domingo, 24 de abril de 2011

As cisternas do semiárido nordestino.


À direita, a cisterna semienterrada para evitar a evaporação,  foto: Celso Calheiros




"As cisternas do semiárido nordestino"


Por Celso Calheiros
Em um país banhado por extenso litoral e costurado por rios, a falta de água ganha um significado dramático no semiárido nordestino. A média pluviométrica na região é de 750 mm anuais, menos da metade da média de Recife, com 1.800 mm. O período de chuvas se concentra nos primeiros meses do ano e, com frequência, não soma 20 dias. Para prover o consumo no resto do ano, surgiu uma ideia engenhosa e barata: a cisterna abastecida pela água da chuva. Durante a fase de abundância, ela pode acumular até 16 mil litros, quantidade suficiente para atender a uma família de cinco pessoas durante a época da estiagem. Cisternas instaladas principalmente em residências já beneficiam 1,6 milhão de pessoas e começam a ser difundidas nas escolas e postos de saúde.
O equipamento é simples e funcional. A instalação dispensa tubulação que não seja a doméstica. O reservatório propriamente dito fica parcialmente enterrado. Com isso, recebe menos sol e é resfriado pela terra ao seu redor, reduzindo a perda de água por evaporação. Para evitar a sujeira que se acumula no telhado, na base do cano que recebe a água da canaleta há uma garrafa PET fechada. Ela funciona como uma boia e bloqueia a primeira água. Em seguida, libera a passagem e apenas água limpa é armazenada.
Detalhe da canaleta que recebe a água da chuva e leva até o cano, foto: Celso Calheiros


As cisternas são construídas pela própria comunidade, com tecnologia repassada por uma rede de instituições assistenciais que atuam no semiárido. Fora o trabalho, o custo do material é de R$1,2 mil. Como até agora o projeto é um sucesso, planeja-se uma outra etapa: estimular os camponeses a construírem uma segunda cisterna destinada à criação de peixes e a matar a sede dos animais.
Outra ideia que se desdobrou do êxito inicial é usar variações dessas cisternas em áreas densamente habitadas, como São Paulo. Nesse caso, seu maior potencial seria evitar inundações.

Visão completa do sistema de captação, foto: Celso Calheiros


Abaixo, casa de família de agricultores em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeu pernambucano. A região é um exemplo agradável do semiárido, pois a paisagem é mais verde do que a que se encontra no sertão profundo.


Casa em Afogados da Ingazeira, Pernambuco - foto: Celso Calheiros


(Fonte: OECOCIDADES)









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