sábado, 2 de agosto de 2008

O Desafio de crescer e preservar



Na véspera da Olimpíada está ficando mais visível para todo mundo o grande dilema que é crescer ou preservar. A China tem feito seu crescimento à custa da agressão ao meio ambiente e adota rigorosos controles ambientais para que se realize o grande encontro mundial que são os jogos olímpicos. Aqui entre nós, o desafio é crescer e preservar, a partir de tudo que se estudou em torno do sistema exclusivamente brasileiro, vegetação típica do Sertão, a caatinga. Esse desafio é um dos muitos capítulos da história do Nordeste – e da caatinga – contados pela ótica de um dos maiores estudiosos do Semi-Árido, o professor Vasconcelos Sobrinho, que passou a ser referência regional desde seus primeiros estudos, em 1949. De lá para cá, vem mudando a maneira de ver e estudar a caatinga por fazer parte da vida do nordestino no pasto do gado, no artesanato, na fabricação e comercialização de plantas medicinais, até a indústria gesseira e lenha como suprimento de energia.
Entre o clamoroso risco de desertificação – objeto de estudos do mestre Vasconcelos Sobrinho, cuja data de nascimento, 28 de abril, virou Dia Nacional da Caatinga – e a necessidade de gerar energia e produzir, prevalecem alguns estudos realizados com apoio das Nações Unidas. Consta desses estudos que a caatinga apresenta mecanismos de regeneração que potencializam e simplificam seu manejo florestal, isto é, a utilização sustentável. Também tem potencial forrageiro, fundamental para manutenção de pecuária extensiva, apresentando-se como a salvação dos rebanhos nas épocas de estiagem. Mais: sendo a lenha a segunda fonte energética da região, gera trabalho e renda na seca, contribuindo para a fixação do homem no campo.
A repórter Angela Belfort, de nossa editoria de Economia, atualiza na reportagem O desafio entre crescer e preservar algumas questões fundamentais para o meio ambiente e o crescimento econômico no Sertão. Lá estão dois dados recentes decisivos: o primeiro, a opção do governo federal por uma única hidrelétrica no Rio Xingu, utilizando um pouco mais da metade do potencial de alagamento, temendo o impacto ambiental, o segundo é a informação do Ibama de que o pólo gesseiro do Araripe , responsável por grande parte do desmatamento da caatinga, está consumindo 80% de lenha legalizada. Bate com o que defendia Vasconcelos Sobrinho: “Não hesitamos em afirmar que a vocação ecológica do Semi-Árido nordestino é a silvicultura, principalmente voltada para a implantação de florestas energéticas”.
Daí decorre um pressuposto fundamental que é o manejo florestal sustentável, o que deixou de ser matéria exclusiva de estudiosos e ambientalistas e passou a fazer parte das preocupações dos produtores, de acordo com aquela lição de crescer preservando. Assim é que o presidente do Sindicato da Indústria do Gesso de Pernambuco, Josias Inojosa Filho, expõe à repórter: “É necessário fazer a preservação ambiental junto com o crescimento. Ou não se consegue sustentabilidade, e sem ela não há outras alternativas”. Trazendo à prática, o setor gesseiro troca a madeira da caatinga pela das podas de caju e pela algaroba, segundo orientação do Ibama, que exige o uso de lenha legalizada para conceder licenças ambientais às empresas.
Esse quadro otimista não significa que chegamos à equação perfeita. O Ibama cuida de decifrar outros grandes desafios para suprir de lenha o setor de cerâmica, o têxtil – algumas empresas do pólo de confecções do Agreste –, a fabricação de cal e a panificação que voltou a usar lenha por causa da alta do preço de energia. Nesses setores, diz o superintendente do Ibama, João Arnaldo Novaes, predomina o uso da lenha ilegal. A meta do Instituto é criar uma agenda de adequação ambiental para eles até 2010, mantendo uma área de preservação ambiental da caatinga e outra para projetos de manejo florestal. Como decorrência prática e imediata dessa preocupação, a produção ambientalmente correta faz com que o gesso do Sertão do Araripe seja mais bem aceito nos mercados dos Estados Unidos e da União Européia.
(Fonte: JC - Edição de 02/08/2008)

5 comentários:

  1. PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

    Este texto retrata a minha opinião sobre as consequências positivas do plantio de árvores e a preservação das áreas verdes nas cidades.

    De tudo o que já estudei, vi e pesquisei, descobri que uma boa consequência do plantio de árvores é a diminuição dos ruídos nas cidades e o surgimento de abrigos para as aves e de outros animais silvestres. Com esse plantio observamos, também, a diminuição e o combate à poluição, tornando o ar mais limpo, respirável.

    Com referência à preservação das áreas verdes, acho muito importante para o combate à poluição, tornando nosso ar mais saudável, revigorando nosso planeta. Por isso é muito importante que as áreas verdes sejam ampliadas e que as pessoas se conscientizem do que está acontecendo com o nosso planeta, passando a colaborar com a preservação da natureza com o objetivo final que é, todos nós, protegermos o planeta Terra. Todos somos responsáveis.

    Aluno: Carlos Emanoel - 9 anos

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  2. muito bem escritor e blog achei muito bom este texto me ajudou na tarefa tenho 9 anos meu nome e breno sou aluno gostei desta materia parabens!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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