quarta-feira, 8 de junho de 2011

Agora vamos ouvir o Aldo Rebelo comentar o novo Código Florestal.


Da Redação

brasil@eband.com.br


O relator do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), rebateu diversos pontos que vêm sendo mal interpretados pela imprensa em relação ao projeto de lei.
Entrevistado no programa Canal Livre, da Band, o deputado disse que foi feito um imenso esfoço para se fazer uma legislação que protege o meio ambiente como nenhum outro país do mundo, mas que resguarda também um patrimônio importante da nação brasileira, que é a produção de alimentos.
Ele alertou que os ambientalistas não querem responder a pergunta de como alimentar 200 milhões de consumidores no Brasil: “O quilo do arroz, do frango, do feijão não faz muita diferença para a classe média alta; na receita do pobre, a mulher diz quanto foi o quilo de cada alimento”.

Lobby internacional

Rebelo esclarece que não existe a previsão de reserva legal em nenhum país europeu, nem nos Estados Unidos. “Não existe APP [Área de Proteção Permanente] no país do Greenpeace, a Holanda. Qualquer cidadão pode ver a calha dos rios holandeses e verá que a mata ciliar dos rios é de beterraba, de uva, de couve-flor – tudo menos floresta. É tudo cultivado”.
Esses países são os grandes financiadores das ONGs ambientalistas, segundo o deputado. “Usando o pretexto de defender a Amazônia, que é uma causa nobre, humana e de todos os brasileiros, esse grupo lobista, como a WWF ou o Greenpeace, que não goza de muito prestígio na Europa, é tratado quase como se fossem instituições do Estado aqui no Brasil”, defende.
O que existe, para o relator da lei, não é um problema ambiental, mas uma guerra comercial envolvendo a proteção da agricultura dos países europeus e dos Estados Unidos. “É importante nossa imagem perante o mundo, mas é importante que o Brasil seja capaz de alimentar seu povo”, podendo se transformar na maior potência alimentar do mundo, mantendo uma “legislação ambiental avançada; a mais rigorosa do mundo”.

Tramitação do projeto

Rebelo acredita que o Senado irá reproduzir o projeto aprovado na Câmara, “porque são os mesmos partidos, a mesma relação de forças. A Câmara aprovou com encaminhamento favorável de todos os grandes partidos da base do governo, da oposição, inclusive do líder do governo”.
“O que demonstra esta votação? Demonstra que há 410 ruralistas na Câmara dos Deputados? Não. Demonstra que o agricultor aceitou a mediação da maioria, curvou-se a uma proposta intermediária entre o meio ambiente e a proteção da agricultura”, concluiu o deputado.
Quanto ao suposto veto anunciado pela imprensa de que a presidente Dilma faria em alguns pontos do projeto, Rebelo rebateu: “Não vai ter veto, porque não há alternativa. Nunca vi a presidente falar em veto. Ela tem interesse em resolver a questão; tem receio muito menos do projeto e muito mais da propaganda dessas ONGs no exterior, do efeito disso no Rio +20 Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável. Há esses receios por parte dela, mas muito mais por falta de informação”.
Clique para assistir as partes finais da entrevista no CANAL LIVRE.

terça-feira, 7 de junho de 2011

População de onças na Serra da Capivara no Piauí surpreende a UnB.




Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) descobriram que a população de onças na Serra da Capivara, no Piauí, alcança 2,67 indivíduos para cada 100 km². O índice é semelhante a medições feitas na Amazônia (2,84 indivíduos para cada 100 km²) e superior aos encontrados no Cerrado (2,00 indivíduos para cada 100 km²) e na Mata Atlântica (2,22 indivíduos para cada 100 km²).
A informação muda paradigmas, pois, até aqui, se acreditava que a sequidão da caatinga dificultava o estabelecimento de populações de onças no local. “Acreditávamos que as características ambientais e climáticas da Caatinga eram pouco favoráveis às onças”, explica o biólogo Samuel Astete, autor do trabalho, que usou “armadilhas” fotográficas para flagrar o maior predador das Américas.
O professor Jader Marinho, orientador da pesquisa, explica que a descoberta é uma boa notícia: “A presença de onças é um indicador de que há uma região tão rica e bem conservada a ponto de manter uma população densa de um predador característico de áreas úmidas e com recursos abundantes”. A reportagem completa sobre o aparecimento de onças na caatinga está no dossiê da 6° edição da revista Darcy, da Universidade de Brasília. (Fonte: 180graus.com) - (Foto: Território Animal).


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mais proteção para a caatinga. O CERBCAA/PE participou dos estudos.


Estado vai criar 13 novas unidades de conservação, aumentando
área de reserva do bioma exclusivo do Brasil. (Foto Chapada do Araripe - Setur)

Apenas 0,7 da caatinga, em Pernambuco, está protegida. Aumentar esse percentual para 3,8% é o que propõe a Secrataria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que concluiu na última sexta-feira (03.06) uma lista com 13 novas unidades de conservação, totalizando 270 mil hectare. O número ainda está longe do indicado pelos cientistas, que recomendam a proteção de 10% de ada bioma, mas não deixa de ser uma notícia animadora na Semana do Meio Ambiente.
Há quatro unidades de conservação federais no Estado, que totalizam 68,4 mil hectares. "Com a criação de mais 13, ainda não alcançaremos a meta de 10%, mas a área protegida será quatro vezes maior", detalha o superintendente técnico da Semas, Leslie Tavares.
As existentes são a Floresta Nacional Negreiros (3 mil hectares), Rserva Biológica Serra Ngra (1,1 mil hectares), Parque Nacional do Vale do Catimbau (62,3 mil hectares) e a APA Chapada do Araipe (2 mil hectares). A escolha das 13 áreas foi feita por um grupo de trabalho composto por órgãos federais e estaduais e o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga - CERBCAA/PE. O encontro realizado no dia 03 de junho foi o quarto articulado pela Semas.A Secretaria havia anunciado, mês passado a criação de um regúgio de Vida Silvestre, em Serra Talhada, na Fazenda Saco, com 300 hectares. As 12 outras serão em Carnaíbas, Afrânio, Parnamirim, São Caetano, Exu, Floresta, entre Triunfo e Flores , Mirandiba, Itacuruba, Lagoa Grande, Cabrobó e Serrita. 
O valor de 270 mil hgectares, explica o biólogo, se baseia no cruzamento de mapas existentes com estudos que identificaram  áreas prioritárias para conservação da caatinga feitos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o governo do Estado, em parceria com ONGs e universidades.
O próximo passo será a contratação de estudos para dimensionar e localizar as áreas a serem protegidas. " É necessário fazer o levantamento dos limites, da biodiversidade, do estado de conservação e das ameaças", detalha Leslie.
Leia mais em: Governo estuda implantar 13 unidades de conservação na caatinga


domingo, 5 de junho de 2011

Biogás reduz consumo de lenha na caatinga.

A experiência, implantada em dois municípios, tem poupado a caatinga - único bioma exclusivamente brasileiro - e contribuído para reduzir o aquecimento global

Família de agricultores de Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, transformam estrume em gás para ser usado na cozinha, por meio de um biodigestor.
Gilmar Galdino Genezio abastece o bio digestor com as fezes do gado.
O vídeo acima mostra as principais etapas de funcionamento do biodigestor da propriedade de Seu Gil e Dona Maria da Paz, em Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, a 386 quilômetros do Recife. O equipamento transforma o esterco do gado em biogás. Na região, há oito experiências do tipo. A principal vantagem é a redução do desmatamento da caatinga, uma vez que a lenha ainda abastece muitos fogões da região. Em tempo: a caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, não tem a mesma proteção legal da Mata Atlântica, Amazônia e Pantanal. E, como a ciência tem revelado, é também rica em biodiversidade e serviços ambientais. As outras vantagens são a economia com o gás de cozinha (algumas casas já deixaram de usar fogão à lenha), o reaproveitamento de resíduos e a geração de adubo orgânico.
(Fonte: Blog Ciência e Meio Ambiente)

Biogás substitui lenha no Sertão


Uma tecnologia que transforma esterco em biogás está reduzindo o consumo de lenha e gás de cozinha no Sertão de Pernambuco. A experiência, implantada em dois municípios, tem poupado a caatinga – único bioma exclusivamente brasileiro – e contribuído para reduzir o aquecimento global. Uma boa notícia no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado neste domingo em todo o planeta.

A agricultora Maria José Moraes Nobre, 44 anos, moradora da localidade Santo Antônio 2, em Afogados da Ingazeira, a 386 quilômetros do Recife, enumera outras vantagens do biodigestor. “Quando cozinhava com lenha era uma fumaceira só. E sair de casa na chuva para cortar lenha, então, era horrível”, recorda. Agora as panelas da casa estão todas limpas, não têm mais tisne. “E me livrei da fuligem na casa, nas roupas do varal, no teto”, descreve.
Ela e o marido, o agricultor Geraldo Nobre Cavalcanti, coletam todas as manhãs cerca de 15 quilos de esterco. As fezes são eliminadas pelos seis bodes e cabras, dez ovelhas e carneiros e sete bois e vacas que criam no sítio, de cinco hectares. No biodigestor, o estrume é misturado à água, na proporção meio a meio. “Agora só uso a caatinga para fazer cerca”, garante Geraldo. Com o resíduo do equipamento, ele aduba a horta e as plantações de milho e feijão.
A família de Maria José é uma das três de Afogados da Ingazeira que passaram a abastecer o fogão com o biogás gerado pelo equipamento. Outra é a de Gilmar Galdino Genésio e Maria da Paz. Na casa deles, também em Santo Antônio 2, o consumo mensal era de um botijão de 13 quilos de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). “Depois do biodigestor, deixei de comprar gás. Nem botijão eu tenho mais em casa. Ganhei mais espaço na cozinha e, principalmente, tenho uma despesa a menos”, assegura Maria da Paz. A economia por mês é de R$ 38 reais (preço médio de um botijão).
A produtividade do pomar e da horta do sítio, na opinião de Gilmar, aumentou com o uso do adubo tratado. Antes ele usava o esterco natural. “Agora ponho o adubo orgânico, que é sólido, na raiz e o líquido nas folhas. Quando é hortaliça as folhas ficam mais verdes e maiores. As frutas também estão mais graúdas”, avalia.
Além da plantação, o casal tem sete cabeças de gado bovino, 11 de ovino e 50 de suíno na propriedade, de 14 hectares. Gilmar não recolhe esterco todo dia. “Meus três filhos casaram. Sozinho ficou mais difícil dar conta de tudo. Junto o estrume dia sim, dia não. E não tem faltado gás no fogão.”
O gás é transferido do biodigestor, que fica nos fundos da casa, para a cozinha por um cano embutido. As bocas do fogão são adaptadas. “Como a pressão do biogás é menor do que a do GLP, é preciso fazer um furo com uma broca de 1,5 milímetro, para aumentar o orifício do injetor, garantindo a intensidade da chama”, ensina o técnico agrícola Jucier Jorge Silva, da ONG Diaconia.
Oito biodigestores estão em funcionamento, três em Afogados da Ingazeira e cinco em Quixaba. Os equipamentos foram construídos pela ONG Diaconia, formada por 11 instituições evangélicas, com recursos do Projeto Dom Helder Câmara, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e financiado pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrário (Fida).
O custo aproximado de um biodigestor é R$ 1,8 mil, incluindo material e mão-de-obra. Um pedreiro e um servente levam, em média, cinco dias para construir o equipamento. O item mais caro é a caixa-d’água de fibra de vidro com 3 mil litros, que custa R$ 750. “Com a assistência técnica nos primeiros meses, esse valor alcança cerca de R$ 2.300”, avalia o coordenador de Mobilização de Recursos e Comunicação da Diaconia, Joseilton Evangelista.
O equipamento se baseia na decomposição anaeróbica (na ausência de oxigênio) de biomassa. Pode ser usado esterco de qualquer animal, mas o de gado bovino tem se mostrado o mais prático nas pequenas propriedades rurais. “É fácil de coletar porque, para a ordenha, o gado é reunido no curral”, esclarece o engenheiro agrônomo Luís Claudio Mattos, especialista em Incentivos Ambientais do Projeto Dom Helder Câmara. (Fonte: JC - 05.06.11)



quinta-feira, 2 de junho de 2011

Projeto ameniza impactos ambientais durante obras de transposição do Rio São Francisco.


Os animais que vivem na área onde estão sendo feitas as obras de transposição do Rio São Francisco ganharam um novo abrigo até que possam voltar para a natureza. O projeto foi criado para amenizar os impactos ambientais.

Frutas cultivadas no vale do São Francisco ganham mercado fora do país.



Lagoa Grande (PE), Jaíba (MG) e Casa Nova (BA) – O Rio São Francisco, “sangue que corre no corpo da terra”, como definiram Geraldo Azevedo e Clóvis Nunes na música Opara, muda a paisagem do semiárido do vale. Terras castigadas pelo sol se transformam em uma espécie de oásis da fruticultura e do vinho de boa qualidade, que cria empregos para famílias carentes e começa a fazer diferença nas exportações brasileiras. A irrigação garante a produtores de Pernambuco e da Bahia safras de uvas apreciadas fora do Brasil. A água levada em canais até o Norte de Minas, numa espécie de minitransposição, também abre caminho para que a manga e o limão conquistem mercados na Europa.

Saiba mais...

Febre dos produtos asiáticos se espalha e chega ao São Francisco Artesanato, pesca e agricultura ainda garantem sustento a famílias ribeirinhas Investigação do TCU e revitalização do Velho Chico estão no caminho da transposição
A importância do São Francisco para a fruticultura e a produção de vinhos no país é o tema da quarta parte da série de reportagens publicada desde domingo pelo Estado de Minas sobre a economia ao longo do rio. No Norte de Minas, a engenharia que permitiu irrigação na região começou com o projeto Jaíba, implantado na década de 1970 na cidade de mesmo nome. Hoje, a fruticultura na área é garantida por 600 quilômetros de canais que levam a água do rio a centenas de produtores, sobretudo de limão, manga e banana. Duas das quatro etapas do Jaíba já foram implantadas pela parceria União e estado. “Apenas a primeira etapa (25 mil hectares) produz 150 mil toneladas de frutas, das quais 28 mil são de limão. Desses, 60% vão para o exterior”, relata Dimas Rodrigues, superintendente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) no estado.
O produtor Darcy da Silveira Glória começou a exportar limão para a Inglaterra há dois meses. Desde 2009, ele vende manga para Portugal e Espanha. Outros produtores mandam as frutas para a Holanda, de onde são distribuídas para países europeus. “O Velho Chico é a vida desta região, mas com potencial para alavancar a economia do país”, acredita Darcy, dono de 7 mil pés de manga e 9 mil de limão. Para desfrutar do serviço de irrigação vindo do rio, ele e os demais produtores desembolsam R$ 35 por metro cúbico de água retirada do São Francisco pelo canal. Atualmente, o Jaíba garante emprego a 40 mil pessoas.
O colhedor de mangas Selmo Lucas Miranda, de 19 anos, é um deles. Ele começou a trabalhar, no feriado de 1º de maio, quando um caminhão chegou à propriedade de Darcy da Silveira Glória para levar o produto para outras cidades mineiras. “Boa parte das famílias da região deve tudo à fruticultura”, diz Selmo, que recebe R$ 25 por dia. As frutas colhidas em todo o vale ajudaram o país a registrar, de 2006 a 2010, aumento de 25% na exportação nacional do setor, de US$ 700 milhões para US$ 875 milhões.

Clima favorável

Em casa nova (BA), maria aparecida bispo colhe uvas que são usadas no brasil na fabricação de vinhos e vendidas para o exterior principalmente para consumo in natura:
Em casa nova (BA), maria aparecida bispo colhe uvas que são usadas no brasil na fabricação de vinhos e vendidas para o exterior principalmente para consumo in natura: "é o que garante nosso emprego"
No sertão de Pernambuco e da Bahia, o carro-chefe da fruticultura é a uva. Para ter ideia do que o rio representa para essa cultura, basta recorrer a a estatística do governo federal: 99% das uvas exportadas pelo Brasil são cultivadas no vale, sobretudo em Petrolina, onde a produção anual chega a 250 mil toneladas, e nas vizinhas Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. O sucesso da fruta é explicado pelas condições climáticas da região, com pouca chuva e sol forte, combinação que estimula as parreiras a produzirem duas safras por ano.
A fartura de uva fomentou outro mercado, o de vinho. As vitivinícolas da região, segundo a Codevasf, respondem por 15% do mercado nacional. A produção anual é de 7 milhões de litros de vinho e deve alcançar os 20 milhões até 2014. Só a Ouro Verde, em Casa Nova, a 30 quilômetros de Petrolina, pretende dobrar a produção até 2020. “Nossa meta é fabricar, daqui a nove anos, 5 milhões de litros”, planeja Rafael Loura, coordenador de Enoturismo da Ouro Verde. Parte da produção é enviada para Inglaterra, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Canadá e França. O aumento da demanda, acredita Rafael, vai abrir mais postos de emprego na vinícola. Hoje, 160 pessoas trabalham na colheita da uva, na fabricação do vinho e em serviços administrativos.
“A uva e o vinho garantem nosso emprego”, diz Maria Aparecida Martins Bispo, de 23, que colhe uvas há sete meses em Casa Nova. Centenas de outros jovens aproveitam a fama da uva e ocupam as margens das rodovias para vender caixas do fruto por R$ 5. Como nas palavras de Geraldo Azevedo, que acaba de lançar o CD e DVD Salve São Francisco, o “Velho Chico traz o verde à caatinga”.
(Fonte: Estado de Minas - Paulo Henrique Lobato
 Distrito de Irrigação Senador Nilo Coelho - CODEVASF - Petrolina (PE)

(Por Leciane Lima)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Santuários de caatinga.Estado, que é um dos que mais maltratam, terá novas reservas. Lista ainda será fechada.

Estado é um dos que mais maltratam a caatinga
(Foto: MMA)


Por: Jailson da Paz


Pernambuco, terceiro lugar no ranking dos estados que mais desmatam a caatinga, deve ganhar novas unidades de conservação desse bioma. A lista das futuras reservas ainda não está fechada, mas existe consenso entre pesquisadores, ambientalistas e o governo do estado quanto a alguns lugares. A princípio seriam criadas, ao menos, mais cinco reservas estaduais. A única em processo de implementação é a Fazenda Saco, em Serra Talhada, no Sertão do Pajeú.
Na lista de possíveis reservas, quatro ficariam no Sertão e uma no Agreste, no caso a Pedra do Cachorro, em São Caetano. O Comitê Estadual da Caatinga propõe a unidade Brejo da Princesa, nos municípios de Triunfo e Flores. Ela mediria 500 hectares, no mínimo. Floresta ganharia a reserva da Serra da Canoa. Serrita e Parnamirim, a reserva de Negreiros. A Serra da Chapada também deve ser incluída no projeto. Com cerca de 30 km2, se distribui entre os municípios de Mirandiba, São José do Belmonte e Serra Talhada.
A pretensão dos estudiosos é preservar a caatinga em sua diversidade. Em Triunfo, por exemplo, o bioma inclui espécies típicas da Mata Atlântica, diferenciando-se do espaço em Afrânio, onde a fauna tem grandes carnívoros. Por trás do projeto, está a preocupação com a fauna e a flora e também com as mudanças climáticas. O Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe) aponta o aumento da temperatura e dos períodos sem chuva. De 1963 a 2008, o índice pluviométrico do Sertão do Pajeú caiu 8,3 milímetros por ano. Nos sertões do Araripe e do São Francisco, a queda foi, respectivamente, de 10,1 milímetros e de 4,2 milímetros.

Conservação

Os critérios para se priorizar e montar um cronograma de criação e implementação das unidades já foram discutidos. Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, a proposta fortalece o trabalho em rede. Entre os critérios foram incluídos o estado de conservação das áreas e a raridade da fauna e da flora. Pernambuco já perdeu mais da metade de sua caatinga.
Segundo levantamento do Ministério do Meio Ambiente, nos últimos anos, os municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, Petrolina e Pedra tiveram as maiores perdas. A madeira teve como um dos principais destinos o polo gesseiro do Araripe, no Sertão pernambucano.
Os cinco lugares apontados como consenso entre estudiosos e ambientalistas coincidem com as áreas de conservação propostas pelo estado. A Secretaria de Meio de Ambiente sugere estudos nas regiões de Itaparica, Araripe, Moxotó e do São Francisco, envolvendo dez municípios. Na relação, Exu, Afrânio, Cabrobó e Ibimirim. As escolhas têm o apoio do Ministério do Meio Ambiente. “É preciso se agir rápido para se combater o ritmo acelerado de desmatamento da caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro”, defende o coordenador do Núcleo Bioma Caatinga do ministério, João Arthur Soccal Seyffarth.

SAIBA MAIS

Caatinga em Pernambuco

81,141 km²
82,67% do território estadual
41,159 km² desmatados até 2002
2,204 km2 desmatados entre 2002 e 2008
53,44% da caatinga do estado já foram derrubados
3º lugar no ranking de desmatamento no Nordeste, perdendo para Bahia e Ceará
4 municípios pernambucana se destacam na derrubada da caatinga: Serra Talhada, São Joaquim do Belmonte, Petrolina e Pedra.

(Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Diário de Pernambuco)


A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...