quarta-feira, 22 de junho de 2011

Cai o ritmo de desmatamento do bioma Caatinga.


Cai o desmatamento do bioma Caatinga. Segundo o Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama, o bioma perdeu 1.921 quilômetros quadrados de matas no período de 2008 a 2009. Enquanto de 2002 a 2008 a média anual era de 0,28% de área desmatada, entre 2008 e 2009 a taxa anual foi de 0,23%.
Os primeiros dados do monitoramento da Caatinga sobre as áreas desmatadas até 2008 foram divulgados no ano passado. No primeiro levantamento, em 2002, foi registrado um índice de desmate de 43,7%.
O número subiu para 45,4% em 2008. Uma das principais causas é a extração ilegal da mata nativa que é convertida em lenha e carvão vegetal.
"É um dado melhor porque diminuiu o ritmo comparando com o período 2002-2008. Mas ainda é importante que a gente tenha iniciativas de sustentabilidade, como de manejo adequado da Caatinga, para não perder esse bioma que é único e absolutamente estratégico para a qualidade de vida do nosso País, em particular nos seus Estados", destaca a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Os Estados que mais desmataram são Bahia (638 km²), Ceará (440 km²) e Piauí (408 km²), e os municípios que registraram as maiores áreas com supressão de floresta foram Mucugê e Ruy Barbosa (BA) e Cabrobó (PE).
Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga possui uma área original de 826.411 km² e está presente em cerca de 11% do País nos Estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. A região sofre forte impacto das mudanças climáticas por apresentar muitas áreas suscetíveis à desertificação. (Fonte: Sociedade Sustentável).

Ceará entre os que mais desmatam

Entre dez estados com ocorrência da Caatinga, o Ceará continua sendo o segundo que mais destruiu o bioma, atrás apenas da Bahia, que devastou 638,35 km² entre 2008 a 2009. No Ceará, ficam quatro dos 20 municípios brasileiros que mais desmataram a Caatinga (veja no mapa abaixo a lista dos dez municípios cearenses que mais destruíram o bioma).
Para a coordenadora do projeto Mata Branca, Maria Tereza Farias, Bahia e Ceará são os que mais desmatam porque são os dois estados com maior área de Caatinga. “Se os outros desmataram tudo, não serve de referência”, avalia. De acordo com ela, o projeto do Governo do Estado já capacitou 1.069 pessoas em projetos de conservação da Caatinga.
Maria Tereza também questiona sobre quanto da perda vegetal registrada pelos satélites é clandestina e quanto é autorizada por manejo de áreas florestais.
O coordenador do Núcleo do Bioma Caatinga do Ministério do Meio Ambiente, João Seyffarth, confirma que os satélites não diferenciam áreas de manejo florestal de áreas desmatadas. “Existem muito poucos planos de manejo aprovados na Caatinga e isso representará pouco no quantitativo total”, defende.

Carvão, lenha e pasto

Na avaliação do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetraece), Moisés Braz, tem havido maior conscientização por parte dos agricultores, mas ainda há derrubada. “Principalmente nos últimos três anos a gente tem identificado maior preservação. As queimadas diminuíram muito”, pontua. Para ele, porém, os grandes responsáveis pela destruição da Caatinga são as empresas carvoeiras e de retirada de lenha.
O prefeito de Boa Viagem, Fernando Assef, diz que a queima da vegetação para criação de gado é a principal causa dos desmatamentos na região do município. “Falta uma presença maior do governo federal e estadual. Do jeito que está o problema sério”, resume.


Quanto

O ritmo de destruição diminuiu de forma tímida: de 0,28% ao ano entre 2002 e 2008 para 0,23% em 2009. Apesar disso, sobram apenas 53,4% da Caatinga, que abrange áreas dos nove estados nordestinos e Minas Gerais.

Por Thiago Mendes - O Povo
thiagomendes@opovo.com.br







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