sábado, 25 de setembro de 2010

O SONHO DA ÁGUA PRÓPRIA.






No sertão do Nordeste a população está espalhada. Como a atividade econômica é pouca, não surgiram muitas cidades grandes, e portanto não se concentrou a população. As famílias sertanejas vivem longe umas das outras, mais que tudo da subsistência, plantando pelo menos mandioca, tentando tirar um pouquinho que seja da terra. Os ciclos da natureza não ajudam. A chuva, suficiente para viver, cai toda num terço do ano e deixa o sol esturricar a terra no resto do tempo. Aí, às vezes, não chove. E tudo que se plantou morre.
Nesse lugar, uma visão comum pelas estradinhas é a de caminhões de água. Vimos vários. Muitos vereadores têm entre suas atividades uma espécie de serviço de “disk-água”: entregam para quem pede, garantem um voto em troca. Os caminhões-pipa, geralmente, carregam a água dos açudes para as casas dispersas (já que a dispersão torna inviável um sistema de água encanada para todo mundo).
Se a chuva é suficiente, mas concentrada demais, existe uma solução óbvia: que cada um guarde o excesso de chuva da sua propriedade para quando faltar. Isso não é uma ideia absolutamente nova, claro. Há décadas constrói-se cisternas no sertão, alimentadas por uma calha com a água que cai no telhado da casa. Mas são iniciativas dispersas e muitas vezes prejudicadas por deficiências no projeto (muitas cisternas vazavam, por exemplo).
Em 2003, uma rede de mais de 600 organizações da sociedade civil criou a Articulação do Semi-Árido, ou Asa, para, de maneira descentralizada, construir cisternas pelo sertão. Foi um sucesso. Hoje quem viaja por aquelas bandas vê cisternas em toda parte: há mais de 400 mil em todo o Nordeste e no sertão de Minas. Se você perguntar para as pessoas se elas gostam da cisterna, provavelmente vai ouvir elogios desbragados. “Foi um presente de Deus”, disse o agricultor José Macário dos Santos, chefe de uma família de oito, numa resposta típica. Como ele, 97% dos agraciados com a cisterna estão satisfeitos. Menos satisfeitos ficam alguns políticos tradicionais. Uns circulam por aí com seus caminhões-pipa, oferecendo para encher as cisternas. Assim o morador não tem que se preocupar com a manutenção e a colocação das calhas (e a chuva é desperdiçada).
Mais recentemente o projeto foi aperfeiçoado. Agora a proposta é dar duas cisternas para cada família: uma para o consumo, outra para um pomar-horta. Além de segurança hídrica, a família ganha segurança alimentar e financeira. O projeto também está se tornando mais abrangente, e passa a envolver o apoio à produção local, a gestão de águas, o desenvolvimento de tecnologias sociais. Privilegia-se espécies da caatinga, que não morrem nem quando há seca. A Embrapa Semi-Árido, onde o professor Nilton de Brito trabalha (conheça-o no vídeo acima), está bastante envolvida nesse projeto. A instituição tem testado o desempenho dos diferentes tetos na coleta de água de chuva, projetado sistemas simples e baratos de irrigação por gotejamento e mantido pomares-laboratório.
(Fonte: Estadão.com.br - Isso não é normal)

Personagens da Caatinga: LUIZ GONZAGA, O REI DO BAIÃO.


Luiz Gonzaga (Gonzagão) Cantor e compositor, Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu na Fazenda Caiçara, no município de Exu, sertão pernambucano, filho de Ana Batista de Jesus e do sanfoneiro Januário José Santos, com quem aprendeu a tocar sanfona. Deixou sua cidade natal em 1930, em busca de emprego, e acabou entrando para o Exército, morando em vários lugares no Nordeste.
A carreira musical só começou em 1939, no Rio de Janeiro, tocando em um conjunto que se apresentava nos cafés da zona de prostituição. Participou de programas de calouros, como os de Almirante e Ary Barroso e, em 1941, gravou o seu primeiro disco - apenas como solista; a primeira música cantada, Dança Mariquinha, seria gravada em 1945. A partir de então passou a percorrer o Brasil, fazendo shows, iniciando sua longa carreira de sucesso. Influenciou vários compositores da chamada moderna música nordestina, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Raimundo Fagner, Elba Ramalho e outros.
Foi Luiz Gonzaga quem levou para o disco os ritmos e as batidas do xote e do baião - já conhecidos entre os cantadores de viola do Nordeste: ele pegou a batida e criou o jogo melódico, daí ser considerado o criador do baião. Gravou 56 discos e compôs mais de 500 canções.
Morreu após uma internação de mais de 40 dias, vítima de osteosporose. Seu velório e enterro foram acompanhados por mais de 50 mil pessoas em Juazeiro do Norte. (Fonte: JB Online). SOM BRASIL - Especial Gonzagao.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...