sexta-feira, 10 de abril de 2009

Bioma pode perder 500 hectares de caatinga em Pernambuco

Projeto enviado à Assembleia Legislativa autoriza desmatamento de área para
viabilizar execução da obra de transposição. Ambientalistas levarão caso ao MPF (Foto: Amarribo)
No mês em que se comemora o Dia Nacional da Caatinga, o bioma está ameaçado de perder 516,09 hectares. É que o governo do Estado enviou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) projeto de lei que autoriza o desmatamento da área para as obras de transposição do São Francisco. Entidades ambientalistas divulgaram ontem carta de protesto e adiantam que segunda-feira formulam denúncia ao Ministério Público Federal.
“O governo de Pernambuco, além de estar em confronto com a vasta legislação protetiva ao bioma, e não ter submetido a matéria ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), está dando um péssimo exemplo”, ressalta Alexandre Araújo, coordenador executivo da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).
A votação pela Comissão de Constituição e Justiça da Alepe será na próxima terça-feira (14.04).
De acordo com o projeto de lei, de número 1005/2009, a supressão da caatinga é necessária para obras dos eixos norte e leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. O desmatamento se concentrará nos municípios de Cabrobó, Salgueiro e Floresta.
O texto determina que o corte da vegetação apenas poderá ser feito quando concluído o processo de licenciamento pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O governo do Estado também prevê que o desmatamento seja compensado com o reflorestamento ou recuperação da caatinga em área de igual extensão.
DIA DA CAATINGA
O Dia Nacional da Caatinga é comemorado em 28 de abril. A data foi instituída por decreto presidencial, em 2003, por iniciativa do Ministério do Meio Ambiente. Trata-se da data de nascimento do ecólogo pernambucano Vasconcelos sobrinho (1908-1989). A homenagem é um reconhecimento à dedicação dele ao estudo não só da caatinga, mas também da desertificação, processo de empobrecimento do solo em regiões semiáridas.
“O decreto foi uma sugestão da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) e da Aspan”, lembra Araújo. Segundo ele, a caatinga ocupa 1,1 milhão de quilômetros quadrados e abriga 24 milhões de habitantes. É o único bioma exclusivamente brasileiro e se constitui numa Reserva da Biosfera, instrumento da ONU para a proteção de ambientes naturais.
Vasconcelos Sobrinho nasceu no dia 28 de abril de 1908, em Moreno, e faleceu em 4 de maio de 1989, no Recife. Criou o Jardim Zoobotânico de Dois Irmãos, atual Parque de Dois Irmãos.
(Fonte: Jornal do Commercio - Ciência e Meio Ambiente, 10.04.2009)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O sertão está cada vez mais seco




O aquecimento global ameaça transformar parte do país em um deserto. Moradores das áreas semi-áridas do Nordeste afirmam que têm sentido mais calor do que o normal nos últimos anos.
(Fonte: Vozes do Clima - Fantástico - 05.04.2009)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

XIV Reunião Ordinária do Comitê da Caatinga será na UFPE na próxima 4ª feira, dia 08 de abril.


PAUTA DA XIV REUNIÃO ORDINÁRIA


Data: 08 de abril de 2009 (quarta-feira)
Horário: 9h às 13h
Local: Sala de Aula Prática - Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal Dept. Botânica – CCB -Centro de Ciências Biológicas
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco.

Assuntos

1. Abertura: Elcio Barros – Coordenador do CERBCAA/PE;
2. Leitura da Ata da XIII Reunião Ordinária – Marcelo Luiz C. Teixeira - Sec. Executivo;
3. Informes – Participantes;
4. Palestra: Atividades do Núcleo Caatinga do MMA – João Artur Seyffarth, Biólogo e Mestre em Ecologia – Coordenador do Núcleo do Bioma Caatinga da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA);
5. Avaliação dos Seminários sobre Criação de RPPNs;
6. Eleição do Vice-coordenador do CERBCAA-PE;
7. Comemoração do dia Nacional da Caatinga;
08 – Encaminhamentos;
09. Encerramento.

Elcio Barros
Coordenador do CERBCAA/PE

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Oficina da Sectma aponta problemas ambientais no Sertão Pernambucano

Desertificação é uma das grandes preocupações mundiais
(Foto CiênciaHoje)

Excesso de desmatamento, fiscalização insuficiente, práticas agrícolas não sustentáveis e a gestão deficiente de recursos hídricos. Esses são alguns dos principais problemas que atingem o meio ambiente no Sertão Central e na região do Araripe de Pernambuco, apontados pelos participantes da oficina de construção do Programa Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE-PE) realizada de 30/03 a 01/04, em Salgueiro.
No encontro, o primeiro de cinco que a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco (Sectma) está organizando para todo o Estado, estiveram presentes técnicos da Sectma, membros da sociedade civil organizada, representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) e de setores produtivos de 19 municípios do Sertão Central e Sertão do Araripe.
Todos os dados constarão do PAE-PE e acompanharão uma série de ações que serão indicadas como solução para a preservação ambiental e o combate ao crescimento do processo de desertificação no Estado.
Segundo o secretário executivo de Meio Ambiente da Sectma, Aloysio Costa Júnior, o acentuado processo erosivo do solo e a grande quantidade de resíduos sólidos também foram apontados como graves problemas que atingem a região. O empobrecimento do solo é provocado tanto pela erosão eólica quanto pelo desmatamento. Isso é grave, uma vez que o solo empobrecido passa a ser impróprio para a produção de alimentos, disse.
Aloysio destacou a importância de algumas ações que já vem sendo desenvolvidas pelo Estado, a exemplo da revisão da política florestal, do fortalecimento e da interiorização da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), da contratação de 27 engenheiros florestais pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), da revisão e atualização do Plano Estadual de Recursos Hídricos e do estudo de novas tecnologias para a matriz energética da região.
Essas não são ações exclusivas da Sectma. Também não são ações exclusivas da CPRH ou da Secretaria de Recursos Hídricos. Daí a importância do trabalho sistêmico envolvendo todos os órgãos e secretarias responsáveis pela proteção do meio ambiente e dos constantes debates com a sociedade, destacou Costa Júnior.
Está sendo criado um hot site (pequeno site planejado para apresentar e destacar uma ação específica) que conterá informações sobre essa oficina e as próximas. Esse hot site estará linkado ao site da Sectma, e os participantes poderão baixar os documentos em formato pdf, destacou a coordenadora técnica do PAE-PE, Edneida Cavalcanti.
As próximas oficinas acontecerão nos municípios de Petrolina (14, 15 e 16/04), Triunfo (28, 29 e 30/04), Garanhuns (05, 06 e 07/05) e Taquaritinga do Norte (12, 13 e 14/05). Ao todo participarão das oficinas 118 cidades da região do Agreste e Sertão do Estado. Ao término do ciclo de oficinas, a Sectma terá em mãos um diagnóstico do processo de desertificação no Estado para que possa traçar que outras ações deverão ser desenvolvidas.
Fonte: JusBrasil

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Para preservar a caatinga, Ibama/PE destrói fornos e CPRH fiscaliza carvoarias no São Francisco

Fornos em profusão: carvão ilegal é produzido em pelo menos 24
cidades de três estados e alimenta um fluxo mensal de 3 mil
caminhões. (Foto: arquivo EcoDebate)


Trinta e dois fornos que transformavam em lenha a vegetação da caatinga estão desativados por determinação da Polícia Militar e do Ibama. A destruição ocorreu há semana passada, durante operação coordenada pelo Ministério Público de Pernambuco, nas ilhas do Rio São Francisco, no Sertão de Pernambuco.
A ação, realizada segunda, terça e quarta, em Belém de São Francisco, a 455 quilômetros do Recife, resultou, ainda, em R$ 250 mil de multas e nove autos de infração aplicados. Os fiscais e policiais apreenderam 35 toneladas de carvão, dez motosserras, um caminhão, uma balsa e 300 estacas de sabiá – espécie nativa da caatinga – extraídas de área de preservação permanente.
Os autos de infração são relativos à falta de licença ambiental para a produção de carvão, transporte ilegal de produtos florestais e uso de motosserra sem registro. O coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, André Silvani, explica que o promotor Sergio Gadelha Souto tem realizado inspeções nas ilhas desde o ano passado. “Por isso coordenamos ação conjunta de combate ao desmatamento e fabricação de lenha ilegais”, explica.
As ilhas são consideradas áreas de preservação permanente, protegidas por legislação federal. “O desmatamento ocorrido nesses locais tem sido identificado por imagens de satélite pelo Ibama”, conta.
Segundo o chefe da fiscalização do Ibama em Pernambuco, Leslie Tavares, o trabalho identificou a migração da produção ilegal de carvão da região de Custódia para as Ilhas do São Francisco, após a operação realizada naquela região em setembro de 2008.
A produção de fornos sem licença ambiental foi organizada pela empresa Padre Cícero, que está sob investigação, e cuja produção era vendida para as siderúrgicas de Minas Gerais e Espírito Santo. O desmatamento indiscriminado da caatinga vem sendo a principal causa de desertificação de 15 milhões de hectares no Nordeste, diz Silvani.
A Polícia Militar disponibilizou 16 homens para o trabalho. “São áreas desapropriadas pelo governo federal para a inundação da barragem de Itaparica, mas os posseiros permanecem no local”, explica o capitão Cristiano Demétrius Pacífico, que acompanhou o trabalho.
Fonte: Jornal do Commercio, 28.03.2009 – Ciência e Meio Ambiente

segunda-feira, 30 de março de 2009

Comitê realizou em Caruaru o III Seminário de RPPNS
















Rodrigo Castro e Elcio Barros falaram sobre RPPNS
O Centro de Estudos, Pesquisa e Assessoria em Administração e Municipal, em Caruaru (PE), sediou, no dia 18 de março, o “III Seminário sobre a Criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPNs”. De acordo com o coordenador do Comitê Estadual da Reserva da Caatinga de Pernambuco, Élcio Barros, o encontro teve como objetivo socializar os procedimentos para a criação de uma reserva ambiental e discutir sua importância para conservação da diversidade biológica. A ação foi promovida numa parceria com a prefeitura de Caruaru e o Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA.
As RPPNs são unidades de conservação criadas a partir de iniciativa do próprio dono da propriedade. Além de contribuírem para a preservação do bioma Caatinga, por exemplo, que, hoje, em Pernambuco, tem apenas 1% da sua totalidade protegida por unidades de conservação, os proprietários ficam isentos de pagamento do Imposto Territorial Rural - ITR. Além disso, ganham prioridade na análise de solicitações relacionadas a crédito agrícola.
Os palestrantes do Seminário foram Elcio Alves Barros, Coordenador do CERBCAA/PE, Ricardo Souza Leão - Presidente da Associação de RPPNS de Pernambuco e Rodrigo de Castro - Federação de Proprietários de RPPNS.
O evento contou com a participação de Marcelo Teixeira, Sec.Exec. do CERBCAA/PE, Ministério Público Estadual, Prefeitos, Secretários de Agricultura, proprietário da RPPN Pedra do Cachorro, estudantes, ONGS e proprietários de áreas rural.

sábado, 28 de março de 2009

CPRH reconhece reserva natural em área urbana de Gravatá

Foto: RPPN - IMA

Distante 85 km do Recife, uma parte da antiga Fazenda São José e Caroá, na região serrana de Gravatá, recebeu a titulação de RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural. Em termos práticos, isso significa que a área, de 101.58 ha, será especialmente protegida por ser considerada de grande importância por sua biodiversidade e aspecto paisagístico, como parte dos recursos naturais do Estado.
A titulação fez parte da programação da Semana da Água, promovida pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - CPRH, e ocorre quatro meses após a vistoria de técnicos da agência à área, que atestaram a procedência do pedido do proprietário, sr. Felipe Lucas Barros e Silva, protocolado em outubro de 2007. “É um evento importante para a cidade, resultado de uma preocupação que deveria ser de todos: a conservação do ambiente”, diz o proprietário.
Localizada na microrregião do Vale do Ipojuca, a RPPN ganhou o nome de Karawa-tã e apresenta relevo ondulado com afloramentos rochosos e riachos intermitentes. Após levantamento de campo sobre indivíduos representativos da fauna e da flora da propriedade, foram catalogadas espécies como juazeiro, algaroba, aroeira, baraúna e angico, dentre outras espécies da região. Na propriedade foi registrada ainda a ocorrência de mamíferos como raposa, tatu e guará (cachorro-do-mato), além de répteis e aves próprias do bioma caatinga.
Esta é a segunda RPPN estadual de bioma caatinga titulada pela CPRH - a primeira foi a RPPN Pedra do Cachorro, no município de São Caetano, em 2002. A nova reserva, no entanto, é seis vezes maior e está localizada a 200m da BR- 232, próximo à área urbana de Gravatá. Ela faz parte do complexo eco-turístico de Karawa-tã, empreendimento que espera recursos para ser implantado: nos 106 ha ao lado da reserva. Serão construídos chalés, parque aquático, pista para off-road e até um teleférico.
A RPPN compõe o projeto paisagístico do complexo e o proprietário prevê a instalação de trilhas ecológicas para aproveitamento de cunho recreativo e educacional. Esses projetos, no entanto, devem constar do Plano de Utilização da Reserva, que é uma das obrigações do proprietário na gestão da unidade de conservação. A implementação dos projetos e os usos pretendidos são submetidos à aprovação da CPRH.
Em breve a área titulada será sinalizada com placas, nas vias de acesso e nos limites da área, advertindo terceiros quanto à proibição de desmatamentos, queimadas, caça, pesca, apanha, captura de animais e quaisquer outros atos que afetem ou possam afetar o meio ambiente. O proprietário da RPPN deverá encaminhar, anualmente, à CPRH, um relatório de situação da reserva e das atividades nela desenvolvidas, sob pena de revogação da Portaria de Reconhecimento.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...