quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

CAATINGA : Uso medicinal é ameaça a vegetais.

Extração de casca de umburana, aroeira e quixabeira é efetuada,
muitas vezes, com o corte da árvore, aumentando risco de
desaparecimento de espécies. (Foto: fatosefotos da caatinga.blogspot.com)

O uso medicinal de três árvores da caatinga, duas delas na lista brasileira de plantas em risco de extinção, se constitui numa das principais ameaças às espécies. É o que mostra pesquisa realizada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “A extração da cascas da umburana, da aroeira e da quixabeira é efetuada, na maioria das vezes, com o corte total da árvore, sendo esse um dos fatores que podem contribuir para desaparecimento desses vegetais na área”, alertam os cientistas.
O estudo, publicado em dezembro pelo Ministério do Meio Ambiente, mostra que a madeira dessas plantas é também explorada para a produção de carvão, o que aumenta a pressão sobre as espécies. A umburana e a aroeira estão na lista nacional de plantas ameaçadas, publicada em 2008. A quixabeira não figura na relação, mas também corre risco de desaparecer da região, segundo a equipe, integrada por Janine Barreto Marques, Maria Regina Vasconcellos Barbosa e Maria de Fátima Agra.
O levantamento foi realizado nos municípios de Boqueirão e Cabaceiras, na microrregião paraibana do Cariri Oriental. Os pesquisadores descrevem quatro componentes na cadeia produtiva da medicina popular: o tirador de cascas, o comerciante atacadista, o vendedor das cascas das plantas e o vendedor dos remédios caseiros.
“Os tiradores de casca escolhem as plantas mais jovens, para facilitar o corte e porque têm atribuídos poderes curativos mais eficazes. Essa atividade é realizada de forma clandestina, uma vez que o material vegetal é extraído de propriedades privadas”, descreve a pesquisa.
Além de representar uma ameaça às espécies, o uso dessas árvores como remédio caseiro e carvão provoca um desequilíbrio ecológico na caatinga. É que o corte indiscriminado compromete a conservação da biodiversidade. No trabalho, os pesquisadores defendem o uso sustentável dos recursos, no lugar da exploração indiscriminada.
A equipe recomenda, em razão da exploração pela medicina popular e para fins energéticos, a elaboração de planos de manejos para as três espécies.
Pesquisas anteriores realizadas pelo grupo na mesma região mostram que 119 espécies de plantas nativas são usadas na medicina popular. A caatinga, que se estende por quase 1 milhão de quilômetros quadrados no Semiárido brasileiro, conta com 1.513 espécies, das quais 318 são endêmicas, ou seja, restritas à região.
A média da diversidade, por hectare, é de 50 espécies. Nos locais mais úmidos, a quantidade chega a 100.
(Fonte: Jornal do Commercio - Ciência e Meio Ambiente)





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