sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Marcas na pedra do Parque Nacional da Serra da Capivara (PI).


O Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no Estado do Piauí, em meio à caatinga, é considerado um dos locais com maior quantidade de pinturas rupestres do mundo. Diversas civilizações, de até 12 mil anos, coloriram com óxido de ferro e outras substâncias seus gigantescos paredões de pedra. O parque recebeu pela UNESCO o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Apesar de sua importância, segue desconhecido da maior parte dos brasileiros. (Por  Nilton Fukuda e Tiago Queiroz enviado a São Raimundo Nonato).

Na próxima oportunidade, quando pensar em fazer algum roteiro pelo Nordeste, esqueça por um momento os óbvios destinos com praias e coqueiros. A região tem belas faixas de areia, inegavelmente, mas não apenas isso. Tente se lembrar de um lugar dominado pela caatinga, bioma ímpar, e coberto de pinturas deixadas por nossos ancestrais, 12 mil anos atrás. Agarre a chance de entrar em contato com um Brasil profundo, de um povo simples, de olhar sincero.
Siga para o Parque Nacional da Serra da Capivara, no sudeste do Piauí, a 517 quilômetros de Teresina e a 380 de Petrolina, já em Pernambuco. A maior reserva arqueológica a céu aberto do mundo tem 1.200 sítios catalogados, 172 abertos à visitação.
Riqueza suficiente para garantir um lugar na lista de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco.
Pela distância e pela condição das estradas, vale começar a viagem em Petrolina. Dali, são cerca de cinco horas para chegar à cidade com melhor infraestrutura no entorno da reserva, São Raimundo Nonato.
Nos 400 quilômetros de estrada, a bela paisagem do semiárido. Casas de pau a pique e cáctus de vários formatos: coroa-de-frade, rabo-de-raposa, xique-xique e palma, que serve de alimento ao gado. Além de bromélias coloridas e das copas de angico, aroeira, juazeiro e imburama-de-cheiro. A noite nessa região tem milhares de estrelas no céu e flores brancas adornando os mandacarus. Algo que você precisa ver, nem que seja uma vez na vida.
A viagem é tranquila, mas exige espírito de aventura. É essencial levar água, de preferência em isopor, pois o calor é forte e quase não há pontos de parada. Siga pela BR-407 até o Posto Fiscal, logo após a divisa dos dois Estados, depois pegue a PI-465 até a BR-20, que cruza o parque. Certifique-se das condições do veículo e evite rodar à noite.
Apesar das dificuldades, o trajeto recompensa. Você vai ver passar cidadezinhas isoladas com suas casas coloridas e nomes singulares como Campo Alegre do Fidalgo, Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova, Arizona e Afrânio. Nesta, se der, faça um pit stop rápido. Corra para o posto de gasolina na beira da estrada e peça na lanchonete um copinho de doce de leite - a cidade se orgulha de ter o melhor da região. Vai custar R$ 1 e você seguirá muito mais feliz.
Com guia. Passando de São Raimundo Nonato serão mais 20 quilômetros de estrada até o parque, que tem 130 mil hectares e relevo único, formado há cerca de 240 milhões de anos. São cânions, paredões de pedra e chapadas pontilhados pela vegetação típica da caatinga, onde a quantidade e a variedade de cáctus parece triplicar. De maio a outubro, praticamente não chove, o que realça a paisagem sem igual das grandes rochas esculpidas pelo vento. E favorece a visita aos sítios arqueológicos.
As diversas civilizações de homens pré-históricos foram mesmo generosas em espalhar sua arte pelos paredões de pedra. São incontáveis desenhos, feitos em sua maioria com óxido de ferro, uma substância vermelha encontrada nas rochas e que servia de tinta para esses artistas. As cenas mostram caçadas, figuras de animais como o veado galheiro, espécie presente apenas em locais com abundância de água. Esse fato comprova a grande mudança climática da região no decorrer dos milênios.
O parque tem estrutura que contempla tanto aventureiros quanto viajantes com pouco preparo físico - vale lembrar que 30 desses sítios são acessíveis aos deficientes físicos. Em algumas regiões é possível circular com carro, descendo aqui e ali para observar os sítios que ficam mais próximos da estrada principal da reserva. Mas também há outras áreas aonde só se chega após caminhadas de até 8 quilômetros em meio à caatinga.
Não importa aonde vá, o turista precisa de um guia credenciado, normalmente gente nascida e criada nos arredores do parque. Cada guia é responsável por até dez pessoas e cobra R$ 75 por grupo, quantia que não inclui os R$ 10 para entrar na reserva.
Museu. Mas o parque não é pródigo apenas em riquezas naturais. O Museu do Homem Americano, por exemplo, conta a história das descobertas feitas na Serra da Capivara com tecnologia e instalações para lá de modernas. Há crânios e esqueletos em urnas funerárias, ferramentas líticas que mais parecem joias e uma tela de cinema que mostra desenhos rupestres - destaque para a boa trilha sonora.
Quando a fome bater, vá ao povoado vizinho de Sítio do Mocó, onde está o Camping da Pedra Furada. Você vai comer deliciosos pratos à base de carne de sol, frango ou carneiro por R$ 10. O camping também tem barracas (R$ 10) e quartos (R$ 20, com café) bem simples, mas perfeitos para os que não vão resistir à tentação de esticar a viagem. E seguir descobrindo esse Brasil.

Marcas únicas
Uma hora você vai se deparar com a representação de uma cerimônia, uma dança ou alguma cena do cotidiano pré-histórico da região.
Em outro momento, ficará sabendo que aquele animal retratado na pedra deixou de existir milênios atrás.
O resultado? É quase impossível parar de tirar fotos durante a visita ao Parque Nacional da Serra da Capivara.
Leve um cartão de memória extra na bolsa porque, com certeza, você vai precisar.
Muitas fotos - Quando anoitece, os visitantes têm uma oportunidade única na Toca do Boqueirão da Pedra Furada. As pinturas rupestres recebem iluminação especial e a sensação é a de estar em um cinema ao ar livre. Basta caminhar pelas passarelas e descobrir as cenas pintadas 12 mil anos atrás. Custa R$ 50.
Hora da caçada - É difícil ficar indiferente diante da beleza das cenas - esta fica na Toca da Entrada do Baixão da Vaca. Representações têm características do Nordeste, apesar de traços semelhantes com pinturas em cavernas da Europa e da Oceania.
Flor de mandacaru
Você vai precisar ficar acordado até um pouquinho mais tarde. Mas terá sua recompensa. Poucos espetáculos são tão singelos quanto o desabrochar das flores brancas de mandacaru, com o luar ao fundo.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Instituto Chico Mendes descarta haver Mata Atlântica no Piauí.


Mapa mostra áreas em bege no Piauí, consideradas de
Mata Atlântica pelo IBGE; Governo do Estado contesta definição em Brasília



Na semana em que a Fundação SOS Mata Atlântica, em  Teresina, saiu para defender a preservação do bioma no Estado, biólogos reafirmam a inexistência dessa vegetação, em especial na Serra Vermelha. Entre as defensoras está Eugênia Medeiros, coordenadora no Piauí do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade - ICMBio. O órgão é ligado ao Ministério do Meio Ambiente, a quem o governo estadual contesta o mapa do IBGE que definiu 10% do território piauiense como Mata Atlântica.
Para Eugênia Medeiros, são necessárias similaridades geoclimáticas, que incluem até fatores relacionados a distribuição de chuvas, solo e altitude, para tal definição. Ela afirma que chamar de Mata Atântica as regiões próximas à Serra da Capivara é desvalorizar a caatinga ali existente e negar estudos iniciados no final dos anos 1970. "A falácia de que a região é Mata Atlântica, desqualifica e desconhece a importância do bioma da Caatinga, o único exclusivamente brasileiro e adaptado às condições de semi-aridez do clima nordestino", diz.
Em conversa recente com o secretário estadual de Meio Ambiente, Dalton Macambira, Eugênia Medeiros destacou que a área conservada de Mata Atlântica no Brasil aumentou de 5% para 27% com a inclusão de terrenos como os do Piauí, o que facilitaria financiamentos de projetos por organismos internacionais. Para ela, prioridade é preservar a caatinga e sua vegetação adaptada ao semi-árido, já que o planeta passa por profundas mudanças climáticas.
"Desserviços presta quem não considera a importância da Caatinga como patrimônio nacional querendo forçar seu enquadramento como outro bioma", acrescenta a bióloga.
Outro que contesta a presença do bioma no Estado, em tom desafiador, é o doutor em Botânica Alberto Jorge, da Universidade Federal do Piauí. "Temos que nos pautar em pessoas que pesquisaram, realizaram estudos sobre esses temas. Estudos feitos por professores doutores da Universidade Federal do Piauí e da Universidade Federal do Ceará encontraram cinco gêneros de plantas comuns aos dois biomas, mas infelizmente nenhuma espécie", afirma.
O doutor reclama ainda que a voz dos ambientalistas prevalesce sobre a de especialistas no assunto. ". Gostaríamos de ver a lista das espécies encontradas pelos estudiosos da Mata Atlântica feitos no Piauí, como também a comprovação da existência de solos, precipitações pluviométricas e temperaturas com influência do Atlântico, imprescindíveis para o bioma da Mata Atlântica", desafia Alberto Jorge.
Enquanto os especialistas conseguem se fazer ouvidos apenas pela Semar, o órgão estadual tenta junto ao Ministério do Meio Ambiente a alteração no mapa do IBGE, que atesta a existência do bioma no Piauí.

Da Redação

Fonte: cidadeverde.com

CAATINGA : Uso medicinal é ameaça a vegetais.

Extração de casca de umburana, aroeira e quixabeira é efetuada,
muitas vezes, com o corte da árvore, aumentando risco de
desaparecimento de espécies. (Foto: fatosefotos da caatinga.blogspot.com)

O uso medicinal de três árvores da caatinga, duas delas na lista brasileira de plantas em risco de extinção, se constitui numa das principais ameaças às espécies. É o que mostra pesquisa realizada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “A extração da cascas da umburana, da aroeira e da quixabeira é efetuada, na maioria das vezes, com o corte total da árvore, sendo esse um dos fatores que podem contribuir para desaparecimento desses vegetais na área”, alertam os cientistas.
O estudo, publicado em dezembro pelo Ministério do Meio Ambiente, mostra que a madeira dessas plantas é também explorada para a produção de carvão, o que aumenta a pressão sobre as espécies. A umburana e a aroeira estão na lista nacional de plantas ameaçadas, publicada em 2008. A quixabeira não figura na relação, mas também corre risco de desaparecer da região, segundo a equipe, integrada por Janine Barreto Marques, Maria Regina Vasconcellos Barbosa e Maria de Fátima Agra.
O levantamento foi realizado nos municípios de Boqueirão e Cabaceiras, na microrregião paraibana do Cariri Oriental. Os pesquisadores descrevem quatro componentes na cadeia produtiva da medicina popular: o tirador de cascas, o comerciante atacadista, o vendedor das cascas das plantas e o vendedor dos remédios caseiros.
“Os tiradores de casca escolhem as plantas mais jovens, para facilitar o corte e porque têm atribuídos poderes curativos mais eficazes. Essa atividade é realizada de forma clandestina, uma vez que o material vegetal é extraído de propriedades privadas”, descreve a pesquisa.
Além de representar uma ameaça às espécies, o uso dessas árvores como remédio caseiro e carvão provoca um desequilíbrio ecológico na caatinga. É que o corte indiscriminado compromete a conservação da biodiversidade. No trabalho, os pesquisadores defendem o uso sustentável dos recursos, no lugar da exploração indiscriminada.
A equipe recomenda, em razão da exploração pela medicina popular e para fins energéticos, a elaboração de planos de manejos para as três espécies.
Pesquisas anteriores realizadas pelo grupo na mesma região mostram que 119 espécies de plantas nativas são usadas na medicina popular. A caatinga, que se estende por quase 1 milhão de quilômetros quadrados no Semiárido brasileiro, conta com 1.513 espécies, das quais 318 são endêmicas, ou seja, restritas à região.
A média da diversidade, por hectare, é de 50 espécies. Nos locais mais úmidos, a quantidade chega a 100.
(Fonte: Jornal do Commercio - Ciência e Meio Ambiente)





terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Planta nova na Caatinga em Pernambuco.



Após quatro anos analisando flores, frutos e folhas coletados de um arbusto em Mirandiba, no Sertão de Pernambuco, pesquisadores concluíram, mês passado, que pertencem a uma nova espécie da caatinga. A planta foi batizada de Gymnanthes boticario. O primeiro nome é uma referência ao gênero. O segundo, à espécie. Trata-se de uma homenagem à Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, que financiou o estudo.
Os autores da descoberta, publicada na revista alemã Willdenowia, explicam que há 46 espécies desse gênero no mundo, quatro delas encontradas no Brasil. Assinam o artigo no anuário do Jardim Botânico e do Museu Botânico de Berlin-Dahlen o especialista alemão Hans-Joachim Esser, do Botanische Staatssammlung de Munique, e dois brasileiros. Marccus Alves, professor do Departamento de Botânica da UFPE e Maria de Fátima de Araújo Lucena, vinculada à Universidade Federal de Campina Brande (PB).
Logo depois da coleta em Mirandiba, a 500 quilômetros do Recife, no Sertão de Pernambuco, a equipe encontrou novamente a planta no Parque Nacional Serra da Capivara (PI) e, mais recentemente, na Serra de Olho d’Água, uma região a 740 metros de altitude no município de Pedra Branca (PB). Até o momento, sua ocorrência está registrada para os Estados de Pernambuco, Piauí, Paraíba, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte.
De acordo com Maria de Fátima, todos os espécimes já coletados foram encontrados em remanescentes de caatinga bem preservados, com pouca intervenção humana e, por vezes, de difícil acesso, com vegetação predominante arbustiva e arbórea. Pertencente ao gênero Gymnanthes, da tribo Hippomaneae, a nova espécie é da família Euphorbiaceae, a mesma de velames, urtigas, mameleiros e leiteiras.
Habitante de áreas de caatingas arenosas ou pedregosas, com altitude de 400 a 900 metros, a nova espécie pode atingir de um a quatro metros de altura. Suas flores são pequenas, de cor amarelo-creme e sem perfume.
Com a descoberta, a lista de espécies botânicas da caatinga soma 1.513 espécies. Durante a pesquisa, a equipe identificou 28 novas ocorrências de espécies da família Euphorbiaceae, para a Região Nordeste, além de identificadas populações de espécies raras e a descoberta da nova espécie para a ciência.
O Nordeste, segundo os botânicos, abriga 245 espécies de euforbiáceas, a maioria distribuída na caatinga. Entre os integrantes dessa família estão espécies economicamente aproveitadas por serem comestíveis ou terem uso na indústria madeireira e ou farmacológico, como a mandioca, mamona, seringueira, quebra-pedra, mameleiro, quebra-faca, velame, urtiga, flor-de-papagaio, coroa-de-cristo e pinhão.
A nova espécie não tem nome popular. “É uma planta rara na região”, justifica Marccus Alves. Ele destaca que a caatinga, apesar de apresentar menos diversidade biológica que a mata atlântica, é um bioma rico, quando comparado com outras regiões semiáridas. “E ainda desconhecido”, completa.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Filme retrata rota do charque.


Documentário "Charqueadas: ensaio à história das rotas e
fábricas de carnes do Ceará" é filmado em Icó



O boi como colonizador do sertão. Animal criado solto na Caatinga permitiu a incursão de populações sertão adentro, que se instalariam próximas aos rios, principal referência num ambiente desconhecido e sujeito a estiagens. No século XVIII, uma técnica de salga e secagem da carne e do couro do boi permitiu que a capitania do Ceará desenvolvesse sua primeira atividade econômica de relevo: as oficinas de charque.
A trajetória econômica e social das charqueadas, que forjou no Ceará o que Capistrano de Abreu chamaria de "civilização do couro", é o tema do documentário "Charqueadas: ensaio à história das rotas e fábricas de carnes do Ceará", do jornalista Roberto Bomfim. A equipe de 22 pessoas segue para Icó, a fim de refazer uma das principais rotas do charque, seguindo a rota dos Rios Salgado e Jaguaribe.

Roteiro

Após pesquisar obras históricas que tratassem do tema, Roberto Bomfim gravou depoimentos junto a nomes como Valdelice Girão, Francisco Pinheiro (atual titular da Secretaria da Cultura), Juarez Leitão, entre outros. As filmagens foram iniciadas na última sexta e devem se estender pelos próximos 15 dias.
"Queremos sentir como era a vida daqueles vaqueiros. Por isso faremos parte do trajeto em cavalos. Vamos dormir em barracas nas fazendas e seguir caminho nas estradas abertas pelos vaqueiros do século XVIII", afirma o documentarista.
O ponto final das gravações é o encontro do Rio Jaguaribe com o mar. Era na Vila de Santa Cruz de Aracati que funcionava o principal porto, de onde o charque seguia para Bahia, Pernambuco, Maranhão e Rio de Janeiro. O couro era exportado para a Europa.
A produção tem orçamento de R$ 160 mil, financiada pelo Edital Mecenas do Ceará, da Secult, e com patrocínio da Coelce. A ideia é fazer um vídeo-documentário de 50 minutos, a ser lançado em junho e exibido nas cidades por onde a expedição passou. O jornalista também pretende publicar, no segundo semestre, um diário de bordo.

Identidade

Pelo caminho, a equipe de filmagem também vai em busca de vaqueiros, ribeirinhos, comerciantes e memorialistas locais. Os depoimentos desses personagens servirão para compor o impacto das charqueadas no cotidiano, na economia, na relação com o ambiente e na cultura dos habitantes do interior cearense.
"Uma coisa que eu sempre busco em meus trabalhos é evidenciar um momento específico da história do Ceará. E faço isso para que os cearenses possam conhecer o Estado, porque infelizmente essa história não é contada, está se perdendo. O que eu quero é tentar mostrar esse Ceará que existiu e cresceu a partir dessa civilização do gado", ressalta Roberto Bomfim.
O charque (carne do ceará) era exportada para Pernambuco, Maranhão, Rio de Janeiro e Bahia

HISTÓRICO


Auge e declínio das oficinas
Ela ferve nos tachos de feijão da senzala e da casa-grande. Do caldo do cozido se faz o pirão com farinha, que dá força e sustância ao tropeiro e ao vaqueiro. Num tempo de poucos gêneros de fonte proteica, a carne seca do Siará Grande tornou-se uma das bases da dieta na Colônia. Um legado de saberes e sabores que permanece até os nossos dias.
Não existe um consenso sobre quem teria trazido a técnica da charqueada ou se ela foi desenvolvida na própria capitania. O pesquisador Geraldo Nobre, no livro "As Oficinas das Carnes do Ceará" (1977), levanta a hipótese de a charqueada ter sido trazida pelos descendentes do holandês Joris Garstman, que comandava o forte dos Reis Magos (RN). Eles teriam ocupado a ribeira do Jaguaribe e de lá espalhado a técnica.
O fato é que as oficinas aqui encontraram um ambiente propício. O vento constante, a baixa umidade do ar e o acesso a fontes salinas permitiam a boa secagem do produto. Os portos eram privilegiados pela proximidade dos pontos consumidores.
Apesar de hoje ser um termo generalizado para quem trabalha com o gado, o historiador Leonardo Rolim pontua que, no século XVIII, o vaqueiro tinha uma função mais gerencial na propriedade, ainda que participasse ativamente da lida com o rebanho. A atividade, entretanto, encontraria uma série de empecilhos por conta das oscilações do clima, que tornaram inviável a produção em larga escala. Foi por conta da seca de 1777 que o charqueeiro José Pinto Martins emigrou de Aracati para o Rio Grande do Sul, onde instalou uma oficina de carnes na freguesia de São Francisco de Paula (hoje Pelotas). A concorrência com o produto do Sul contribuiu para o declínio da charqueada, dando lugar ao ciclo do algodão).
(Fonte: Diário do Nordeste)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fora de Casa.



Um tuiuiú, animal típico do Pantanal, apareceu em Parnamirim, no sertão de Pernambuco. A ave foi encontrada por dois agricultores e chamou a atenção dos moradores da região.
Dezenas de moradores do município de Parnamirim, no sertão de Pernambuco, estavam reunidas em frente à companhia de Polícia Militar. Não se tratava de nenhuma prisão ou algo parecido. O motivo foi a presença de um tuiuiú. Uma ave típica do Pantanal mato-grossense apareceu em plena caatinga.
O tuiuiú foi visto por agricultores na beira de uma estrada da zona rural. “A gente encontrou ele muito cansado. Meu pai disse pra gente pegar e entregar para o Ibama”, contou o agricultor Damião Brito
Após ser informada sobre a existência do tuiuiú, a Polícia Militar recolheu e passou a cuidar do animal. A primeira providencia foi levar para a companhia e informar ao órgão competente, que é o Ibama. “Aí, fomos orientados a alimentá-lo com peixe e molhá-lo por conta do grande calor da região”, explicou o policial militar André Ferreira.
Cerca de três mil quilômetros separam a região pantaneira da caatinga. Por isso, o Ibama praticamente descarta a possibilidade de um tuiuiú ter chegado ao lugar por meios próprios.
“De forma alguma esse animal alcançaria essa região até por conta das dificuldades que ele encontraria, salvo se fosse uma revoada ou animal que tivesse a possibilidade de voo. E esse é um animal praticamente terrestre. Diante do trabalho que a Polícia Militar vem desenvolvendo na nossa região, um transeunte pode ter informações que havia essa barreira e possa ter abandonado esse animal nessa localidade”, esclareceu Ivan Alves, fiscal do Ibama.
A ave foi encaminhada para a unidade do Ibama, em Recife, e depois será devolvida ao Pantanal.
Fonte: Globo Rural - Fora de Casa)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cinco fatos sobre a água que você pode não saber..


A água está em toda parte, certo? Na verdade, para um recurso tão abundante, água limpa é surpreendentemente escassa. Menos de 1% de toda água doce é acessível para uso humano direto, o que representa apenas 0,007% de toda a água na Terra. Aposto que você não sabia disso. Confira mais cinco fatos sobre água limpa e descubra o que mais você não sabia:

1. Água não potável e falta de saneamento mata mais pessoas anualmente do que todas as formas de violência, incluindo a guerra . Beber água não potável pode incubar algumas doenças muito assustadoras, como E. coli, Salmonella cólera e hepatite A. Dada essa quantidade de bactérias, não é nenhuma surpresa que a água, ou melhor a falta dela, faz com que 42 mil mortes a cada semana.
2. Mais pessoas têm acesso a um telefone celular do que a um banheiro. Hoje, 2,5 bilhão de pessoas carecem de acesso a banheiros. Isso significa que o esgoto transborda para rios e córregos, contaminando a água potável e podendo causar a doença.
3. Todos os dias, mulheres e crianças na África andam um total de 109 milhões de horas para conseguir água. Elas fazem isso carregando cisternas que pesam cerca de 40 quilos quando cheio, a fim de recolher a água que, em muitos casos, ainda está poluída. Além disso, colocam uma grande pressão sobre seus corpos, andam longas distâncias mantendo as crianças fora da escola enquanto as mulheres ficam longe de outras oportunidades que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida em suas comunidades.
4. É necessário 6,3 litros de água para produzir apenas um hambúrguer. É preciso de 6,3 litros desde a rega do trigo para o pão até o fornecimento de água para cozinhar a vaca e assar o pão. E isso é apenas uma refeição! Levaria mais de 1,8 bilhões de galões de água para fazer apenas um hambúrguer para cada pessoa nos Estados Unidos.
5. O norte-americano usa em média 159 litros de água por dia – mais de 15 vezes a média por pessoa no mundo em desenvolvimento. Para tomar banho, lavar as mãos, regar os jardins e lavar os carros, os americanos usam uma grande quantidade de água. Para colocar as coisas em perspectiva, o uso chuveiro numa média de cinco minutos serão utilizados cerca de 10 litros de água. Agora imagine usar apenas 10 litros para tomar banho, lavar suas roupas, cozinhar as suas refeições e saciar a sua sede.
(Fonte: Blog Action Day e Meu Mundo Sustentável)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Comunidades se beneficiam de produtos produzidos com plantas da caatinga.


A Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga é uma rede de associações que coletam, produzem e beneficiam produtos do sertão. Tudo é vendido dentro do conceito do comércio justo e solidário.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Parque é ampliado na Serra das Confusões (PI). Área passa a ter 823,4 mil hectares.

        Foto: Nelson Yoneda/ ICMBio


Onça-pintada (Panthera onça) habita a Serra das Confusões

O Parque Nacional da Serra das Confusões (PNSC), localizado no Piauí (leia-se nos municípios de Guaribas, Santa Luz, Cristino Castro, Alvorada do Gurguéia, Canto do Buriti, Tamboril do Piauí, Brejo do Piauí, Jurema, Caracol, Redenção de Gurguéia, Curimatá e Bom Jesus), teve sua área ampliada de 523 mil hectares para 823,4 mil.
A razão de sua ampliação se deve ao fato de o parque estar em área dos biomas Caatinga, Cerrado e encraves florestais de Floresta Estacional Decidual (conhecida como “florestas secas”, que representam o ambiente florestal de terras baixas mais ameaçadas do Brasil). Ou seja, sua manutenção é importante porque é responsável pela recarga de aquíferos e mananciais formadores de rios, riachos e olhos d'água; pela preservação de sítios arqueológicos, além de fomentar o ecoturismo na região.
O Parque Nacional da Serra das Confusões foi criado por decreto em 2 de outubro de 1998. A região se caracteriza pela ocorrência de chapadas, vales e boqueirões que abrigam ecossistemas de Caatinga Arbórea. Com a sua ampliação serão preservados ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental.
A medida autoriza o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) a promover e executar as desapropriações dos imóveis rurais privados existentes no parque. A sua ampliação contribuirá significativamente para o aumento da área protegida da Caatinga, de forma que venha a ser possível atingir a meta governamental de se proteger pelo menos 10% da área original deste bioma.
A região abriga inúmeras espécies endêmicas, sendo encontradas, por exemplo, 13 das 18 espécies de aves consideradas endêmicas da Caatinga, destacando-se a jacucaca (Penelope jacucaca), ameaçada de extinção. Também são encontradas espécies de animais de grande e médio porte ameaçados de extinção e já não encontrados em outras partes do Nordeste Brasileiro, como onça-pintada (Panthera onca), tatu canastra (Priodontes maximus) e tamanduá-bandeira (Mymercophaga tridactila).
Além disso, a formação geológica e a conservação de ecossistemas naturais da região propiciam também a preservação de uma rica história arqueológica. Podem ser encontrados na região inúmeros sítios arqueológicos, inclusive com ferramentas líticas e pinturas rupestres que contam a história do Homem, habitante da região há cerca de 30 mil anos.
(Fonte: EPTV.com)

Uma caminhada pela paisagem exótica da Serra das Confusões, um Parque Nacional localizado no Piauí. Videorreportagem e edição de Tomaz Cavalieri:



sábado, 8 de janeiro de 2011

Ministério do Meio Ambiente vai realizar censo florestal no País

A Caatinga será um dos biomas estudados em Pernambuco.

O Inventário terá como objetivo a análise dos tipos de árvores, idade e saúde, além da capacidade de armazenamento de biomassa e carbono. Convênio com governo do Estado deve ser firmado este mês
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) vai realizar este ano um censo florestal em todos os Estados do País. O inventário terá como objetivo a análise dos tipos de árvores, idade e saúde, além da capacidade de armazenamento de biomassa e carbono. Um projeto-piloto começou a ser desenvolvido em dezembro no Distrito Federal. No Nordeste, já foram firmados convênios com o Ceará e Sergipe. De acordo com Antônio Carlos Hummel, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, órgão do MMA responsável pelo projeto, o convênio com o governo do Estado deverá ser firmado este mês. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) também deverá participar da equipe técnica. No Estado, serão analisadas a mata atlântica e a caatinga.
“O trabalho será importante para sabermos o que acontece com as florestas de todo o País. Estados e municípios terão informações para o desenvolvimento de políticas públicas, principalmente voltadas para preservação, manejo e sustentabilidade. Também teremos informações precisas para apresentar em fóruns internacionais de meio ambiente”, explica Antônio Carlos Hummel. Além disso, o inventário poderá contribuir para a capacitação de profissionais da área de engenharia florestal. O MMA quer repetir o mapeamento a cada cinco anos. O último censo florestal realizado no País, no fim da década de 70, nunca chegou a ser concluído.
O Brasil tem hoje 516 milhões de hectares de área de floresta, o que equivale a 60% do território. O inventário florestal vai analisar cerca de 20 mil pontos de florestas em todo o País, distantes 20 quilômetros um do outro.
Serão coletadas informações como número, altura, diâmetro e espécies de árvores, tipo de solo, estoque de carbono e biomassa, condição fitossanitária (saúde) das árvores, quantidade de matéria orgânica morta e vestígios de exploração florestal. Também será feito um levantamento socioambiental para conhecer a relação das populações locais com a floresta.
“Geralmente, vemos apenas dados negativos sobre as nossas florestas, como áreas de desmatamento. O inventário poderá trazer boas notícias, como o descobrimento de novas espécies ou o ressurgimento de outras que eram consideradas extintas”, acrescenta Hummel. Atualmente, o monitoramento das florestas brasileiras é feito por satélites.
(Fonte: Jornal do Commercio - Mariana Araújo)


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Aventura Selvagem e a Coruja Buraqueira da Caatinga


Em expedição pela Paraíba, Richard Rasmussen descobre algumas praças especiais no Aventura Selvagem desta sexta, 6 de agosto.
No alto das figueiras, vivem várias preguiças, mamíferos que passam a maior parte do tempo dormindo sobre os galhos. Aliás, eles fazem tudo em cima das árvores, inclusive se reproduzem. Nem precisa dizer o quanto nosso aventureiro fica fascinado com esses moradores das alturas.
Ao saber que o grupo de uma árvore não se relaciona com o de outra, gerando indivíduos com problemas genéticos, o Richard bola um plano para mudar essa situação. Junto com pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba e com biólogos da Área de Proteção Ambiental, ele resolve levar uma preguiça para conhecer o grupo de outra árvore, a fim de promover o cruzamento entre eles. Uma tarefa nada fácil, mas que deixa Richard muito feliz.
Além das preguiças, um sapo gorducho cruza o caminho do selvagem e serve de modelo para várias demonstrações das características da espécie.
Mas o melhor de tudo é o encontro com um dos bicho mais esquisito das últimas aventuras: o urutau. Uma ave rara que também vive numa praça e passa despercebida até por quem já a conhece. Ela usa um disfarce inusitado, que só vai saber quem assistir a essa aventura até o final.
No quadro Sobrevivendo na Natureza, Richard descobre um jeito inteligente dos sertanejos matarem a sede na caatinga, durante o período das secas.
(Fonte: SBT)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Informações sobre florestas são reunidas em livro de bolso.

Clique aqui para baixar a versão em PDF

As principais informações do setor florestal do país estão reunidas no livro de bolso Florestas do Brasil em Resumo 2010, que o Serviço Florestal Brasileiro lançou no último mês de dezembro.
A publicação, de 152 páginas, aborda, entre outros assuntos, características dos seis biomas, avanços na gestão das florestas, aspectos socioeconômicos da área florestal e ensino e pesquisa relacionados ao tema.
Neste minilivro, que atualiza informações presentes na primeira edição da obra, foram incluídas informações sobre crédito florestal, manejo florestal na Amazônia e na Caatinga, unidades de conservação estaduais e comparativo mundial do estoque de biomassa florestal viva.
"Esta é uma obra em movimento. As informações sobre floresta são dinâmicas e, portanto, as atualizações serão constantes", afirma a diretora de Pesquisa e Informação Florestal do Serviço Florestal, Cláudia Azevedo Ramos.
As seções foram organizadas de forma curta e objetiva para que o leitor manuseie a publicação com facilidade e encontre rapidamente os dados que procura.
Veja algumas das informações presentes em cada capítulo:

As florestas brasileiras

A publicação mostra que existem 509 milhões de hectares de florestas naturais e 6,8 milhões de hectares de florestas plantadas. O número de florestas plantadas aumentou cerca de 200 mil hectares entre 2008 e 2009 e a produtividade de metros cúbicos por hectare de pinus e eucalipto - que ocupam mais de 90% da área plantada - também, devido a fatores como o uso de novas tecnologias, por exemplo, o melhoramento genético de sementes.

Os biomas brasileiros e suas florestas

Esta seção apresenta tabelas de dados e mapas sobre a cobertura florestal dos seis biomas, o volume de madeira, o estoque de carbono armazenado na biomassa e informações adicionais a respeito de cada um deles. A Amazônia, por exemplo, tem cerca de 45 mil espécies de plantas e vertebrados, uma das biodiversidades mais ricas do mundo, mas enfrenta o desafio de conciliar conservação dos recursos com uso pela população.

Gestão florestal

Os principais planos de governo para estimular o desenvolvimento sustentável estão nesse item, que fala, por exemplo, da criação do Distrito Florestal Sustentável (DFS) da BR-163, das concessões florestais na Amazônia e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. Esta seção apresenta ainda 13 linhas e programas de crédito florestal, suas finalidades e o agente financeiro que as operam.

Monitoramento das florestas

A série histórica do desmatamento na Amazônia entre 1988 e 2010 está nesta seção, onde é possível visualizar a queda no corte da floresta a partir de 2004. O capítulo também fala do Sistema Nacional de Parcelas Permanentes para o monitoramento da dinâmica das florestas naturais e plantadas e do Inventário Florestal Nacional.

Áreas protegidas e biodiversidade

Existem hoje 309 unidades de conservação federais, sendo 172 de uso sustentável e 137 de uso integral. A divisão por categoria e a área de cada uma estão nesse item, que também traz a área de unidades de conservação por bioma e a lista de espécies madeireiras ameaçadas de extinção.

Aspectos socioeconômicos do setor florestal

O número de empregos formais no setor florestal decresceu entre 2007 e 2009, e contava com cerca de 616 mil trabalhadores no ano passado. Nos setores de produção de celulose e papel e de produção moveleira, porém, houve aumento no número de empregos nos últimos anos.
Tabelas apresentam dados de exportação e importação de produtos florestais e dados recentes sobre os pólos madeireiros da Amazônia Legal.

Ensino e pesquisa florestal

Em 2009, o país formou mais de 300 mestres e doutores em engenharia florestal e ciências florestais, um aumento de quase 20% em relação ao ano anterior. Este capítulo mostra um mapa da distribuição dos cursos de graduação, pós-graduação e cursos técnicos no país. Os principais centros de pesquisa no tema, exceto as universidades, contam com cerca de 200 profissionais entre graduados, mestres e doutores.

Comparações internacionais

O topo de três importantes dados florestais é ocupado por países distintos. A Rússia tem a maior área florestal, cerca de 810 milhões de hectares; a China, a maior área de florestas plantadas, 77 milhões de hectares, e o Brasil, o maior estoque de carbono na biomassa florestal o Brasil, cerca de 62 bilhões de toneladas.
(Fonte:  Ascom/MMA)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Volume de chuva fica acima da média em várias partes do país


Em várias partes do país o volume de chuva ficou acima da média em dezembro. O problema é que em algumas regiões essa chuva foi mal distribuída. Choveu muito no início do mês e depois parou. É o caso do sertão de Pernambuco, que vive um momento chamado de seca verde.
No campo, o agricultor José Carlos da Silva confere o resultado do que plantou há pouco mais de uma semana. Na terra seca já é possível ver alguns brotos de feijão. Mesmo com as sementes germinadas, o agricultor não tem garantia de que a lavoura vai vingar.
“Essas sementes a gente guardou do ano anterior. Plantamos, ela começou a germinar, mas pelo visto, se não chover, vai perder tudo. É uma seca verde”, disse José Carlos.
Esta é a situação enfrentada por mais de 70 famílias do distrito de Atalho, a 100 km de Petrolina, no sertão pernambucano. Apesar da paisagem vistosa, o sertanejo ainda não tem previsão de safra. O pouco que choveu não foi suficiente para abastecer açudes e barreiros que dão sustentabilidade à produção.
O ponto de água mais próximo fica a três quilômetros da comunidade. Mesmo assim, os agricultores não podem contar com essa alternativa porque o açude está quase seco.
O agricultor Antônio Francino da Silva, que já viu a fartura de água em anos anteriores lamenta a situação. “Aquela que abastecia toda a comunidade está fazendo mais de um ano que está seca. A perspectiva de chuva está longe, só estamos vendo sol agora“, disse Antônio.
A água só foi suficiente para devolver o verde à caatinga, característica dessa vegetação que reage mesmo com pouca chuva. Um alento para os produtores rurais que criam cabras e ovelhas e que agora têm o que dar de comer para os animais.
“Aqui com esse pasto verde, quando a gente tira eles do chiqueiro e do curral, eles já saem comendo. Na seca, eles saíam de cabeça baixa comendo a terra, porque não tinha o alimento”, conta a agricultora Isabel Francisca da Silva. (Fonte: Globo Rural)

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...