sexta-feira, 6 de maio de 2016

Dia Nacional da Caatinga: Codevasf investe em estratégias de conservação do bioma brasileiro      

Dia Nacional da Caatinga: Codevasf investe em estratégias de conservação do bioma brasileiro



O apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) às ações voltadas para a conservação da Caatinga é destaque neste 28 de abril, quando se comemora o Dia Nacional da Caatinga. A empresa, por meio do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, tem apoiado estratégias técnico-científicas que promovem a conservação e o uso sustentável desse bioma, exclusivamente brasileiro, que ocupa 11% do território nacional.
 
Ações dessa natureza estão sendo desenvolvidas nos Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas, como o Centro da Universidade Federal de Alagoas (CRAD/UFAL), campus de Arapiraca, e o da Universidade Federal do Vale do São Francisco (CRAD/Univasf), implantados com apoio financeiro da Codevasf/Ministério da Integração Nacional (MI).
 
“O principal objetivo desses centros é desenvolver modelos para recuperação de áreas degradadas, promover a capacitação para a formação de recursos humanos e disseminar práticas de recuperação e desenvolvimento sustentável como: produção de mudas, plantio, tratos silviculturais, capacitação, dentre outros”, afirma o engenheiro florestal da Codevasf, Camilo Cavalcante de Souza. “O apoio da Codevasf foi fundamental para estruturação dos centros oferecendo instalações adequadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento dos modelos de recuperação”, finaliza.
 
No CRAD/UFAL, pesquisadores do campus Arapiraca estudam a propagação do mandacaru, xique-xique e da coroa-de-frade. O objetivo principal dessa pesquisa é a manutenção da variedade genética dessas cactáceas que são símbolos da Caatinga. “Nosso trabalho visa à reprodução desses cactos em laboratório e, posteriormente, a sua propagação vegetativa e plantio para garantir a variabilidade genética das espécies no ambiente natural. Nos últimos anos, devido a grande seca, a ação de extrativismo dessas cactáceas tem sido muito grande, principalmente para uso na alimentação animal, ornamentação e no caso da coroa-de-frade, que é utilizada na culinária exótica. Como são plantas que crescem muito lentamente, diversas áreas tiveram essas populações de cactáceas praticamente dizimadas. Nesse sentido, estamos tentando reproduzi-las para formar um banco de matrizes e depois retorná-las para o plantio no ambiente natural”, explica José Vieira Silva, professor da Universidade Federal de Alagoas (CRAD/UFAL), campus de Arapiraca. Ouça: http://bit.ly/1QyQDOn
 
                                                    Herbário Vale do São Francisco
 
Outro trabalho de conservação e preservação da caatinga está sendo desenvolvido pelo CRAD/Univasf. No local, encontra-se instalado o Herbário Vale do São Francisco (HVAS), onde há amostras vegetais da Caatinga que, além de contribuir com o conhecimento científico sobre a flora da região, auxiliam na elaboração de projetos de recuperação de áreas degradadas.
“É importante destacar o apoio da Codevasf para a implementação dos CRADs na bacia do São Francisco, porque, naquele momento, em 2007, tínhamos muita informação fragmentada sobre a biodiversidade da caatinga. Com o incentivo da Codevasf, conseguimos construir esse herbário, que é uma coleção de plantas científicas muito importante para os estudos do bioma. Isso só foi possível porque a Codevasf compreendeu a importância da criação dos CRADs”, afirmou o professor e botânico José Alves de Siqueira Filho. Saiba mais: http://bit.ly/1XVbZeB
 
Um dos trabalhos desenvolvidos pelo centro, em 2012, foi a obra “A flora das caatingas do rio São Francisco: história natural e conservação”. A publicação, além de contribuir com o conhecimento científico em relação à preservação do bioma, resgata uma história natural da convivência do homem com o semiárido brasileiro. “O livro foi um esforço de quase 100 pesquisadores de 40 instituições de pesquisa do país, entre elas o Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (CRAD) da Univasf. Ele conta com 552 páginas e 13 capítulos. O trabalho juntou toda informação sobre o bioma da caatinga que estava fragmentada, num documento único, resultando no mais completo registro científico já realizado sobre o ecossistema Caatinga”, ressalta Siqueira Filho. “A gente teve a honra de ser agraciado pelo prêmio Jabuti 2013 na categoria Ciências Naturais”, finaliza. Ouça: http://bit.ly/1SycYxN
 
A publicação tem contribuído com a geração de conhecimentos técnico-científicos relacionados à conservação da água, solo e recursos florestais que são a base para o desenvolvimento de programas de recuperação de áreas degradadas. Mais informações sobre a obra estão disponíveis no site do CRAD/Univasf: http://www.univasf.edu.br
Sobre o bioma
 
A Caatinga ocupa uma área de cerca de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional. Engloba os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver. A atuação da Codevasf alcança o território das bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim, regiões onde é forte a presença desse bioma.
Ouça a matéria especial da Rádio Codevasf:
Fonte: Codevasf

O risco da caatinga virar um deserto"A vegetação típica do Nordeste está literalmente sumindo do mapa




Fonte:  Diario de Pernambuco
     

Bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga tem até um Dia Nacional instituído em 2003: 28 de abril. Pena que a passagem da data, mais uma vez, não foi de celebração. A vegetação típica do Nordeste está literalmente sumindo do mapa. Um terço de sua área já se transformou em deserto e o ecossistema típico do semiárido perde terreno ao ritmo de três mil quilômetros quadrados por ano. Dos 950 mil km2 distribuídos entre os nove estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais, 300 mil km2  transformaram-se em poeira, com a perda definitiva de vegetação mamíferos, abelhas, anfíbios,  répteis e peixes.
 
Apesar de sua riqueza e de ocupar 12% do território nacional, a caatinga não tem a mesma visibilidade do que a floresta amazônica, a mata atlântica e até mesmo o cerrado, que conseguem mobilizar até instituições internacionais para suas preservações. Pesquisadores nordestinos travam uma batalha diária para divulgar seus trabalhos e chamar a atenção para a preservação de um ecossistema que é uma riqueza de todos nós.
 
Um deles é o professor José Alves Siqueira, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, que reuniu 100 especialistas e publicou, no ano passado, o livro Flora das caatingas do Rio São Francisco: história natural e conservação (Andrea Jakobsson Estúdio).
A obra vale o quanto pesa - três quilos - com 556 páginas de textos, fotos e mapas. De 1.031 espécies vegetais coletadas no entorno do Velho Chico, 136 (13,2%) eram restritas à caatinga. Outras 25 espécies cuja ocorrência não era conhecida no Nordeste foram encontradas. Um ecossistema rico, ameaçado por desmatamento e falta de preservação. Isto afeta diretamente o rio mais importante da região, com uma vazão cada vez menor.
 
Um Plano Nacional de Combate à Desertificação foi publicado em 2005. Onze anos depois, poucas ações foram executadas dentro dos três pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. Em Pernambuco, o núcleo de Cabrobó - pela agricultura não sustentável - é considerado uma das quatro áreas de desertificação no semiárido nordestino. O Polo Gesseiro do Araripe é um caso crônico de desmatamento para transformação em lenha.
 
A caatinga (“mata branca”, em tupi) sofre, mas como toda sertaneja, é forte. Só que não pode mais esperar. Uma área degradada leva cerca de 40 anos para se recuperar. É preciso tratar a caatinga como um manancial de riqueza, explorando de forma sustentável espécies que podem ajudar as populações a sobreviver nas suas áreas de origem.
(Publicado em: 01/05/2016)
 

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...