sexta-feira, 8 de julho de 2011

Parque Nacional de Sete Cidades completa 50 anos de criação.


Parque Nacional de Sete Cidades - Foto divulgação: IBAMA
De acordo com vários historiadores brasileiros, as formações encontradas no Parque Nacional de Sete Cidades abrigaram a nação indígena Tabarana, formada pelas tribos dos Quirirus e dos Jenipapos. A área dominada por este grupo se limitava ao norte pela região costeira, a oeste pelo rio Parnaíba, ao sul pelo rio Poty e a Leste pela Serra da Ibiapaba.

O Parque Nacional de Sete Cidades completa este ano 50 anos de criação. O parque é uma Unidade de Conservação federal, integrante do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio.
Foi criado em junho de 1960 em virtude, principalmente, da existência de formações geológicas de grande beleza cênica (fotos abaixo).
O parque tem cerca de 6.221 hectares e encontra-se numa zona de transição, tendo características de caatinga e cerrado, bem como fauna e flora destes dois biomas. Localiza-se nos territórios dos municípios piauienses de Pirucuruca e Brasileira, no norte do estado, distante cerca de 190 km da capital, Teresina. É aberto à visitação com possibilidade de visualização das principais formações rochosas.
As formações geológicas se distribuem em sete sítios principais que levaram à denominação de Sete Cidades, por serem descritas como sete cidades de pedra. Essas formações têm formas as mais diversas que lembram desde animais, como a pedra da tartaruga e a pedra do elefante, até figuras humanas, como a cabeça de D. Pedro.
Além dos atrativos geomorfológicos, há também outros atrativos como as cavernas e as inúmeras e diversificadas pinturas rupestres espalhadas pelo paredões de pedra, incluindo representações de figuras humanas, animais e, até, figuras polêmicas que lembram discos voadores, por exemplo. Há, ainda, cachoeiras e piscinas naturais em seu interior.
Por fim, temos a função genuinamente ecológica do parque, que é a proteção dada à fauna e flora presentes na área da unidade. A flora compreende espécies como o Pequi, a faveira, o jatobá, o Angelim, entre outros. No que diz respeito à fauna, também bastante diversificada, encontram-se, dentre outras espécies, jacu, paca, veado, tamanduá, cutia e onça suçuarana. Em relação aos aspectos ecológicos vale ressaltar a importância de instituições como a Universidade Federal do Piauí, que realiza pesquisas na área do parque.
Como se vê, Sete Cidades é um parque de grande beleza cênica e importância ecológica, cheio de riquezas e atrativos que o tornam, sem sombra de dúvidas um dos mais belos parques do estado do Piauí e do Brasil. Vale a pena conhecer essa preciosidade natural, caminhar pelos seus 12 km de trilhas e apreciar esta que é uma das muitas riquezas do estado. (Fonte: 180graus.com)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A Reserva Serra das Almas.

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Reserva Serra das Almas está localizada em Cratéus (CE).

Por Roberto Macêdo (*)

Há mais de uma década, quando, juntamente com um grupo de pessoas motivadas por Samuel Johnson, um empresário norte-americano que resolvera doar uma área para preservação da Caatinga em retribuição aos ganhos que tivera em sua atividade de extração da cera da carnaúba no Ceará, aceitei o desafio de me dedicar ao trabalho de recuperação de áreas degradadas da Caatinga.
Muita gente pode até não acreditar, mas em pleno semiárido cearense existem lugares de natureza exuberante, com rica fauna e flora próprias da Caatinga. A Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), situada no município de Crateús, é um deles, sendo um exemplo de como se adotando medidas adequadas de manejo a recuperação se manifesta em toda sua potencialidade e diversificação.
Em uma área com mais de seis mil hectares, que possui três nascentes, essa reserva abriga centenas de espécies vegetais, que vão do jatobá e da aroeira a macambiras e croatás. Entre os animais identificados até o momento, circulam livremente veados, onças, jacus e periquitos, totalizando 45 espécies de mamíferos, 237 espécies de aves, 44 espécies de répteis e 34 espécies de anfíbios.
Além da preservação em si, a Serra das Almas desenvolve um trabalho junto às comunidades do seu entorno visando a educação ambiental e a geração sustentável de renda. A reserva desenvolve ainda atividades de produção de mudas, de pesquisa e difusão ambiental, contando com trilhas interpretativas e alojamentos para pesquisadores e visitantes.
Os conhecimentos acumulados e a experiência adquirida com a Reserva Serra das Almas, levou a Associação Caatinga, sua mantenedora, a contribuir para a expansão dos conceitos de preservação e de conservação do bioma caatinga e a combiná-los com estratégias de desenvolvimento sustentável.
São muitos os projetos e programas em execução, desenvolvidos com base no modelo da Serra das Almas, dentre os quais destaco: Sertão Verde – programa que alia a conservação da natureza ao desenvolvimento local (Bovespa); Apoio e incentivo à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (Funbio e Prefeitura de General Sampaio); Caatinga Preservada - implementa o Programa de Incentivo à Conservação em Terras Privadas na Caatinga (MPX, Aliança da Caatinga e TNC – The Nature Conservancy); No Clima da Caatinga – mitigação de efeitos do aquecimento global através de ações de conservação da Caatinga (Petrobras + 24 parceiros); Embarque nas Trilhas da Caatinga – capacitação e fortalecimento para o turismo na RNSA e entorno (TAM).
Como se vê, a sensibilidade de cidadãos e de empresas, com relação à importância da preservação e conservação da caatinga, na ótica do desenvolvimento sustentável, aumenta a cada dia. Tanto que cada vez mais pessoas e empresas participam do elenco de patrocinadores de projetos, mostrando que a causa da recuperação da caatinga já é bem mais do que um sonho. Sinto-me orgulhoso de fazer parte dessa transformação. (Fonte: O POVO Online/OPOVO/Opinião)


(*) Roberto Macedo é empresário

terça-feira, 5 de julho de 2011

Conheça a Arara-azul-de-lear.

Ela já esteve criticamente ameaçada de extinção e hoje sobrevive na região de Jeremoabo, no sertão da Bahia. A arara-azul-de-lear tem a bochecha amarelada e é menor do que outras espécies.

A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma ave da família Psittacidae, originalmente encontrada nas matas brasileiras, hoje é vista raramente e o seu estado de conservação é crítico. Pode ser encontrada no interior do estado da Bahia.
Essa arara torna-se madura para a reprodução aos 3 anos e sua época reprodutiva é entre novembro e março. Normalmente nascem 2 filhotes por vez e a gestação dura em torno de 30 dias. Depois do nascimento das araras azuis, elas ficam cerca de 3 meses no ninho sob cuidado dos pais, até se aventurarem no primeiro voo.
Restrita à caatinga baiana, na ecorregião do Raso da Catarina, mais precisamente nos municípios de Canudos, Euclides da Cunha, Jeremoabo, Monte Santo, Santa Brígida, Paulo Afonso, Sento Sé e Campo Formoso, a Arara-azul-de-lear é uma das aves brasileiras menos conhecidas e mais ameaçadas de extinção. As ameaças à espécie vão desde a captura e comércio ilegal dessas aves até à intensa perda de habitat, ocasionados pela derrubada da mata nativa por atividades agropecuárias de subsistência, principalmente a criação de caprinos e o cultivo de milho.
As áreas de alimentação são determinadas por concentrações de palmeiras licuri (Syagrus coronata) em meio a árvores mais altas, isso se dá pelo fato de que o bando de Araras-azul-de-lear fica pousado em uma árvore alta enquanto indivíduos (sentinelas) partem para uma vistoria no local de alimentação e só depois o bando todo vai ao local para uma última conferência, e aí sim podem descer às áreas e desfrutar dos cocos de licuri nas árvores ou caídos no solo, o principal item na alimentação dessas araras. Além do licuri, utilizam também os frutos de pinhão, umbu e mucumã. Por vezes foram avistados bandos de araras forrageando em plantações de milho, o que acarreta conflito com agricultores, resultando em abate de aves nessas regiões. Em contrapartida, as criações de cabras na região ameaçam a recomposição natural da vegetação, pois as cabras usualmente devoram as mudas nativas.
Com a chegada das chuvas no final do ano, inicia-se a época reprodutiva. Os casais se separam do resto do bando e fazem seus ninhos em cavidades, nos íngremes paredões de arenito, onde os poucos casais reprodutores criam seus filhotes, numa média de dois por período reprodutivo. Existem dois sítios de nidificação e dormitório, um em Canudos, na região conhecida como Toca Velha, uma RPPN de propriedade da Fundação Biodiversitas e em Jeremoabo, ao sul da Estação Ecológica do Raso da Catarina, unidade de conservação federal administrado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Bastante semelhante à Arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), a Arara-azul-de-lear é mais arisca, nitidamente menor, com uma plumagem mais desbotada, sendo o dorso e a cauda azul cobalto. Uma exceção em relação às outras araras-azuis é o fato de não dormirem empoleiradas, e sim em fissuras dos cânions, onde chegam aos finais de tarde, fazendo estardalhaço e sobrevoando aos bandos até acomodarem-se.
É conhecida cientificamente há 150 anos, mas seu território de ocupação foi descrito há apenas 30 anos. Estima-se que ainda existam cerca de 1000 indivíduos na natureza, isso graças aos esforços voltados para a sua conservação, pois a Arara-azul-de-lear continua criticamente ameaçada de extinção. Esse alto grau de ameaça, aliado ao baixo grau de conhecimento dos comportamentos naturais da espécie, o que dificulta a sua reprodução em cativeiro, justificou a criação no ano de 1992 do “Comitê para Recuperação e Manejo da Arara-azul-de-lear”, cujos integrantes juntamente com o IBAMA, e recentemente o ICMBio, através do CEMAVE (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade), representam instituições nacionais e internacionais de pesquisa e visam a perpetuação da espécie através da elaboração de planos de manejo em cativeiro, conservação, reprodução, reabilitação e, se possível, reintrodução da espécie. (Fonte: Wikipédia)

sábado, 2 de julho de 2011

Boqueirão da Onça : o parque que virou mosaico.

Paisagem no Boqueirão da onça: pressão contra o parque nasceu na Bahia selvagem e chegou à Brasília burocrata. Os estudos atuais em negociação com o ICMBio, Ministério das Minas e Energia e governo da Bahia não falam mais em um grande parque. Foto: Celso Calheiros (O Eco Reportagens)

Boqueirão da Onça (BA) - Era uma vez um parque. Uma ideia de parque, na verdade. O plano era dar proteção integral a cerca de 900 mil hectares no coração da Caatinga. O parque no Boqueirão da Onça sonhado fica em uma região de difícil acesso, com terra pouco valorizada, poucas estradas (nenhuma pavimentada) e com pouca gente em volta – três habitantes por mil quilômetros quadrados. Perfeito para a conservação.

A necessidade de se criar áreas de conservação na Caatinga é real. É o bioma em região de semiárido com maior diversidade de espécies no mundo – e também o mais populoso. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente divulgados esse mês, sua vegetação original perdeu mais de 45% com desmatamento. No último período, o bioma perdeu 1.921 quilômetros quadrados.
O coordenador do bioma Caatinga no ministério do Meio Ambiente, João Arttur Seyffarth, conta que apenas 1,4% da região tem unidades de conservação com proteção integral. “E a maior parte tem pouca estrutura”, reconhece.
Para os moradores do Boqueirão da Onça, a eletricidade ainda está chegando, a televisão é novidade de poucos, celular nem pensar. A flora é complexa e a fauna está em casa. A região está no sertão baiano, próxima do Lago de Sobradinho e, desde que anunciaram os estudos para criação de um parque, em 2002, perdeu cobertura verde e ficou menor. Apareceram mineradoras interessadas no subssolo, empresas de energia eólica disputam o vento e o valor da terra triplicou.
A pressão nasceu na Bahia selvagem e chegou à Brasília burocrata. Os estudos atuais em negociação com o ICMBio, ministério das Minas e Energia e governo da Bahia não fala mais em um grande parque. Os trabalhos preveem a criação de um mosaico de unidades de conservação com uma área de 117 mil ha como monumento natural, 420 mil ha como área de proteção ambiental (APA) e um pedaço de 317 mil ha para o parque nacional.

Mosaico ou retalhos?

A criação do mosaico é um arranjo que tenta a agradar a gregos e troianos. Pela definição legal, a APA é unidade de uso sustentável e permite sua exploração; o monumento natural pode ocorrer em área privada e prevê atividade recreativa e turística; já o parque nacional é terra pública, não pode ser ocupado e garante aos brasileiros uma área de conservação.
O mosaico nasceu da pressão de mineradoras e empresas geradoras de energia eólica. A prova dessa afirmação está nos desenhos dos estudos para criação do parque, de preferência comparando antes e depois da descoberta de jazidas de minério e de vento. O que era parque perdeu áreas para a mineração. As regiões onde estudos prometem vento capaz de mover aerogeradores se transformaram em APA.
O desenho do mosaico é provisório, adverte o coordenação de Criação de Unidades de Conservação do ICMBio, Nelson Yoneda, responsável pelo levantamento do memorial descritivo da região, etapa necessária para o encaminhamento que pretende tirar o parque Boqueirão da Onça do papel. Falta ainda o parecer do governo da Bahia.

Pressão por terras para gerar energia

Rico em vegetação e animais, singular na paisagem, o Boqueirão da Onça é terra de sertanejos – e isso é, antes de tudo, uma sorte. Povo simples, homens e mulheres talhados pelo trabalho no campo e também abertos ao próximo. A região é endereço de pequenos criadores, agricultores familiares, garimpeiros e boiadeiros. No meio rural, a notícia de estudos para um parque já chegou e é vista de forma tranquila, pela maioria. O desenho do mosaico, no entanto, excluiu as áreas das comunidades de fundo de pasto (uma tradicional propriedade coletiva, descrita como tal e com seus direitos garantidos na Constituição do Estado da Bahia).
Nas cidades, a conversa é outra. Entre os proprietários de terras ou herdeiros de centenas de hectares, o gosto pela especulação agrária chegou. O hectare que podia ser comprado por R$ 30 se valorizou, primeiro, com o sonho de uma indenização por causa da chegada do parque e, depois, com o interesse de empresas de energia eólica. Participantes das reuniões sobre os estudos do desenho do parque passaram a ser assediados, como relatou o professor Renato Garcia Rodrigues, da Univasf. “Todos queriam saber onde o parque começava e até onde iria”.
Com a chegada das primeiras empresas de energia eólica, as propostas de arrendamento de pequenas áreas para instalação de torres de medição de vento e a perspectiva de um parque eólico, se tornaram a bola da vez.; Os proprietários informam que a instalação de cada torre de medição gera um contrato de arrendamento da terra de R$ 1,8 mil por ano. Se vier a ser instalada uma torre com aerogerador, seu ganho passaria para R$ 5 mil/ano por cada torre. Um parque eólico suporta cerca de 150 torres. Na melhor das hipóteses, terra passaria a render R$ 750 mil/ano, apenas com o aluguel de pequenas áreas.
Como são mais de sete grandes empresas em disputa pelos melhores pontos, os donos de terras apareceram com suas escrituras (algumas muito antigas, outras incorretas) ou mesmo sem elas. O ex-prefeito de Sento Sé Joaquim Domingos da Silva, “seu” Quinzinho, conta que o preço do hectare está em R$ 100 e pode subir. Gosta da energia eólica e descrê do Parque Boqueirão da Onça. “A energia é que vai trazer estradas, desenvolvimento”, argumenta. “O povo de Sento Sé já foi deslocado com a construção de Sobradinho. Não deveriam fazer isso de novo”.
Com o valor da terra sendo multiplicado por três, a ganância chegou antes do progresso. Há denúncias de grilagem, ameaças da líder de fundo de pasto, escrituras sem correspondência com a realidade e briga entre herdeiros. O professor Edgar Souza Lopes, oficial de registro de imóveis aposentado, conta que, agora, os negócios com terras só se concretizam depois do georeferênciamento por empresa especializada.

Energia dos ventos

Enquanto o parque ou mosaico não saem da fase de estudos, as empresas de energia eólica mantêm o cronograma de atividades. Sete empresas foram citadas na região. São elas a Brennand Eólica, Casa dos Ventos, Eólica Tecnologia, BioBrax, Sany, Energisa e Segóia. Os representantes da empresas foram procurados e apenas dois retornaram, mas evitaram conceder entrevista. Quem se prontificou a dar todos os esclarecimentos foi o dirigente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Ricardo Simões, que logo expôs sua preocupação com a Caatinga. “Como nossa atividade ocupa apenas 3% da área e é compatível com a conservação, nossos interesses não são conflitantes”, argumentou.
Ricardo Simões trabalha no setor de energia e faz distinção do seu modelo gerador. “Nossa fonte é limpa, renovável, não produz efeito estufa e é amigável com a atividade agrícola ou pecuária”. Considera a especulação uma consequência natural da valorização da terra. Desconhece casos de grilagem e para tanto utiliza um raciocínio. “Nosso setor é muito técnico e só quem detém o conhecimento sabe o local onde as empresas têm interesse”.
O diretor da ABEEólica afirmou que os negócios que estão sendo promovidos com os donos da terra terminam por contribuir com a regularização fundiária da região. “Muitos não possuem escritura e precisam regularizar seus documentos. Tudo deve estar legal, os tributos passam a ser pagos”. Ricardo Simões afirma que as empresa não pressionam comunidades, com as de fundo de pasto. “Todos têm de concordar em obter uma renda, ou nós não podemos instalar torres”.

Verde e branco

O Boqueirão da Onça é a cara da Caatinga em uma de suas manifestações mais exuberantes. O bioma tem uma beleza que precisa ser descoberta. Muitas vezes sua flora é arbustiva, outras cheia de árvores. Na época das chuvas, é verde vivo. No tempo da seca, as plantas dispensam as folhas como estratégia para poupar energia. A mata fica branca, resiste ao sol e à escassez de água.
Um dos inventários feitos pelo Centro de Recuperação de Áreas Degradas (Crad) da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), em 2006, mostra a importância do Boqueirão com suas espécies endêmicas, raras e algumas ameaçadas. Em números brutos, a região possui 932 espécies de plantas, 380 exclusivas da região. O Boqueirão da Onça tem suas curiosidades. Há momentos em que no meio da Caatinga aparece um Cerrado, na Serra do Mimoso.
Outro estudo de pesquisadores do Crad compara imagens do satélite Landsat feitas em 2000 e 2009 e faz um estudo capaz de identificar áreas de degradação vegetal. Ao analisar a área em 2000, o estudo estima “em 89% a cobertura vegetal no grau de transição a conservada e 11% áreas degradadas”. A análise é grave: “Houve aumento da substituição da cobertura vegetal por atividades econômicas de caráter criminoso e clandestino”, escrevem os pesquisadores liderados pelo professor José Alves Siqueira.
A fauna é rica e inclui onça pintada. O maior dos felinos das Américas está por lá. A presença de onças representa um indício de qualidade do habitat, explica a pesquisadora Cláudia Bueno de Campos. “Como a onça é um predador no topo da cadeia alimentar, sua presença significa que os outros animais que servem de alimento para ela vivem lá e encontram seu alimento na região”, explica a bióloga.
O trabalho de Cláudia Campos para o Centro Nacional de Pesquisas e Conservação de Mamíveros Carnívoros (Cenap) já registrou imagens das onças através de armadilhas fotográficas. Ela é outra admiradora da riqueza biológica da região e defende iniciativa pela conservação rigorosa do Boqueirão da Onça.
Além de onças, o Boqueirão também abriga veados e raposas, encontrados até nas estradas. Os primeiros estudos do ICMBio registraram grande diversidade de espécies, mesmo sem levantamento faunístico. Araras vermelhas, sabiás-gongás, picapauzinhos, abelhas raras e espécie endêmica de anuros.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Caatinga: Um bioma ameaçado.

Foto: Pan Brasil

Por: Ana Karla da Silva Martins • Categorias: Eco Insight

A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, e não encontrado em nenhuma outra parte do mundo. Abrange os estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Com Flora e Fauna riquíssimas, vem sofrendo com as queimadas ilegais e o tráfico de animais silvestres. Ele ocupa uma área de cerca de 850.000 km², o equivalente a cerca de 10% do território nacional. Com o intuito de fiscalizar e revitalizar esse bioma tipicamente brasileiro, o governo de Pernambuco por intermédio da sua assessoria de imprensa, divulgou a criação de: 71 áreas de preservação da caatinga.
O Comitê Executivo de Gestão de Unidades Ambientais fará o diagnóstico e mapeamento das áreas que irão receber as instalações. Será criado também um órgão que irá fiscalizar e identifica as diferentes realidades e atividades permitidas para cada área de proteção – como visitações turísticas e fins científicos de pesquisas. Pelo decreto, ficam previstas a criação das cinco primeiras unidades de preservação no Bioma da Caatinga e a sistematização das intervenções do Poder Público nas 66 unidades da Mata Atlântica já reconhecidas em Pernambuco. Os novos espaços de preservação da Caatinga ficam em Carnaíba (Serra da Matinha), Afrânio, Parnamirim, São Caetano (Pedra do Cachorro) e Serra Talhada (Fazenda Saco). Pelo decreto, ficam previstas a criação das cinco primeiras unidades de preservação no Bioma da Caatinga, esclarece a nota enviada á imprensa.

Estatísticas

- A vegetação da caatinga se adapta às condições de aridez (xerófila). Possui cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas.

- Cerca de 930 espécies vegetais são encontradas somente na caatinga baiana, sendo 320 exclusivas.

- Possui um total de 876 espécies de animais vertebrados, entre eles: cutia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatu-peba.

- 70% da caatinga já se encontra alterada pelo homem.

- Bahia e Ceará foram os Estados que mais destruíram a vegetação nativa – juntos, foram responsáveis por 8.659 km² de área devastada

( Por: Ana Karla da Silva Martins - Diário do Verde)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Caatinga: o risco de perder bioma único no mundo.


O bioma Caatinga, um dos mais vulneráveis e originais do mundo continua sendo devastado, segundo o Ministério do Meio Ambiente. No Ceará, em particular, houve uma diminuição no ritmo do desmatamento, em 2009, se comparado ao período 2002-2008, mas ainda assim não dá para ter tranquilidade de que essa tendência de redução permaneça.
Em números absolutos foram devastados, em 2009, um total de 440,19 km², contra os 646,71 km², em média, verificados entre 2002 e 2008. Isso corresponde à soma das áreas de Fortaleza e Maracanaú juntos.Ao todo, 1.921 km² de Caatinga foram destruídos em um ano.
Há quem questione que o número total seja decorrente exclusivamente da ação predatória. Aí poderiam estar incluídas áreas permitidas de manejo florestal. Talvez. Mas, isso não torna menos grave o fenômeno já que estamos lidando com um bioma único no planeta. Por se localizar no semiárido, submetido a um clima causticante e à carência hídrica marcante, seu ecossistema é mais frágil e altamente vulnerável aos condicionantes de ordem climática e de intervenção humana, com uma incidência cada vez maior de desertificação.
O Ceará é o segundo (o primeiro é a Bahia) predador deste tipo de bioma entre dez estados com ocorrência de Caatinga. Dos 20 municípios brasileiros campeões em devastação desse bioma quatro são cearenses. A lista estadual, na verdade, soma dez municípios (em ordem decrescente): Boa Viagem, Pedra Branca, Icó, Quixeramobim, Santa Quitéria, Hidrolândia, Granja, Russas, Madalena e Independência.
Já se sabe quais são as maiores causas do desmatamento: produção de lenha e carvão. Com o desmatamento, dá-se a erosão do solo e a consequente desertificação, que já ocupa partes ponderáveis do semiárido nordestino.
Enfrentar essa questão é possível com vontade política, educação, tecnologia e crédito. É preciso encontrar alternativas econômicas viáveis para substituir as ações predatórias com vistas à subsistência das populações que dependem dessas práticas para sobreviver. Estudos realizados apontam as soluções. Resta aplicá-las e salvar um bioma cuja riqueza está encantando cada vez mais os pesquisadores.
(Fonte: O Povo Online)



domingo, 26 de junho de 2011

Mais caatinga, menos desertificação.


Raso da Catarina (Foto: MMA)

O bioma caatinga, uma exclusividade brasileira e quase todo nordestino, tem sido derrubado para a formação de lenha e carvão vegetal. Mas, entre 2008 e 2009, o Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama registrou uma queda no ritmo de desmatamento na comparação com os anos de 2002 a 2008, passando a taxa anual de 0,28% para 0,23%. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, Bahia, Ceará e Piauí são os Estados com maior supressão da mata nativa. Uma maneira de brecar ainda mais a retirada da caatinga é o estímulo a projetos de uso sustentável. A Caixa Econômica Federal (CEF) disponibilizará R$ 6 milhões para projetos de manejo florestal comunitário e familiar; de eficiência energética para os polos gesseiro e cerâmico; de fogões eficiente para as famílias do árido e semiárido dispensarem o uso da lenha na cozinha. O edital para a seleção dos projetos será publicado ainda nesta semana. Para a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) só o uso sustentável das florestas evitam o fenômeno da desertificação e garantem vida digna às populações que estão em áreas de caatinga, que correspondem a 11% do território nacional (Nordeste menos o Maranhão e mais Minas Gerais).
(Fonte: AcessePiauí)

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...