sábado, 4 de julho de 2009

Na terra do Sol

Caatinga: muita luz chega ao solo (Foto: Fernando Rosas)

Plantas da Caatinga não sofrem os distúrbios causados por desmatamento conhecidos como efeitos de borda. André de Melo Santos, da Universidade Federal de Pernambuco, e Bráulio Almeida Santos, da Universidad Nacional Autónoma de México, compararam o tamanho, a densidade e as espécies de arbustos adultos entre zonas na borda e no interior de um trecho de Caatinga no planalto de Borborema na Paraíba. Não encontraram diferenças. Em florestas fechadas o interior da mata é muito diferente da borda em termos de umidade e incidência de luz. Já na Caatinga a luz do sol passa à vontade por entre os galhos dos arbustos espinhudos, os cactos e as bromélias. E a (pouca) água disponível não varia. O resultado ajuda a orientar a preservação do ecossistema: na Caatinga corredores estreitos já podem manter o trânsito de espécies animais e vegetais entre trechos separados por desmatamento (Acta Botanica Brasilica).

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Apoio aos agricultores da Caatinga e do Cerrado

O prazo de inscrição para os empreendimentos interessados em participar da IV Sala Caatinga Cerrado foi prorrogado para até dia 20 de julho de 2009 (segunda-feira).
A 4ª Edição da Sala Caatinga Cerrado, apoiada pelo Ministério da Integração Nacional, seleciona até o dia 20 de julho empreendimentos da agricultura familiar. A Sala Caatinga Cerrado acontecerá durante a ExpoSustentat 2009, entre os dias 28 e 30 de outubro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Os participantes devem preencher um questionário que está disponível no site http://www.caatingacerrado.com.br/ e encaminhá-lo para o endereço articulacao@caatingacerrado.com.br. Está prevista a seleção de 24 empreendimentos, sendo 16 da Caatinga e 8 do Cerrado.

A Iniciativa Caatinga Cerrado – Comunidades EcoProdutivas é um espaço de articulação das redes e empreendimentos da agricultura familiar para a promoção e comercialização de produtos da sociobiodiversidade. Tem por objetivo qualificar e potencializar os processos de comercialização das organizações da Agricultura Familiar da Caatinga e do Cerrado em Mercados Diferenciados.
A Sala consiste em um estande coletivo realizado em feiras e eventos comerciais. Neste espaço, empreendimentos e redes da Iniciativa Caatinga Cerrado apresentam seus produtos e seus projetos visando à construção de parcerias e a realização de negócios.
Para 2009, na sua 4ª edição, a Sala Caatinga Cerrado pretende se consolidar como um espaço de negócios para viabilização dos empreendimentos e fortalecimento das redes que compõem o projeto.
A ExpoSustentat é uma feira de bens e serviços voltados para o mercado sustentável. Acontece paralelamente à BioFach América Latina – princi pal evento de agricultura orgânica internacional da América Latina e pretende expor organizações e produtos que têm na sua filosofia o conceito da sustentabilidade.

(Fonte:24HorasNews - Notícias 24 Horas www.24horasnews.com.br)

domingo, 28 de junho de 2009

Saída para a caatinga é o umbuzeiro

Umbuzeiro a árvore sagrada

Reflorestamento compreende o Sertão de Pernambuco e da Bahia,
que já receberam quatro mil plantas enxertadas. Frutos serão colhidos em até 20 anos

Uma caderneta de poupança. É assim que o agrônomo Francisco Pinheiro, da Embrapa Semi-Árido, define o reflorestamento da caatinga com umbuzeiros, iniciado em outubro no Sertão de Pernambuco e da Bahia. “Os frutos os agricultores só vão colher daqui a 15, 20 anos, mas serão bem grandes”, explica o pesquisador.
Das cinco mil mudas produzidas na unidade de pesquisa para o projeto, quatro mil já foram plantadas. São pés de umbu enxertados. A técnica, uma espécie de clonagem, permite a transferência para a planta base de características de um exemplar resultante de melhoramento genético convencional.
No caso do umbu utilizado para a produção das mudas enxertadas pela Embrapa Semi-Árido, com sede em Petrolina, o maior peso é a principal característica desejada. Enquanto um fruto de um umbuzeiro nativo pesa 18 gramas, o de um enxertado alcança 75 gramas. Ou seja, quatro vezes mais.
O trabalho começou em dois municípios pernambucanos – Ouricuri e Petrolina – e três baianos – Juazeiro, Uauá e Curaçá. “Agora, estamos ampliando para Afrânio e Dormentes, em Pernambuco, e Canudos e Caraíbas, na Bahia”, anuncia o coordenador do projeto, o engenheiro agrônomo Francisco Pinheiro.
O pesquisador destaca que o plantio é um tipo de enriquecimento da caatinga. “Não desmatamos nada. Apenas abrimos uma trilha e adensamos com mudas de umbuzeiro”, esclarece. A densidade, na vegetação nativa, é de três a nove plantas por hectare. Com a intervenção da Embrapa Semi-Árido, sobe para 50.
O espaçamento utilizado, isto é, a distância entre as mudas, é de 10 metros. O plantio, recomenda Pinheiro, deve ser feito no início do período chuvoso, com índice pluviométrico de, no mínimo, 30 milímetros. Para garantir uma maior capacidade de armazenamento de água no solo, é cavada uma espécie de bacia ao redor das covas. A área é coberta com bagaço de cana de açúcar, reduzindo a evaporação.
O projeto beneficia os agricultores familiares. Segundo Pinheiro, o umbuzeiro foi escolhido por ser um fruto muito consumido na região. “É uma questão de segurança alimentar. Ou seja, os produtores que têm acesso à fruta terão parte das suas necessidades nutricionais atendida”, afirma. Além disso, o projeto destaca o cultivo como uma fonte de renda alternativa.
Para garantir que os animais não destruam as mudas, o projeto prevê a doação de 500 metros de arame para o cercamento da área plantada. Do contrário, explica o pesquisador, o rebanho caprino destruiria os umbuzeiros antes que eles crescessem.
Nos testes de campo, a Embrapa Semi-Árido conseguiu um índice de 97% de sobrevivência das plantas, em área cercada. A análise foi feita um ano e meio após o plantio. Na experiência, a equipe de pesquisadores verificou também que não havia necessidade de desmatamento para realizar o plantio.
Conhecido pelos cientistas como Spondias tuberosa, o umbuzeiro desenvolveu estratégias de adaptação ao clima semiárido. Nas horas mais quentes do dia, por exemplo, fecha os estômatos, que são os poros das folhas.
Durante a estação seca, que se prolonga de junho a novembro na região, perde as folhas. É a chamada estivação. Outra característica, também comum às demais plantas da caatinga, é o armazenamento de água e nutrientes nas raízes, permitindo a sobrevivência na estiagem.
(Fonte: Jornal do Commercio - Verônica Falcão)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Ongs cobram ações imediatas do governo para enfrentar mudanças climáticas


Organizações não governamentais ambientalistas ligadas a questões climáticas vão apresentar um manifesto cobrando ações imediatas do governo para reduzir as emissões brasileiras de gases de efeito estufa e garantir resultados na negociação global sobre um novo acordo para complementar o Protocolo de Quioto, marcada para dezembro em Copenhague, na Dinamarca. O grupo, batizado de Observatório do Clima, organiza hoje um debate com representantes do governo, do Congresso Nacional e da sociedade civil para discutir os instrumentos adotados pelo Brasil para enfrentar as mudanças climáticas e o andamento da negociação internacional que deverá ser concluída em Copenhague. Entre as reivindicações está a implementação de medidas efetivas do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, inclusive com a definição de metas de redução para o desmatamento de biomas como o cerrado e a caatinga. A versão atual do plano só prevê metas para a Amazônia.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Dia Mundial de Combate à Desertificação

O efeito da desertificação na região de Gilbués,
a 797 km ao sul de Teresina (PI), é devastador. São 769.400 hectares de
processo acelerado de erosão (Fonte: SOS Rios do Brasil)

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o Nordeste pode perder um terço de sua economia com o aumento da temperatura até o fim do século. O momento é de investir em alternativas sustentáveis de desenvolvimento, no gerenciamento dos recursos hídricos e em ações como a redução do uso de mata nativa da Caatinga para a produção de carvão.

O povo nordestino já convive com a desertificação e o problema começa a ser agravado pelo aumento da temperatura do Planeta, provocado pelas mudanças climáticas globais. O alerta é resultado da reunião que marcou ontem o Dia Mundial do Combate à Desertificação, em Fortaleza-CE. Durante o encerramento do evento, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, destacou a necessidade de governos estaduais e federal adotarem medidas urgentes, para que as quase 18 milhões de pessoas que habitam o semi-árido não sofram demasiadamente seus efeitos e disse que dos R$ 900 milhões de reais anuais do Fundo Clima, R$ 450 milhões vão para o Nordeste, para serem aplicados em programas de adaptação. Durante a cerimônia, no Palácio Iracema, foi lançada a II Conferência Internacional sobre Impactos de Variações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semiáridas. O evento vai reunir 50 países de cinco continentes e vai debater a vulnerabilidade, as mudanças climáticas, a desertificação e o desenvolvimento sustentável. Suas conclusões deverão subsidiar a Rio+20, proposta pelo Governo Lula às Nações Unidas, mas ainda sem confirmação. Minc anunciou as medidas que vêm sendo tomadas em parceria com nove estados nordestinos e Minas Gerais. Especialistas em estudos do impacto ambiental estimam que o aquecimento afete a vida de pelo menos oito milhões de nordestinos no final desse século. Eles serão os primeiros a sofrerem os efeitos de um processo que já começou. "Mesmo que tomemos medidas imediatas ainda haverá impacto, só que menor". Previsões indicam que a diminuição da oferta de terras para a agricultura e os longos períodos de estiagem vão afetar de maneira drástica o plantio do milho e da mandioca, base da alimentação do povo nordestino. As discussões em torno do problema mobilizaram boa parte dos debates do encontro de Fortaleza, que começou na segunda-feira. Técnicos da Embrapa previram problemas com a produção de alimentos em todo o País. O Plano Nacional sobre Mudança do Clima, aprovado por Lula em dezembro do ano passado, inclui medidas de mitigação dos problemas da desertificação, lembrou Minc. Até o final do ano, seis estados deverão estar com os seus planos prontos. Os Ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia convocaram o Painel Brasil de Mudanças do Clima para ter a idéia precisa do tamanho do impacto do aumento de temperatura sobre o Brasil. Com a conclusão dos trabalhos de mais de cem cientistas, que ficarão prontos até 2010, o Brasil terá um quadro mais preciso da situação do Nordeste e demais estados. Minc salientou que o Brasil terá que tomar medidas mitigatórias mesmo antes da conclusão do relatório. O Plano prevê a redução gradativa das emissões de carbono, responsável por quase 70% da contribuição brasileira para o aquecimento global, até 2017, centrado no combate ao desmatamento e mudança do modelo econômico da Amazônia.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Novas espécies de anfíbios são encontradas na caatinga em Pernambuco

Pererecas e Rãs - Foto: Bico do Corvo

Duas pererecas e duas rãs foram descobertas em Orocó e Petrolândia, no Sertão, em levantamento feito por bioólogo da Universidade Federal de Pernambuco em áreas que deveriam ser preservadas. Quatro espécies de anfíbios nunca antes registradas em Pernambuco foram encontradas na caatinga. A pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi realizada em reservas legais, área correspondente a 20% das propriedades rurais que, por lei, devem ser preservadas.
Segundo o autor do estudo, há registros de 50 espécies na caatinga de anfíbios anuros, aqueles que não têm cauda. "Trata-se do bioma brasileiro menos amostrado e o com o menor número de localidades estudadas, sobretudo no âmbito do Estado de Pernambuco", afirma o biólogo Arnaldo Magalhães.
Além de registrar as espécies de anfíbios anuros nas duas localidades, o pesquisador analisou a atividade vocal das rãs e pererecas. Os dados foram obtidos entre janeiro de 2006 e 2007, em seis expedições com duração de dez dias cada. Ele observou os animais no seu habitat e também usou armadilhas para capturá-los.
Ao todo, o levantamento revelou a presença de 33 espécies nas duas localidades. Os bichos pertencem a 14 gêneros, distribuídos em sete famílias. O gênero corresponde ao primeiro termo de um nome científico. "Todas foram registradas em Orocó, mas apenas 24 em Petrolândia", destaca Armando. Na opinião dele o fato de Orocó registrar mais espécies que Petrolândia está relacionado a diferenças no solo e vegetação.
O trabalho faz parte da dissertação de mestrado de Magalhães em biologia animal, sob orientação do professor da UFPE e UFRPE Severino Mendes Júnior, defendida este ano.
(Fonte: Jornal do Commercio - Ciência e Meio Ambiente - 11.06.2009)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Especialistas falam sobre uso sustentável de florestas e de experiências bem-sucedidas na Caatinga durante a Semana do Meio Ambiente.

Palestras em PE defendem manejo florestal

Desenvolver a sustentabilidade dentro da Caatinga, fortalecendo também parcerias que visem à divulgação do Manejo Florestal nos demais Estados do Nordeste e entre a população. Este foi um dos temas defendidos pelo técnico do Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Caatinga, o engenheiro florestal Francisco Barreto Campello, na palestra ministrada no auditório da Livraria Cultura, em Recife-PE, na Feira de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade, durante a 20ª Semana do Meio Ambiente do IBAMA, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas). O engenheiro, junto com Edvalda Aroucha, falou sobre manejo sustentável e conservação na caatinga.
“O manejo florestal é de fundamental importância para ensinar a maneira correta de utilizar e aproveitar a madeira, conservando a biodiversidade e mantendo os serviços ambientais, além de ser a melhor forma de manter agricultores e suas famílias dentro das comunidades e no campo, já que o uso da lenha continua sendo o segundo recurso energético mais usado no nordeste”, afirmou o engenheiro.
Durante a sua exposição, Barreto aproveitou para mostrar exemplos de técnicas de manejo nas regiões do Seridó, Araripe e Xingó, que vem trazendo excelentes resultados, ao longo dos anos.
Comunidades ecoprodutivas
Na sua explanação, Edvalda Aroucha, da ONG AGENDHA (Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia), com sede na cidade de Paulo Afonso (BA), mostrou os resultados alcançados dentro do trabalho realizado com as organizações ecoprodutivas, que fazem a Bodega da Caatinga, chamando a atenção para as dificuldades enfrentadas, principalmente, pelas mulheres e citando experiências que estão dando certo, como o fogão ecológico.
Aroucha também citou a importância da criação de investimentos para que as famílias consigam se tornar auto-sustentáveis, produzindo, principalmente, para sua própria sobrevivência. Também citou projetos que estão dando certo e trazendo retorno aos pequenos produtores rurais.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...