embrapa/IPA, Prefeitura de Floresta, Representante do Deputado Nelson Pereira/ALEPE, e as ONGS GDMA (São Caetano) e Floresta (PE). Como tema central da pauta da reunião, a geógrafa Edneida Cavalcanti – Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco e Coordenadora da Equipe Técnica de Elaboração do PAE/PE fez uma apresentação aos membros do Comitê sobre o Programa de Ação Estadual de Pernambuco para o Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca – PAE-PE. Esse processo de escuta da sociedade se deu através de cinco Oficinas Regionais, atingindo 127 municípios, estando afinado com a perspectiva de descentralização com a qual o governo vem trabalhando, juntamente com a estratégia de transparência da gestão e controle social das ações. As Oficinas aconteceram em Salgueiro, Petrolina, Triunfo, Garanhuns e Taquaritinga do Norte. O estado de Pernambuco larga na frente de todos os estados brasileiros na construção do Plano de Ação Estadual (PAE-PE). Esse processo de construção coletiva estabeleceu dois objetivos principais: Colher subsídios para a elaboração do anteprojeto de Lei da Política Estadual de Combate à Desertificação; e Construir, de forma participativa e articulada, o Programa de Ação Estadual de Pernambuco para o Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca – PAE-PE. Que é um trabalho do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria Estadual de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente – Sectma, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente – MMA, a Agência de Cooperação Alemã – GTZ, o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura – IICA, a Associação Municipalista de Pernambuco – Amupe, a Fundação Joaquim Nabuco – Fundaj e a Articulação do Semi-Árido – ASA-PE. A Política Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca tem por objetivo garantir às populações locais condições de vida digna para convivência com o semi-árido, promovendo o desenvolvimento socioambiental sustentável e a manutenção da integridade dos ecossistemas característicos desta região. O anteprojeto de Lei, encaminhado à Assembléia Legislativa pelo governador Eduardo Campos, elege como instrumentos da Política Estadual o Programa de Ação Estadual de Pernambuco para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE-PE); o Fundo Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca; o Cadastro Estadual das Áreas Suscetíveis à Desertificação; o Sistema Estadual de Informação sobre a prevenção e combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca; o Diagnóstico e zoneamento das áreas susceptíveis e afetadas pela desertificação; o Monitoramento e Fiscalização socioambiental das Áreas Suscetíveis à Desertificação; Subsídios e incentivos fiscais e financeiros para elaboração e implantação de pesquisas, projetos e ações voltados ao combate à desertificação; além de incentivos fiscais e financeiros para a criação e implementação de Unidades de Conservação voltadas à proteção do Bioma Caatinga. O Coordenador do Comitê, Elcio Barros fez uma apresentação sobre o "Projeto de Valorização da Caatinga" e Guaraci Cardoso, do GDMA foi eleito pelos presentes como Vice-Coordenador do Comitê (Foto acima: Marcelo Teixeira/Sec.Executivo,Guaraci Cardoso/Vice-coordenador e Elcio Barros/Coordenador Geral). A XVII Reunião Ordinária, e última do ano do CERBCAA/PE deverá ser no município de Floresta (PE), no mês de dezembro do corrente ano.
Sobre o Plano de Desertificação, recomendamos o seguinte site e blog:

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Polêmica na supressão de vegetação para a ferrovia Transnordestina


O governo do Estado de Pernambuco publicou uma lei autorizando a supressão vegetal de 516,8 hectares, entre Salgueiro e Ipojuca, na área que será implantada a Ferrovia Transnordestina. O empreendimento vai ligar os portos de Pecém, no Ceará, e o de Suape, em Pernambuco, à cidade de Eliseu Martins, no Piauí. Os ambientalistas criticaram a medida alegando que faltou discussão sobre o impacto ambiental da obra, principalmente no bioma da caatinga (vegetação típica do Sertão nordestino).
“É inegável que precisamos de um sistema ferroviário. O que estamos questionando é a forma de fazer a lei. Uma discussão sobre o assunto poderia evitar que, por exemplo, se desmatasse uma área totalmente preservada, quando, às vezes, cinco quilômetros ao lado desse local está uma área degradada”, argumentou o coordenador da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan), Alexandre Araújo.
“A principal crítica que fazemos sobre esse processo foi a falta de discussão sobre os impactos ambientais”, comenta um dos coordenadores da Associação Ecológica de Cooperação Social (Ecos), Alexandre Moura.
A lei estadual nº 13.884 prevê a supressão vegetal em 211,2 hectares de caatinga arbórea arbustiva, 175,7 hectares de caatinga arbórea, 21,4 hectares de caatinga arbustiva, 64,6 hectares de Mata Atlântica e 43,9 hectares de mata em cultivo agrícola.
A Aspan chegou a encaminhar uma denúncia formal contra a supressão vegetal dessa área ao Ministério Público Federal (MPF). A argumentação da denúncia é que faltou discussão sobre os impactos ambientais da obra, o traçado da ferrovia e também uma análise mais profunda do Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) para adaptar o projeto aos interesses locais.
O MPF enviou a denúncia da Aspan para o Ministério Público Estadual (MPE) e pediu algumas informações ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “O Ibama nos informou que não há parque federal de preservação ambiental nesse traçado”, afirmou o procurador da República que atua no MPF em Serra Talhada, Marcial Duarte Coelho, acrescentando que o MPF vai acompanhar o processo.
O projeto de lei pedindo autorização para a supressão vegetal estava tramitando na Assembleia Legislativa desde abril último. A empresa que está à frente da implantação da ferrovia, a Transnordestina Logística (antiga Companhia Ferroviária do Nordeste, CFN) já conseguiu a licença ambiental para construir esse trecho do empreendimento. Falta a contratação da construtora do trecho Salgueiro-Ipojuca. Já existe um trecho (Missão Velha-Salgueiro) em obras. O investimento total é de R$ 5,4 bilhões.
Fonte: Jornal do Commercio - Leia mais em: Supressão vegetal para ferrovia gera polêmica

sábado, 3 de outubro de 2009

CAATINGA - Inteligência de uma espécie de macaco surpreende o mundo



O macaco da Serra da Boa Vista, Sul do Piauí, aprendeu a usar ferramentas para se alimentar. Eles usam pedras, até mais pesadas que o próprio corpo, para quebrar cocos.

Leia também: Macacos 'sabidos' e até a onça pintada do PI

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vamos conservar a Caatinga

Caatinga - Foto: Edilton Araújo

A caatinga é único bioma com limites inteiramente restritos ao território nacional, ou seja, grande parte do seu patrimônio biológico não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo, além do Nordeste do Brasil. Ao se discutir políticas públicas para o estudo e a conservação da biodiversidade desse bioma deve ser levada em consideração essa posição única entre os biomas brasileiros, sendo o último incluído na Avaliação e Ações Prioritárias à Conservação da Biodiversidade, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, cujo workshop foi realizado em Petrolina, Pernambuco, em 2000.
Participaram desse evento vários pesquisadores abordando aspectos bióticos (flora, invertebrados, biota aquática, répteis, anfíbios, aves e mamíferos) e não-bióticos (geomorforlogia , solo, clima, pressão antrópica, desenvolvimento regional e uso sustentável da biodiversidade). Desse wokshop foi publicado, em 2004, o livro “Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação”.
Uma outra obra foi lançada em 2003, enriquecendo ainda mais o conhecimento do bioma:” Ecologia e Conservação da Caatinga”. Por falta de conhecimento científico, muitos mitos foram criados, destacando-se :1) paisagem homogênea, quando na verdade é extremamente heterogênea, com diferentes tipos de paisagens únicas; 2) muito pobre em espécies e endemismos, foram registradas 932 espécies arbóreas e arbustivas, sendo 318 endêmicas (exclusivas deste ambiente), demonstrando assim uma grande diversidade, comparada com outros biomas no mundo, em condições semelhantes de clima e solo; 4) pouco alterado, está entre os biomas brasileiros mais degradados pelo homem, com extenso processo de alteração e deterioração ambiental proveniente do uso não sustentável dos seus recursos naturais, levando portanto, à rápida perda de espécies únicas, à eliminação de processos ecológicos chaves e à formação de extensos núcleos de desertificação em vários setores da região. (Por: Dilosa Carvalho de Alencar Barbosa e Marlene Carvalho de Alencar Barbosa, UFPE publicado no Blog Ciência e Meio Ambiente - JC)
Leia aqui sobre uso sustentável da caatinga

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...